29 de abril de 2015

Eu só perdi o jeito.
De dizer sim, de sorrir.
De me deixar permitir.
Perdi esse jeito de querer abraço
E doar sorrisos
Diante do medo não escasso
De não ter um paraíso.
Desculpe pela guilhotina.
Mas quando vi,
Sua cabeça já era parte da minha sina.

26 de abril de 2015

Vou te recortar.
Passar a tesoura
por qualquer linha que seja
e se ficar bom
ficou.
Se te cortar
a cabeça,
que pena,
cortei.

11 de abril de 2015

Por você

O equilíbrio de energia é tão tangível agora. Te vejo a cada segundo abrir um sorriso que bem eu sei - e consigo ler nessas entrelinhas esse pequeno instante em que ele te ganha na mente. Uma lembrança de algo que ele sabe que você é assim, desse jeito, singular que além de te fazer única como ser, te faz
única como conjunto. Um conjunto de coisas que a muitos é igual e junto em você é tão particular. Um particular momento de segundo naquela passado que você olhou e não viu o que ficou suspenso no ar. Seria o tempo isso? Mais que unidade, mais que físico, mais que universo, que vai se movendo e entendendo o invisível que ficou cravado e caminhou pelo espaço para chegar nesse instante?! Esse instante em que você recolhe a mão da mesa poque teme que o verdadeiro e legítimo contato mais íntimo de uma menina seja feito? As mãos são nossas magias. Com as mãos transferimos nosso cuidar para o físico, tocando e fazendo carinho, puxando alguém para caminhar junto com a gente. (Se ela estiver para trás, puxamos para apressar ou para não perder as pegadas; se ao lado, seguramos para sermos juntos. Se à frente, empurramos). Com as mãos secamos lágrimas, compadecemos, enchemos nosso coração de Amor e tocamos a face, o ombro... ou, ainda, trazemos para perto do peito num confortável abraço. Deixe ele segurar sua mão, querida. Deixe que esse invisível mais concreto aos olhos seja sustentado pelo tempo, se propague, dilate e se encaixe - e eu não me importo com o equilíbrio de força se você assim continuar feliz.

Para a Queridinha Indie
da minha vida

9 de abril de 2015

esqueci quem era

a gente esquece.
esquece que hora acordou, que hora foi dormir.
esquece do sonho assim em que se levanta,
esquece que foi embora,
que horas era a psicóloga.
esquece do que comeu
e tem gente até que esquece se bebeu!
a gente esquece do presente, do aniversário, do restaurante em que a gente foi naquela noite, do passado.
esquece se já foi, se não voltou, se deveria nem ter ido.
esquecemos das piadas, das risadas, das palavras viradas.
e eu esqueço de você.

progressivamente.

um pouco mais de esquecimento para um pouco menos de sentimento.

6 de abril de 2015

"Uma vaga promessa da certeza de que futuro nos encontrará juntos"

É uma segunda-feira repleta de emoções, minha cara. Sei que a amo e sei que não a tenho. Pois bem, meu querido, também sei disso. Um coração que explode ao mínimo toque dos seus olhos dentro da minha alma não pode ser um sentimento preso ao tempo. Precisamos de mais espaço, de uma dilatação. Precisamos de algum resquício de certeza de que outros tempos, para nós, então virão. Você consegue sentir minhas mãos? Suam quando você se aproxima... E eu danço ao seu lado para que você me veja no ar em que respira, para que me sinta nesses olhos que tanto sei de cor cada traço de cor. São castanhos os meus, querida, e assim são os seus - e tão diferentes eles nos fazem ver. Te vejo numa roda de ciranda procurando a minha companhia. Te vejo perdido sem a mim em seus dias. São longos. Não somos agora. Tem espaço para tudo, meu amor, tem espaço para uma vida, mas agora - e você me sorri enquanto eu choro sem perceber - não há dilatação de nós. Precisamos ser únicos a sós. Mais do que ambos possamos imaginar.

Para vocês,
meus queridos.