30 de maio de 2008

Percepção

A questão, no final, é simples: nenhuma palavra é posta ou usada apenas de enfeite. A cada uma proclamada, há uma intenção. Então, como ter conhecimento das lacunas dos dizeres?
Aí já é outra cousa...

28 de maio de 2008

Meu Respeito por Você

Eu me lembro de você. Lembro daquelas tantas vezes que eu quis afundar meus olhos aos seus e tentar entender a sua complexidade, tentar ver o que você via. Mas eu simplesmente não podia.
Seu quê enigmático sempre ressaltou em mim profundezas terrenas que eu não sabia, algo que sempre existira dentro de mim que eu nunca via. E você despertava quando não me olhava, quando não me falava. Apenas o fazia por livre vontade, sem realmente desejar, sem realmente se importar.
Nunca liguei para o breve fato de não conseguir antevir os seus dizeres; eles balançavam minhas bases, fazendo-me repensar no já decidido. Você era capaz de me fazer agir de uma forma mais sensata, mas centrada. E nunca entendi o por quê.
Não era para você ter essa influência sobre o mim. Eu era exata, lembra-se? Eu era serena. E você mexeu comigo, mexeu com algo que não explodia há muito tempo. Não falo de amor, não falo de paixão, tão menos é carinho ou admiração. Isso que tremeu dentro de mim por você é respeito.
Respeito pela capacidade de fazer sem saber. Repeito pela modestia em que nunca acreditei. Respeito pelo tom de voz que usava para asneiras ou repreensões, sempre o mesmo tom interpretado de diversas maneiras. Eu só queria entender como você fazia para ver coisas tão límpidas e tão turvas para todos os olhos.
Você sempre via sem realmente saber o que... E eu sempre tive medo de você, medo de arrebentar aquela fina linha de raciocínio que você construía ao me dizer as coisas sem querer. Sempre tive medo de romper sua mente, suas palavras, medo de ferí-las com interrupções bobas. O medo que se misturou ao respeito e perdeu-se entre a sensação que enganara tantas vezes, mas eu não me enganei ao respeitá-lo. Não o enganei com o receio.
Era tudo uma questão de respeito.

25 de maio de 2008

Domingo

Dia 25 de maio de 2008.
Fato: Bruna Vollet quer escrever.
Problema: Ela está sem inspiração.
Agravante: Ela necessita fazê-lo.
Possíveis conseqüências: dores muito intensas de cabeça. Falta de concentração. Inquietude. Mau-humor. Incômodo.
Resultado: hoje não será um bom dia.

21 de maio de 2008

Uma Questão de Intepretação.

A deliciosa parte de entrar em devaneio e não saber o exato momento de sair é exatamente quando o devaneio entra na realidade e não faz questão de sair.

As verdades de alguém

Quando as folhas caem no outuno, sabes o que eu imagino? Eu te imagino. E tu sabes como isso é doloroso, ver-te apenas em lembranças borradas pela tua indiferença e pela minha estratégica necessidade de ter-te por perto? Na verdade, é confortante no final.
Desculpe a quebra de expectativa, mas a verdade nem sempre é racional. Achei, depois desse tempo todo, uma maneira segura de encontrar-te sem me perfurar com indecentes dentes rasgantes de flor de pele.
Sei que estás a corroer-te por dentro para entender o porquê de folhas outunais e vou dizer-te. Não há motivos para esconder isso de ti. Tu mereces tal conhecimento, quem sabe assim não sintas metade da pressão que eu me impus?
Folhas de outuno são secas e sem vida. Amarelas e laranjas. E caem... sempre... e não voltam para a árvore. Uma metáfora interessante, hã? Tu, uma folha, e eu uma árvore. Ou eu todas as folhas, e ti sempre a árvore...
E isso é um conforto para mim. Tu nunca estiveste ao meu lado por tua parte de fato; era eu quem tinha de buscar-te, quem tinha de estar por perto para tu sentires a minha presença. E, Deus!, como a tua presença física era-me esfatiosa e ao mesmo tempo enervante. Doía assim como agradava.
Tu costumavas a ser um paradoxo para mim. Uma verdadeira personificação da dialética; tua tese e tua antítese. Ser e não-ser, sendo e não sendo, nunca podendo. Porém, tu nunca - nunca - se contradisseste em seus atos.
Eu era o errado ali, certo? Não era para tu estares ao meu lado. Eu te obrigava a isso. Eu impunha. Mas eu necessitava, lembras-te? Era algo que a minha alma clamava aos berros dentro de minha cabeça, consumindo-me em qualquer ponto de vista e atenção que eu pudesse dedicar a outra coisa. Não que tu sejas algo, pois foste a parte mais humana que tive em mim, mas, mesmo assim...
Quando as folhas caem no outono, imagino-te - e é a fantasia mais anuveada concretizada que não me doe.

19 de maio de 2008

Energia sem J/s


É uma energia poderosa que nasce nos resquíncios da mente e consagra-se numa potencialidade estrondosa, que ganha proporções infindáveis. Essa é a capacidade de uma mente que vive para um fim: criação. No entanto, de toda a criação feita, a porcentagem de aproveitamento é baixa, quase remota. Isso aplica-se à falta de oportunidade de viver disso - e não é fácil estar sob essa condição. Isso machuca, pesa e corroe.
O desentendimento com os demais seres confere-se pela falta de conhecimento, pois a população que carregada, de uma forma bem chucra de se nomear, essa maldição não possui escolha. Ou cede ou se atormenta.
E não há outras opções.
É um fardo pesado que dá prazer, uma pequena possibilidade de extração de imagens sobre papel. O difícil é conseguir manipular o potencial, porque em muitos casos há exagero de afobação e, como resultado, decepção. É necessário aprender a conciliar, mas nem sempre é possível. Em algum momento, vai escapar das forças do controle e vai explodir em dimensões imensuráveis.
Acredite, isso acontece com mais freqüência do que o controle.
O controle é um pano de fundo para a saturação; é apenas feito para mostrar o apaziguamento interno - mesmo que ele não exista. E ele nunca existe; mas camufla muito bem a pressão.
Quem pensa não sabe exatamente o que pensa, mas quem pensa e cria sabe exatamente o que está pensando - sem querer buscar pelos por quês - e o quanto isso atordoa.
A mente tem energia e para poucas pessoas essa energia flui.

À nossa Hipocrisia

A diferença, meu caro amigo, é que eu ainda tenho a paciência de abaixar a cabeça e chorar. Você pode até achar isso ridiculamente escraxado, mas eu lho digo que é apenas uma atitude hipócrita.
E dou risada depois.
Sozinho. No escuro - mas sou eu quem ri.
Você não ri. Você não enxerga. Um cego perambulando pela vida.

18 de maio de 2008

Cara ou Coroa?

Cara ou coroa? Que lado você escolhe? Aposta na rotação de uma moeda no ar, impulsionada pela força de dedos para adiquirir tal movimento, a sua sorte? O seu direito de decisão?
Então responda: cara ou coroa? Porque você já sabe que caminho tomar, o que vai querer. Só está na eminência da esperança de ver o outro sorrir em triunfo próprio, como se ele dependesse daquela moeda. Mas os seus pensamentos não se baseiam em moedas, não se baseiam em probabilidades.
Cinqüênta por cento de uma chance de ser cara ou coroa em uma moeda não é nada quando se tem cem porcento de certeza. Responda se cara ou se coroa por diversão e não se esqueça de gravar bem o sorriso do outro se ele apostou a liberdade da razão humana em um objeto de metal.
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Só para constar: mães são sábias.

17 de maio de 2008

Eu vejo Flores

Ok, eu confesso: flores nascem no jardim todos os dias. Mas não adianta me culpar por não enchergá-las porque bem sei que você também não as vê.
Então, sugiro que não culpe o que meus olhos fitam - e aprenda a fincar os seus em algo que você queira ver. O que eu vejo não é bem o que você almeja.
Perceba que você é um lobo e não é porque eu sou um cordeiro que não sei correr e me esquivar de você. Pois a realidade é exatamente o contrário. Você está atraído pela minha penugem branca e enroladinha e eu sei que vou encurralá-lo quando você necessitar me tocar. E você já precisa, porque não aguentar assistir à minha desdenha pelas flores.
Na verdade, você não se importa com as flores, apenas quer encontrar lago para me criticar. Não o culpo por isso. É mais fácil encontrar falhas do que aceitar que o outro possue perfeições - não que eu realmente as tenha, mas o que faço é perfeito para você, certo?
É, meu caro, as flores nascem todos os dias em todos os jardins.

16 de maio de 2008

fato: você admira meia dúzia de pessoas.
fato 2: você descobre que quem você admira não é exatamente quem você gostaria de admirar.
fato 3: e você nem sabe o porquê.

15 de maio de 2008

Lobos e Cordeiros

Sempre há um lobo entre os cordeiros.
Mas um lobo entre o cordeiros não sabe que ele é um lobo entre cordeiros, porque tudo o que ele vê são cordeiros. Ele não entende que ali, naquele meio, ele é o predador - e ele se reprime quando sente vontades que ele julga errôneas.
Um lobo entre os cordeiros não compreende que essas vontades é o mais natural que ele chega de si mesmo - e que estar entre cordeiros é o ato mais continuamente repulsivo que ele pratica.
Dias após dia.
Um lobo entre cordeiros é apenas o cordeiro que não entende o motivo de seu pêlo ser cinza e não branco.


Livros que vou ler

Twilight é uma série de não-sei-quantos livros que COM TODA CERTEZA eu vou ler. O primeiro livro, Crepúsculo, está em meados do término. 65 páginas que posso perfeitamente matar em uma hora e meia.

Se você sonha com um homem cavalheiro típico do começo do século XX, você precisa conhecer Edward Cullen.
















Eu juro que leio a triologia do Bernard Cornwell e, de quebra, consigo O Arqueiro e mais dois seguidos.



Eu juro que leio o último livro da saga Brumas de Avalon. Não li três dos quatro livros para não saber o que diabos acontece com Morgana e seu filho.










O Vendedor de Histórias
foi um achado em um sebo pequeno na Grande São Paulo. Quando o vi, apaixonei-me (talvez pelo título). Estou na metade dele, mas ainda falta muito. Ele é curto e intenso, quase parte de um desejo íntimo meu.
(E, em off, confesso que sinto um pouco de inveja desse cara - da personagem, não do autor)






Claro que tinha de ter um do Machado de Assis na minha lista, né?! Eu já comecei a lê-lo antes de conseguir Twilight, e ele é particularmente bem curtinho. Vou terminá-lo em alguma aula de matemática qualquer - mesmo achando aquela Guiomar uma irredutível sem coração.







Mas tudo isso, claro, sem mecionar os outros tantos que já estão a começar a criar pó no meu armário. O Julgamento de Sócrates, Carandiru, A Menina dos Laranjais, A Viagem de Theo, A Sombra do Vento, Descartes, Platão e Aristóteles (esses três sendo da minha professora de história - obrigada, Dani, por deixá-lo por tempo imensurável comigo), Servidão Humana, Luciola, Dom Juan, Quando Nitchzen Chorou e o meu querido O Mundo de Sofia - que já está quase me deserdando.
Bem, são esses até que eu pise em numa livraria de novo.

Alguém deve estar a se perguntar por que essa garota quer ler tanto?! Na verdade, a resposta é mais simples do que parece. Além da minha necessidade de criação, eu quero ampliar meu vocabulário para não cair mais naqueles momentos ímpares de intrave mental por falta de palavra para expressar-me. Quem escreve sabe do que estou falando.
Este será, talvez, o último ano em que poderei desfrutar um pouquinho de uma agenda flexível, então decidi que vou ler tudo o que conseguir. Porém, criei um impasse na minha vida de dezessete anos.

14 de maio de 2008

Uma Pequena Confissão.

À noite é a pior hora. O pior momento para organizar os pensamentos. Eles sempre escorregam por um funil, concentrando-se em demasia em um único e mísero ponto. Será que as marteladas constantes e, até então, complacentes são apenas isso; um ínfimo ponto da vida?
É dífícil, sabe-se que é, mas não há como negar. No fim, tudo é apenas mais um ponto. Pontos que não se ligam, que não se indireitam. Pontos sem área, sem superfície, sem temperatura. Isso é existir? Eles pertecem a alguém? Eles são passíveis de serem posse de alguma coisa?
À noite, eles ajuntam-se e viram uma "coisa" só. Resumem-se e tudo confunde-se. O que antes era sensato mistura-se ao errado, o já certo abraça o duvidoso. E o que era bom não consegue impregnar sua essência no ruim; é sempre o contrário... Tudo amuado.
À noite, é a pior hora.

13 de maio de 2008

Do you want to know a secret?

Vontades pulsantes que surgem do nada.
Estórias mirabolantes complexas demais para serem escritas.
Impulso.
Não, não é um poema.
Não é uma poesia.
Não é nada que possa ter um designio de produção.
É apenas um segredo.
Eu tenho várias idéias - e muitas eu descarto.
Tenho de fazer alguma coisa, criar uma outra realidade
e ali viver.
Eis o meu segredo:
Sou um contador de estórias.
"Somos dois desgraçados,
mas eu faço valer
o que eu quero que se vala.
E eu quero que se vala a noite perante o dia."


Ele fitou-a e ela sorriu, com os dentes brancos, saltantes, pulsantes.

12 de maio de 2008

Seus olhos eram grandes e um tanto desproporcionais para seu rosto. E mesmo que eles ostentassem duas íris de extremo azul celeste, ninguém se importava se ela estava ou não ali.
Na verdade, ela era estranha.
Não conseguia ser um destaque em absolutamente nada e vivia a não prestar atenção em nenhuma aula. Enquanto para muitos o colégio era a única realidade existente, ela possuía uma particular - uma que ninguém podia entender.
Eram raros os momentos em que mantinha os dois olhos esbugalhos presos à lousa, porque, na maioria, vivia por escrever com discrição naquele caderninho cor-de-rosa que mantinha dentro da bolsa. A maioria dos alunos riam desse seu comportamento alheio - e alguns até ousavam julgá-lo como desdém.
Nenhum professor realmente se importava com a presença dela e suas dúvidas não eram boas e suas perguntas não eram interessante. Era sempe um "não entendi" ou "mas por que é assim mesmo?". Ela era exatamente o que denominavam de aluno não interessante. Mas, sinceramente, a garota também não ligava para isso. Em sua cabeça continham muitas coisas a fazer para dar qualquer atenção ao que os outros faziam.
Uma vez, para o trabalho de grupo, reuniram-se na casa dela. Uma casa engraçada, uma vez que a menina parecia ter uma biblioteca e não um lar. O pai era um livre docente pesquisador e a mãe uma sensata doutora em advogacia. E o que ela era? Apenas um aluna, dizia.
Ela não tinha conhecimento, mas os professores, quando falavam sobre os alunos, utilizavam de codenomes como estranha ou aquela que senta no canto da primeira fileira para referirem-se a ela. Eles não coseguiam compreender o que ela tanto escrevia enquanto suas notas decaíam quase que em uma velocidade exponencial.
E foi em meados a tanta curiosidade que um - apenas um - criou coragem para aproximar-se e perguntar a ela o que tanto escrevia. A garota apenas sorriu, cobrindo as tantas folhas rabiscadas com os braços, e respondeu que eram apenas pensamentos. O professor sorriu por educação e julgou aquilo um ato infantil, afinal, ela já tinha dezessete anos para ainda manter um diário.
A notícia espalhou-se pelo corpo docente e, não se soube se por querer ou não, a conclusão do corajoso professor chegou às rodinhas dos alunos e a garota estranha ganhou o apelido de bebê.
Só que ela continuou não se importando...
Foi no meio do ano que tudo mudou. Ela não era mais estranha. Não era mais uma aluna medíocre. E não possuía um diário.
Foi no meio do ano que foi anunciado para todos que uma das empresas mais ricas do mundo iria patrocinar uma garota em sua publicação de seu primeiro livro, que seria escrito durante um nada breve tour pela Europa. E essa garota era a estranha.
Ela falava inglês, francês, italiano, alemão, russo e entendia um pouco de japonês. Conhecia muito da história da maioria dos países europeus e de muitos costumes. Já lera vários livros em diversos idiomas e seus cabelos não eram ensebados como julgavam.
Só então a estranha percebeu que deveria ter se importado com os outros só para notar a nítida diferença entre verdades e hipocrisias. E julgava que todos eram hipócritas.
No final do ano, seu livro saiu, e na noite de autógrafos em seu país, em sua cidade, aqueles que tanto debocharam da sua cara estavam lá. Mas ela só assinou o livro do professor que perguntou a ela sobre o caderno.
O nome do livro? Caderno cor-de-rosa.

11 de maio de 2008

Algumas meias verdades

Você quer que eu seja sincero? Então serei: eu não a amo. Não posso amá-la. Esse sentimento não me pertence, não me é viável.
Eu julguei amá-la no começo, pois acreditei realmente que você tinha mudado essa condição em mim. Foi um doce momento ilusório que eu vivi, talvez pela ânsia de que você fosse realmente capaz de fazer algo assim, mas isso é um ato grande e ninguém é grandioso o bastante para mudar uma essência. Esta é a minha essência: não poder amar.
O que fiz foi repetir constantemente uma mentira até o ponto em que ela se tornasse uma verdade. E ela nunca o foi e acho que não a repeti o suficiente. "Eu a amo". "Eu a amo". "Eu a amo"... Era-me um mantra que nunca me apazigou.
Meus sentimentos não foram em um todo uma farça. Por alguns instante eu cheguei a importar-me com você. É verdade, eu lho digo sem peso na razão. Mas importar não é o que você esperava, não é mesmo? Eu não a culpo. Fomos dois principiantes um com o outro, julgando entender os motivos e já conhecer as conseqüências.
Caminhamos juntos por inércia e afastamo-nos por repulsão de cargas.
Era isso o que éramos. Forças físicas. E é isso o que não somos mais.
Desculpe, eu nunca a amei.

7 de maio de 2008

Não sou fã de correntes, mas eu adoro responder coisas.

EU:
• Eu tenho: algumas coisas que minha mãe sempre diz estarem fora do lugar (não quero entrar nessa discussão)
• Eu desejo: viajar para Europa, escrever um romance por lá e morrer em Paris.
• Eu odeio: Arrogância e a minha timidez.
• Eu escuto: grilos.
• Eu tenho medo: de agulha, de dentista e de fantasma.
• Eu não estou: sem dor de cabeça.
• Eu choro: quando bem entendo, pô.
• Eu perco: uma aula por um belo sono.
• Eu preciso: aprender que exatas são importante.
• Eu devo: aprender que sou limitada.
• Me dói: agulhas dentro de mim.

SIM OU NÃO:
• Tem um diário? Defina diário.
• Gosta de cozinhar? Definitivamente não.
• Gosta de tempestades? Às vezes.
• Há algum segredo que você não tenha contado a ninguém? Ahan.
• Põe seu relógio uns minutos adiantados? Não. Eu continuo a dormir mesmo com ele despertamdo.
• Acredita no amor? Sim.
• Toma banho todos os dias? Sim.
• Quer casar? Pretendo.

QUEM/QUAL É:
• A pessoa mais estranha: aquela do espelho - ela em olha de um jeito estranho.
• A pessoa mais chata: meu irmão.
• A pessoa que te conhece melhor: eu.
• O professor mais chato: devo listar?
• A frase que mais usa no msn: oi, tudo supimpa?
• Sua(s) banda(s) favorita(s): u2, o teatro mágico.
• Seu maior desejo: me dar nove dias sem dormir com um notebook.

ALGUM DIA PODERIA:
• Comer uma lagarta? Jamais!!!!
• Matar alguem? Apesar e ser uma fã incondicional do Jack, o estripador, acredito que não.
• Saltar de paraquedas? AHAN!!!.
• Cantar em um karaokê? Não.
• Fazer strip-tease? Depois de uns três litros de Vodka destilada, quem sabe (apesar de acreditar que no primeiro meio litro já estaria dormindo)
• Ser vegetariano? EU jÁ Sou, BABY!!!
• Roubar uma loja? Se for uma livraria...
• Se maquiar em publico? Tranqüilo.

SE FOSSE:
Se eu fosse um mês seria: setembro.
Se eu fosse um dia da semana seria: quinta-feira.
Se eu fosse um número seria: cinco.
Se eu fosse um planeta seria: Saturno.
Se eu fosse uma direção seria: norte.
Se eu fosse um móvel seria: cama.
Se eu fosse um líquido seria: suco de cenoura com beterraba.
Se eu fosse um pecado seria: preguiça (ops! já sou).
Se eu fosse uma pedra seria: rocha do litoral.
Se eu fosse um metal seria: mercúrio.
Se eu fosse uma árvore seria: árvore de cerejeira.
Se eu fosse uma fruta seria: goiaba.
Se eu fosse uma flor seria: sakura!!!
Se eu fosse um clima seria: ameno.
Se eu fosse um instrumento musical seria: piano.
Se eu fosse um elemento seria: ar.
Se eu fosse uma cor seria: branco.
Se eu fosse um animal seria: um porquinho filhote.
Se eu fosse um som seria: do piano.
Se eu fosse uma letra de música seria: palavras, o teatro mágico.
Se eu fosse uma canção seria: sometimes you can't make it on your own, u2
Se eu fosse um perfume seria: J'adore.
Se eu fosse um sentimento seria: alegria.
Se eu fosse um livro seria: A Menina que Roubava Livros, Marcos Zusak.
Se eu fosse um personagem de livros seria: Lord Henry, O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde.
Se eu fosse uma comida seria: uma soja.
Se eu fosse um lugar (cidade) seria: Paris ou Atenas.
Se eu fosse um gosto seria: amargo 60% cacau.
Se eu fosse um cheiro seria: café.
Se eu fosse uma palavra seria: paradoxo.
Se eu fosse um verbo seria: criar.
Se eu fosse um objeto seria: caneta.
Se eu fosse um desenho animado seria: Coiote.
Se eu fosse um filme seria: Moulin Rouge.
Se eu fosse um personagem da TV seria: Gregory House.
Se eu fosse uma roupa seria: uma calça jeans.
Se eu fosse uma parte do corpo seria: os pés.
Se eu fosse uma expressão seria: um olhar arregalado.
Se eu fosse uma forma seria: uma onda.
Se eu fosse uma estação seria:
primavera.
Se eu fosse uma frase seria: "Descrever-se é limitar-se" Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray.

Uma fábula para Você

Eis o que eu queria contar.
A cigarra não tinha um futuro bem definido, mas o que importava? Não era para viver o presente? De que adiantava as linhas tracejadas em seu caminho se, no final daquele caminho, somente a carcaça sobraria? Mas ela tinha um sonho: conseguir mudar tudo isso.
O louva-Deus que surgiu em sua vida não era de verdade. Ele era fruto de sua imaginação, mas ela o aceitou bem mesmo achando ser louca e ter perdido os poucos resquícios de sanidade que a vida conseguira lhe poupar.
Ele possuía em si uma postura inquisitora do século XV e a essência das tão famosas guerras santas. E tudo o que ele queria era purificar a pobre cigarra. Mas ela era cega para ajudas e não conseguia entender que algo estava errado. A questão não era viver o agora, mas viver sem sonhos.
"Cigarra, querida...". Ela já conhecia o discurso, as metáforas a serem usadas e o final. Não mudava e talvez fosse por isso que não o ouvia. A repetição da ordem a incomodava.
"Você fala para eu mudar, mas você mesmo não consegue fazê-lo". Foi seu ápice, sua libertação. O louva-Deus apenas sumira dos olhos da cigarra, mas voltava todas as noites, em seus sonhos, para lembrá-la que os antigos já haviam dito que o presente nunca existira. Seria o término do passado e já o começo do futuro.
Mas a cigarra não se importava - muito pelo contrário, aquilo só lhe dava mais argumentos para dizer que então possuía um futuro.

1 de maio de 2008

Abstração

O mesmo erro de antes. Hoje ele é repetitivo e tachado como clichê em minha vida, mas na primeira vez ele era inédito e todos diziam-me que era perdoável. E até aceitável. Mas hoje, ele é repugnante - e todos repulsam o prólogo dessa história.

Tornei-me alguém além das expectativas, alguém além das previsões. Fiz de mim uma abstração e perdi meu corpo para o inexistente. Adjetivos não existem. Claro que agora dou risada disso e acho tudo uma grande tolice - quase ingenuidade. Mas o certo depende de cada um, não é? Depende da razão, daquilo que se julga bom para si e para os outros, não é?! Ou seria algo inerente ao homem?! Bem, se fosse, eu teria interceptado-me.

Fui inocente até quando já conhecia os motivos, mas, por favor, me entenda: eu tinha um legado para manter, uma fama para estruturar e um desejo para alimentar. Eu tive medo. Tive desespero. Quando ele surgiu, todos os meus alicerces tremeram, rachando a minha estrutura. Tudo poderia desabar nesse mundo, menos isso - a única coisa que me sustentava e que eu deixava me sustentar.

Eu repeti por dias a fio o mesmo erro: eu alimentei a minha inveja e corroí as ponderações. Fui juvenil desde a descoberta até a execução. Fui um trouxa qualquer lutando por razões quaisquer e gritando por palavras inúteis que ninguém escutaria. E ninguém escutou. Ninguém soube interpretar os meus olhares, a minha acidez. Ninguém chegou aos meus pés quando fora necessário e possível - por isso, ninguém pôde interceptar.

Todos julgaram algo natural e involutivo. Estável. E eu deixei-me enganar por essa visão. A culpa não é minha, porque não houve alguém capaz de ter o meu brilhantismo para me deter. Nem mesmo ele, que se julgava meu amigo. É claro que eu nunca me deixei influenciar pelas palavras que ele me dizia, porque elas eram tão irreais quanto a sua excelência.

Sim, ele não possuía absolutamente nada que o destacasse, porque todas as suas virtudes eu já possuía. Tudo o que ele era, eu o fui antes. E, um dia, ele teria a mesma ruína que a minha - e teve, mas não por conta própria. Ah!, nem mesmo isso ele pode fazer sozinho, nem mesmo se arruinar. Incapacitado. Eu o chamaria assim, com essas letras, porque assim o era.

Nada podia fazer sozinho, e eu fui obrigado a ajudá-lo. Eu tive de fazer isso para provar que a mediocridade a todos pertence, mas o que torna alguém distinto é o que só este pode fazer. Ele nada fazia e eu tive de fazer por ele, pô-lo no verdadeiro lugar que deveria ficar. No segundo patamar enquanto eu poderia acariciar seus cabelos em cima do primeiro.

Não tive culpa; apenas fui solidário. Ele não aprenderia sozinho. Ele nunca aprendia sozinho. Era um medíocre. Todos são. Eu era fulgurante, sempre possui o diferencial, o destaque. Enquanto todos brilhavam em azul, eu iluminava-me em vermelho. E ele apenas brilhava em uma cor similar a minha, mas nunca poderia sê-la. Compreende?

O mesmo erro que no começo era inédito. O que posso mais dizer? Eu não encostei um único dedo nele. Eu abstraí-me. Eu não possuía formas físicas mais. Tentei ajudá-lo da mesma forma que desejei destruí-lo.

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Acho que, por enquanto, isso é apenas uma idéia. Mas um dia será mais.
E antes que perguntem o porque de estar em pernilongo, explico-me dizendo que isso vem fazendo parte do meu cotidiano por longos dias.