20 de novembro de 2011

I cannot walk beside you.

Você me abandonou.

Disse que seguraria forte em minha mão e abandonou-me na primeira esquina.

Deu-me conselhos de uma vida e frases já bem escritas, e deixou-me sozinha na próxima linha. Pois não gosta tanto assim de mim?! Não o vejo mais ao meu redor, não o vejo mais na mão estendida para me levantar quando escorrego... nem o vejo para rir de mim, chorar ou ignorar. Quem ignora antes viu. E nem isso você faz.

Você me disse para escolher um caminho, que para quem não tem rumo fica melhor para brilhar em um, e eu escolhi o meu e tô com medo mais uma vez. E você nem ao menos consegue perceber. Será que toda vez terei de ser eu quem vai correr até você?! Pedir pela mão estendida, pelo olhar de irmão e o tapa de amigo?! Que engano! Rá, rá, rá... você não é meu amigo. É meu irmão, mas não amigo.

Você me abandonou, e temo que seja porque desistiu de mim.

11 de novembro de 2011

Você soube ver o tamanho dos olhos dela?! Eu vi. Costumava ver todos os dias, aqueles dois grandes olhos brilhantes de sonhos. Ela dizia de árvores, livros e travesseiros, e eu via colinas, mundos inteiros, romances, dramas e a sua escrita. Sua cabeça sobre o travesseiro idealizando como seria, como "se fosse"... e vi de perto como não foi.

Os olhos eram de tanta grandiosidade que achava aquilo magnificência. E chegaram tão perto de o serem de fato que se afundaram no próprio "não ser". Eles não eram a realidade, os sonhos não seriam o agora, e tudo seria a mais bela fantasia da hora de dormir.

Ela tinha grandes olhos que se tranformaram em rancores.

Ela não sabe perdoar, porque quem perdoa não sente e ela sente cada amargura deixada.

Deixei-a com os olhos opacos e abandonei seu caminho, mas me lembro, sempre, de como eram, de como costumavam querer ser.


Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens.
(Legião Urbana, Tempo Perdido
- em ironia)