16 de abril de 2013

Inteligência é outra coisa

" 'Fique Inteligente sem cirurgia' - Já imaginou se no lugar daquelas propagandas de “fique magra sem cirurgia” a gente tivesse a proposta acima? Que sociedade seria essa? Para começar, nós seríamos, sim, magros. Não esqueléticos, nem anoréxicos, mas a obesidade diminuiria muito. Porque ser gordo não é saudável. E quando você se toca de que as calorias que você come devem ser inferiores às que você gasta, pronto. Temos uma dieta bem-sucedida. A gente seria inteligente a ponto de pensar o seguinte, enquanto encara um pedaço quentinho de pizza (ou uma fatia bem caprichada de bolo): “A longo prazo, é melhor eu não comer isso. Minha dieta vai dar resultado e, enfim, poderei comer outras gostosuras com moderação.” PRONTO, RESOLVI A OBESIDADE NO MUNDO."
(http://www.depoisdosquinze.com, Luisa Clasen)


A primeira colocação já começa no equívoco. Se todos fôssemos inteligentes, saberíamos que sim, podemos comer aquele pedaço de pizza porque este seria um dia atípico, e dias atípicos não interferem em hábitos saudáveis. Uma pessoa inteligente, como é o proposto, não precisaria de dieta e nem de reeducação alimentar, porque a alimentação saudável já seria base de tudo. Errado achar que não se pode comer doces, lanches e pizzas, o que não pode é comê-los todos os dias. Uma vez por semana (apenas um e não todos) não interfere.
E interesse colocar que quem é gordo não é inteligente, além de agredir o problema social como um todo. Obesidade é além de uma síndrome metabólica, é um comportamento, um self. Uma consequência que abrange o estado biológico, psicológico, comportamental e até mesmo as crenças pessoais. Uma pessoa neste estado não é burra, é uma pessoa que necessita de ajuda e apoio e empatia, mas que precisa, antes de qualquer coisa, estar pronto para receber ajuda - dos profissionais capacitados para tal. E não da tia qe fica falando na orelha que tá gordo, não o pai que leva para casa uma travessa de doces e fala que o filho não pode comer, só olhar. Um nutricionista, um educador físico, um psicólogo, porque não um grupo de apoio. Um cardiovascular, ortopedista... esses sim sabem dar a ajuda necessária para a Obesidade, não doença, não burrice. Uma realidade.