30 de março de 2009

Por Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto

Já repararam que esse soneto inteiro faz sentido? Que em situações de desconfiança o sorriso é motivo para a dissimulação, e faz-nos cair em prantos por acreditar que ele representa uma mentira?

Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

O mesmo acontece com aquelas mãos dadas que, em um momento, a hesitação aparece. Você não a vê, a princípio, mas depois, tudo se passa em câmera lenta...

De repente da calma fez-se o vento

A paz vira agito, e você fica incomodado. Você interpreta os movimentos do outro como quer, mesmo que não coincida com o que de fato seja.

Que dos olhos desfez a última chama

E tem aquele olhar que foi lançado e que a priori era magnífico. Depois, vira motivo de sua insônia, de seu pesadelo. Apaga esperança, vontade, amor.

E da paixão fez-se o pressentimento

Os movimentos que você serem falsos ou não naturais, as palavras ensaiadas, as bocas de risos verossimilhantes. Sua paixão não arde mais, ela o corroi e o dilacera de dentro para o centro.

E do momento imóvel fez o drama.

A hesitação sempre fica preso em sua cabeça. Aquele resposta não recebida, palavras com sonoridades diferentes... aquela expressão facial que congelou em sua mente por ser bela agora é o motivo de seu desespero. Está ali contido toda a infidelidade, ou o todo término de amor.

De repente, não mais que de repente

E é tudo tão rápido que não se perecebe que, na verdade, se passaram meses, anos, muito s e muitos dias. Mas tudo se transforma de um modo rápido, ligeiro, quase que como uma mudança de contexto de uma linha para outra.

Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Você passa a fazer sua própria solidão. Independetente do que esteja realmente acontecendo. Você concebe a idéia da dissimulação melhor do que imaginava no começo.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante

Sua parceria é, na verdade, na sua cabeça já entorpecida, seu único inimigo. E você se distancia, foge e corroi cada cena bonita. Começa a se perguntar porque tinha de acontecer com você, afinal?, e não acha resposta. Começa a agir na defensiva, e não se contenta apenas com a sepação física. Você quer entender, quer buscar as razões e ver se esteve certo sempre.

De repente, não mais que de repente.

Só que senão estiver, você sabe o que vai acontecer.

Eu sempre gostei muito desse soneto, mas demorou um bom tempinho para eu entendê-lo de fato.

29 de março de 2009

Not today

Por favor, não me pergunte o que estou fazendo. Eu quis atendê-lo às 4:29 da manhã, eu quis ouvir sua voz ébrica, quis muito até ouvir seus desaforos... Por favor, não pergunte o que estou fazendo.

27 de março de 2009

So different from what seems

Se um dia me perguntassem quem eu prefiro entre você e eu, escolheria a você.


Não, não pelo meu autruísmo - até mesmo porque disso possuo miseramente pouco -, mas pelo meu egocentrismo. Porque eu sei que ao te escolher, estarei prezando minha reputação e atenção, estarei ampliando minhas formas de influência.


Estarei a fazer os caminhos que pisarei em cima.


Então, quando eu disser que invariavelmente escolho você, não me sorria e nem diga que isso é lindo. Não, não é.

24 de março de 2009

Sum Ego

Fez as suas preces como se a cada palavra uma agulha lhe fosse enfiada na garganta. Rezava em prol de algo que sabia que não daria certo. Que não seria eterno. Pedia, a cada silêncio que as palavras não permitiam, que não estivesse muito errado aquele fazer.

Aquele desejo.

Pedia, intimamente, de dentro para o centro, que sobrevivesse, ao menos, uma lástima, uma dorzinha... algo que fosse para ser lembrado. Eternizado. A duração de tudo aquilo seria o mínimo, pouco... não seria o bastante para ser eterno.

Queria, ao menos, que algo desse errado. Os planos fossem equívocos.

E rezava, em preces quietas, palavras que em nada significariam quando tudo se consumasse.

"De tarde escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
" (Vinícius de Moraes)

23 de março de 2009

Pronto. Fizeram-me feliz .D

Não, não estou namorando, não encontrei o cara da minha vida e meu umbigo possui universo próprio. A mim eu me basto.

Não é fácil ser egocêntrica... mas eu aguento o tranco.

Mas fizeram-me feliz porque me levaram numa livraria e me deixaram comprar todos os livros que eu quisesse. Claro que de filosofia - minha mãe não me deixou nem chegar perto da prateleira dos mais vendidos ou recomendações.

Comprei 9 livros.

Do Contrato Social - Jean-Jacques Rousseau
Para Além do Bem e do Mal - Friedrich Nietzsche
Ética a Nicômaco - Aristóteles
Dicionário Filosófico - Voltaire
Assim falou Zaratustra - Friedrich Nietzsche
Política - Aristóteles
O Príncipe - Maquiavel
A Arte de Escrever - Arthur Schopenhauer
Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Ok, o último não é de filosofia, mas minha mãe não precisa saber.

22 de março de 2009

A long time ago

dia 22 de março.

Isso, Caio, é o mesmo que 2 meses sem ter você. Dois meses esperando que a porra daquele tempo que você tanto preza chegue. 2 meses imaginando como seria se a gente ainda estivesse junto, imaginando como seria te levar para Campinas, passar um fds em Ribeirão comigo, passar noites e mais noites ao seu lado, conversando e te beijando.

2 meses imaginando como seria o nosso reencontro, como nos portaríamos e como nos conversaríamos.

2 meses que acabaram em 22 de março.

E o M* não é melhor ou pior que você, não é mais ou menos, e ele nem causa tudo o que você causou em mim. Na verdade, ele não causou nada em mim... porque um simples mal estar não é nada comparado a todos os mal estares que eu já tive ao seu lado.

Não é nada quando você, com seu jeito petulante, me fez de pernas bambas, perder o sono, ficar feliz só por ouvir sua voz... e, sabe, rancores a parte, eu ainda gosto de você. Não daquele jeito de antes, com tanta veemência contida no meu olhar, mas deste jeito de agora, com um carinho tão sutil que eu não encontro motivos para tal.

Um carinho que eu não consegui ter por você nos 4 meses que a gente esteve juntos, mas que em 2, separados, chegou até mim.

Ele é tão sutil quanto os motivos da minha mágoa, dos meus não-existentes sentimentos secundários por você. Eu tenho certeza que você não entende isso, por ser sublimar demais, essencial demais.

Encontrei um substituto que em nada me anima, que em nada me euforiza. Você se lembra quando um dia me perguntou o que eu sintia por você? Eu lembro; eu respondi "você me deixa eufórica". Foi numa quarta-feira, dia 15 de outubro, à noite.

Sei que vou ter outros, que vou amá-los e que eles me amarão mais do que a sua verossimilhança, preocupar-me com eles irei; mas, hoje e agora, eu ainda me preocupo com você e tento buscar maneiras de saber se você está bem. Não é paixão ou interesse carnal, Caio... entenda essa sutileza de meus interesses. É apenas confortar algo que um dia você alimentou em mim; dar vazão e fim para um sentimento amigável e fraterno.

O Tempo, Caio, não move montanhas e nem cicatriza. Ele dá chances para que nós os façamos.

I´m almost a Jedi

"Você tem que encontrar algo que você ame o suficiente para ser capaz de aceitar
riscos, pular sobre os obstáculos e avançar sobre os muros que serão sempre
colocados na sua frente. Se você não tem este tipo de sentimento por aquilo que
está fazendo, você parará no primeiro grande obstáculo
."(George Lucas)


Eu achei essa frase num orkut de conhecido, e encontrei algumas certezas nela.
Em duas semanas de aula, com um monte de texto para ler e um professor que não fala muita coisa com nada, a gente começa a se perguntar: é isso mesmo o que eu quero? Sim, filosofia é o que eu quero. Disso não tenho dúvidas... mas a minha questão é mais no meu âmago social.
Estar na Unicamp é um sonho. O pessoal é agradável, alguns professores demais em suas explicações, alguns textos perfeitos para serem lidos umas 3 vezes. Mas, depois do Entorta Bixo 2009 em Ribeirão Preto, depois de ver aquele pessoal da USP, unida, interagindo veterano e bixos - estes com apelidos, tendo de andar com a gravatinha -, comecei a ver que, talvez, não seja a Unicamp que eu queira.
Meu sonho era USP, meu sonho era São Paulo, meu sonho era os trotes e o apelido. Meu sonho era uma galera agitada, falante, que quer estar com todo mundo junto. Meu sonho era colar USP-SP no vidro do carro, ter uma caneca de lá, ir e voltar de lá... E descobri que, na verdade, não importa.
Unicamp, Usp... o diabo à quatro. Não tem a menor relevância. Meu sonho maior é Filosofia. Platão, Aristóteles, Agostinho, Hume - todos eles! Meu sonho é estudar tudo isso, estudar a história, as filosofias, as ciências. Meu sonho é dar aula sim, caramba! Meu sonho é sim ter de corrigir prova, preparar matéria.
E é por isso que eu vou continuar na Unicamp, que vou - estou - me esforçando.

Eu aceito os riscos.

16 de março de 2009

let us out

you´re back. you don´t know this yet, but you´re back. and you may not believe in what I say but you... you are missed for who you are - and not for what we used to have. our uncasual meeting doens´t mean anything when it´s talking about our company.
you´re back and still don´t know that.

15 de março de 2009

And the stuffes are going...

(só porque agora eu estou comendo dadinho, bolinhas de futebol e guarda chuvinhas de chocolate)

Eu me desesperei! Na primeira noite quase me liquefiz de tanto chorar, não podia parar de pensar em casa, na minha cama, na comidinha de mamãe... Chorei a semana inteira, confesso!

NÃO!

É, galera, eu passei na facul, mudei de cidade e estou morando com pessoas estranhas - desconsidere minha conhada disso. Em outras palavras, uma quase independência.
Eu praticamente moro sozinha porque as meninas trabalham o dia inteiro. Na boa, é a melhor coisa.

Preocupar-se com o ap, com a limpeza, com o almoço. Pegar ônibus, ir para facul, voltar morta, com um monte de xerox, um monte de coisa para ler... é uma maravilha. E, para se sentir completamente com 18 anos, tem a CNH que chegou essa semana e o carro que fica na minha mão ^^

É uma sensação de independência muito boa, de estar crescendo, de já estar em outro nível. Possuir outros alcances, outros desejos. E cá estou eu, universitária da UNICAMP, frequentadora do IFCH, graduanda em Filosofia.

Couldn´t it be better?
yes, we could talk once in a while.

14 de março de 2009

at that

do you remember when I told ya that we couldn´t change the past?
well... I do.
I´m not wrong,
but now,
at this strange moment,
I wish it should be possible.

6 de março de 2009

what may happen to

She has just decided not looking at him.
And he hasn´t known.

3 de março de 2009

It is a...


É uma valsa. Ou qualquer outra música. Ou nenhuma. Talvez seja o silêncio, ou a eminência do som, a expectativa de que este venha, ou de que vá. E não volte. E se reaviva, demonstre e se sinta, por si só, sem querer ouvidos.
Mutualidade.
Ele não quer. É si por si mesmo, e só – e vai repulsar quando o agredirem, e ai acudir quando o deixarem. Mas ele, ele é inteiriço. Mestre em sua própria arte, em seu próprio domínio.
Um acorde mais lento, uma necessidade mais sutil... o deslizar sobre cordas e teclas, sobre instrumentos e aquarelas. E desliza, lixa, estraga. Perpetua os dedos sob as digitais, sob as unhas. Temporiza as palavras e deixa em estado de nirvana o que não há como ser dito.
É a valsa. É a música. É a...


1 de março de 2009

overcome

Ela hoje acha estranho quando se depara com algo que o pertença.
Seja o nome, alusão a, ou a falta de sentimentos.
__________

Quote de "Crimes A B C ", de Agatha Christie

- (...) Quantos crimes pensa que esse lunático ainda tem em mente?
O Dr. Thompson olhou de relance para Poirot.
- Parece que irá e A a Z - disse com humor.
- Naturalmente que é isso que ele pretende, mas não o conseguirá. Nem ficará próximo de seu objetivo. O senhor o terá apanhado antes disso. Interessante seria ver como se arranjaria com a vítima da letra X (...)

É por isso que eu amo Hercule Poirot e esse livro .D

Like we suppose to be

Eu notei que o término de um namoro duradouro provoca mudanças nas pessoas envolvidas - e isso, claro, independente da idade. Não sei se o mesmo ocorre do lado feminino da relação, uma vez que não conheço nenhuma delas em questão, mas notei a similaridade de pensamentos e atitudes das partes masculinas.

Fato é: homens amam - por mais estranho que isso soe. E eles, mesmo dizendo que nós, mulheres, somos a parte fragilizada do relacionamento, esperam que nós sejamos sempre seguras e incapazes de querer mudar de repente.

o.O