9 de fevereiro de 2013

Quando se é criança

Sinto saudade daquele tempo em que qualquer tombo no chão ou dedinho batido me dava o direito de chorar. Hoje devo engolir o choro e esquecer o machucado, mas queria mesmo é poder chorar por cada ralado.

7 de fevereiro de 2013

Fitas de Cinema

Jean,

Acho nobre tudo o que fez, mesmo diante do ato. A nobreza é tão estranha diante desses fatos em que você viveu que usá-la para te exaltar pode até mesmo soar como ofensa. Mas não me refiro ao dinheiro ou à ostentação; refiro-me a cada ato singelo de amor ao próximo contido em você.

Precisou de uma declaração clara e reta, quase como uma bofetada em seu rosto para perceber isso dentro de você. Já estava ali, desde o primeiro pão roubado para a criança de sua irmã. E estava ali quando decidiu mudar, estava ali quando se entregou a Javert mas tinha de ajudar aos outros (e por que não falar do seu grande impasse?! Javert era nobre, pois, em seus preceitos de conduta e lei. Ele não poderia viver no mesmo mundo em que há você e ele, não poderia ao notar seu espírito, sua lei. O Estado era a lei e ele a tinha consigo. E eis que surgiu você, 24601).

E, sim, estava ali no leito de Fantine, tomando-a como um amor quase platônico e abraçando sua Cossete como sua própria.

Tu és tão nobre, Jean, que choro. Choro por ter encontrando em você o que há muito o meu mundo não vê, onde somos divididos pelo dinheiro, pelo time, pela cor, pela nossa opinião.

Precisamos de revolução.
E precisamos de você.


Fique em paz, monsieur Jean Valjean.