11 de março de 2010

i am not an innocent

Não se dirija até a minha mesa com esse sorriso expansivo no rosto. Não caminhe em passos normais na direção de meu acento - e nem finja, ao querer me cumprimentar, que está tudo certo, já passou, como vai?, tchau.
Não sou rancorosa, apenas possuo boa memória. Passamos muitos dias nos evitando e ignorando a presença um do outro, e tem dado certo. Tem sido mais leve acreditar em que eu não te conhecia mais, mesmo que o seu número antigo não saia com essa facilidade de minha cabeça, mesmo que eu entenda o porquê de ter-me deixado encantar por você. Mas é como dizem, (in)felizmente, a cada tropeço, você acaba por aprender que morros, barrancos e depressões nos fazem cair - e, aí, você passa a evitá-los.
E meu oi seco, minhas respostas monossilábicas e o não-olhar para os seus olhos não é arco-reflexo da minha grosseiria. Não. É o resultado de toda uma discussão que não levou a nada e me fez ter vergonha de um dia ter ficado junto de você. É apenas o que sobrou do que eu ainda posso doar a você e, assim, bem sei, você não vai se sentir suscetível a querer voltar - e eu, tentada a te aceitar.

Não venha andando em minha direção com esse sorriso preso ao rosto como se dois meses fosse o mesmo que dois dias. A sua relatividade temporal é mediocre.

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