30 de abril de 2010

O que fazer quando você sai à noite e tenta encontrar mediante a tantos rostos desconhecidos um único singular que te faça sentir-se bem? O que fazer quando ninguém lhe interessa, quando uuma única singular imagem refreia uma vontade... refreia porque sabe que se der vazão essa vontade o momento não valerá a pena quando meses correm solto na lembrança.

O que fazer diante de tudo isso?!

- É aceitar que se está apaixonado. E lutar para não ter medo.

those unreal months ago

Os cabelos pretos deles estão baixos por causa da densa chuva que cai sem dar um tempo. E os cabelos dela estão se cacheando mais por causa dessa água que adentra ao seu coro cabeludo sem muita pretensão. O olhar dele é baixo porque ela é menor que ele. O olhar dela é baixo porque muitas constatações estão chegando a sua cabeça.
Elas sempre vêm, ela pensa, tentando organizar tudo aquilo.
- E você vai embora? - Ele pergunta enquanto luta pela não-ação de tocá-la ao ombro ou arrumar algum fio ou outro de cabelo.
- Demorei muito para partir. - Ela responde enquanto tenta entender porque simplesmente não o olha nos olhos. - Eu... eu não sei porque demorei tanto para ir desta vez. Geralmente eu sempre parto antes_
- Você gosta de mim?!



E ela abre os olhos e vê como aquilo já é um passado longíguo, o quão aquela cena não existe e nunca existiu. Ele nunca perguntaria essas coisas, ele nunca disse que gostava dela. Ele nunca proferiu quaisquer palavras que pudessem extinguir qualquer dúvida. E na dúvida ela não pode viver, não é idiossincrático a si tal condição.
- As dúvidas cessam. - Ela diz e acaricia o seu gato.

27 de abril de 2010

despertadores vizinhos

O legal de se morar em um conjunto de kitnets é que da para ouvir cada despertador. Tem aquele do não era para você se apaixonar, era só para gente ficar que com certeza deve odiar sertanejo ou se cansou desta música ou não sabe da famosa lei de que passamos a odiar profundamente qualquer hit posto no celular para ser usado como despertador.
E tem o a whole universe was in a hot dense state, then nearly fourteen billions years ago expansion started. Wait... Essa pessoa eu tenho certeza de que adora a música do The Big Bang Theory, mas desconhece a lei do odiarás eternamente a música de seu despertador. Eu, por exemplo, passei uns bons meses evitando Boate Azul por causa disso. Nas baladas em que eu ia e ela era tocada, tinha aquela sensação de ser cedo e de ter que acordar - era agonizante!
Mas esses não me incomodam tanto quanto o lazarento que tem o mesmo despertador que o meu e o deixa tocando 5 vezes antes de fato acordar - e o meu é baixinho para eu poder usar a desculpa do tocou e não ouvi, mas adestrei bem meus ouvidos para detectarem-no e agora acordo 5 vezes antes do meu de fato despertar ¬¬

26 de abril de 2010

contou-me que está sem ação, com receio e medo. contou-me que está num impasse, num preconceito, numa previsão. contou-me dos anseios em escrever todos os dias coisas bonitas, e do quão aquilo lhe enjoja a alma. e contou-me, contou-me, contou-me... que não olha mais para os lados, pois foram-se os tempos em que tudo e todos lhe interessavam. não procura mais por abraços estranhos quando bem sabe qual lhe conforta mais.

22 de abril de 2010

Acabei de ler um depoimento no orkut que me fez de fato repensar um pouco quanto ao meu Ego literário... ou seria o ortográfico?!

21 de abril de 2010

o que eu acho

Sobre meu irmão:

Tô sentindo que deveria pedir desculpas ao Danilo urgentemente por tê-lo julgado por todos esses dias. Eu deveria desconfiar que um julgamento e um aviso dele para a minha pessoa não seriam num todo apenas movidos pelo ciúme de irmão mais velho. Não. Havia tanta coisa embutida, tanta coisa já conhecida... e, ao vê-lo ali, fiquei imaginando quantas e quantas vezes ele mentiu para mim e qual parte dele já deve estar treinada para este fim, e, ainda, quantas vezes ele não agiu da mesma forma ou até mesmo pior. Deixo claro que esta última parte não se refere ao meu irmão. Mas eu preciso me redimir com o Danilo e dizer que só entendi as constantes metáforas depois que participei um pouco do âmbito social.

Sobre meu pai:

Que eu acredito que ele não me compare com o Danilo e nem espere os mesmos resultados de mim é verdade, mas às vezes eu sinto que ele não me vê preparada para absolutamente nada, nem para uma vida acadêmica, nem para uma vida cultural, nem social, independente ou como intercambista! Eu queria que ele acreditasse um pouco mais em mim em certos quesitos... Se diz ele que, como pai e protetor, não consegue me soltar e deixar minhas asas crescerem sem ordem alguma, queria que ele confiasse em mim para, pelo menos, aprender a voar do jeito dele e que, assim, ele pudessem me observar voar. Não me importaria de me torná-lo. Não mesmo.

Sobre minha mãe:

Mamãe sofre por causa de uma coisa em mim: minhas críticas. Sou muito crítica, comigo mesma, com os outros, com as coisas, com o mundo, religiões, preconceitos, hipocricidades... tudo. Critico mesmo, e algumas vezes até sem conhecer. E ela sofre por eu criticar a religião dela, questionar, indignar, inadagar, menosprezar. E ela sofre por eu ter uma cabeça diferente da dela, por querer coisas que ela não almejou, por querer ir embora, por querer fugir toda vez que eu me sinto insegura. Ela sofre por eu não confiar nela totalmente para contar tudo o que acontece em minha vida, por não poder dar a ela todos os pormenores da minha vida - e ela, talvez, se sinta incomodada por eu ser tão crítica quanto a isso também.

Sobre o Marcelo:

Está aí uma pessoa que eu torço muito para que se realize. E eu não entendo essa dificuldade dele em conseguir manter as amizades, porque eu, não somente como prima, mas amiga mesmo!, não consigo pensar em pessoa mais prestativa do que ele - de verdade. Ele sempre apoia quando acha necessário, critica, fala a verdade, mas ajuda, consola e escuta. Se você pedir, ele move mundos para conseguir fazer aquilo por você. E eu penso que ele precise de alguém que enxergue essas qualidades nele, esse carinho todo que ele sabe transmitir e quer em reciprocidade (já que ele não aceitou a minha idéia de celibato).

Sobre mim:

Eu estou completamente insegura - ou em dúvida?! Faz, pelo menos, umas dez noites que não durmo, que meus pensamentos me consomem e que estou absorta em algum tipo de estresse mental. Sem mencionar que essa arte de conquista não me pertence, não sei se estou agindo de forma certa e nem se ele está começando a ficar enjoado de mim. Vai saber. Eu não poderia pôr todo o meu potencial cotidiano sobre as expectativas de reciprocidade dele, mas sempre acabo por este caminho - e como disse a senhora e sábia Maria Inês, serão tão poucas as vezes em que serei retribuída na proporção de que me doo e espero. Deveria ainda estar submersa naquela felicidade de sábado, mas acredito não ter sido uma boa idéia ter ido me despedir na rodoviária. Eu não sou a namorada dele, não possuo qualquer compromisso, qualquer dever...
Que seja!, no fim sempre serei uma ciumenta possessiva com uma mente absurdamente criativa. Só preciso continuar controlando isso dentro de mim - e perto dele. E temo - mesmo! - querer fugir em algum momento. Não posso... não posso deixá-lo de novo.

Sobre a minha cama:

Que algo está errado com ela eu sempre soube. Estou no quarto do hermano, dormindo em um colchão posto no chão, enquanto a minha cama está repleta de roupas, livros, bolsas, bagunças. Eu deveria mudá-las de lugar, e não me mudar de lá. Apesar de que ultimamente dormir no quarto do Danilo tem tornado meu sono mais calmo e longe de pesadelos - apesar de eu apenas poder usufruir desse bem quando o mesmo não se encontra em casa e isso só tem acontecido quando eu também aqui não estou. E eu acho que não gosto do lençol que cobre a minha cama...
Eu gosto assim, quando você me liga e decidi que quer porque quer viajar, e a gente vai. A gente visita alguns tios perdidos, presenteia uns primos esquecidos e damos muita risada no meio do caminho. E quando eu falo para você das minhas teorias de conspiração, você ri alto e diz "se ele tá enchendo a cara num buteco, Bru, a gente também pode". E a gente se dá ao luxo de parar em um bar qualquer numa cidade que só conhecemos a rota para a casa da tia e pedimos algumas originais. Você bebe menos e me deixa beber mais, e me faz beber mais porque você diz que ao estar bêbada eu tenho as mesmas manias de um alguém que tomou alucinógenos - claro, como boa companhia que sou para você, nunca ousei perguntar como você reconhece tais efeitos em mim. E gosto mais ainda quando você coloca aquelas modas de viola e vem cantando junto comigo, sem se importar quando erro a letra - o que acontece quase toda hora. Mas a gente, a gente se diverte... porque antes de sermos primos, meu caro, já celaram nosso destino: seremos sempre irmãos.

20 de abril de 2010

Só mais uma insônia

Tenho aula, tenho insônia, tenho saudade. Tenho vontade de largar tudo e apressar as coisas, levar um lero com Deus para ver se eu não vou quebrar a cara de novo... porque, se isso acontecer, dessa vez, eu vou sofrer demais. Tenho vontade de te ligar agora, tipo, agora mesmo, às 05:16 da manhã e explicar que seu amigo de adicionou no orkut e no msn, mas que não tem nada haver, é você quem não me deixa dormir hoje.
Hoje eu chorei de saudade, de felicidade e foi tudo tão genuíno, tão verdadeiro que me fez ficar mais feliz. Eu lembro de você e tenho vontade de correr pela rua, que nem louca, gritando que estou apaixonada, e que você me é tão lindo... eu sorrio só de lembrar, sorrio e meus olhos lacrimejam e eu tô te amando. Não que eu o ame, mas aprecio tanto cada momento nosso... Ah!, Rodrigo, se você pudesse uma vez entrar na minha cabeça e ver as palavras que eu seguro para não te causar impacto ou te assusutar.
Não fico brava, de forma alguma, por você me tirar o sono - o meu precioso sono -, muito pelo contrário, adoro. Adoro que ele seja por causa de você.
Volta, volta, volta! Me adora, me beija, fica.
Eu quero um outro sábado, quero uma outra tarde.
Quero, quero, quero...
quero tanto estar com você.

19 de abril de 2010

edge of the whole thing


A carta dela começava mais ou menos assim:



"Tá chovendo e pela primeira vez não me importo com o barulho insuportável que essa água faz contra a janela. E pela primeira vez também notei que aquela luzinha que adentra ao quarto por deibaixo da porta ainda me incomoda profundamente - e sabe o porquê? Porque ela desvia meus pensamentos.

Eu gosto de mentalizar, como você bem sabe, tudo o que gostaria de fazer e, por muito tempo, imaginava meu futuro profissional e minhas gastanças culturais e meu sossego no parque. As fotografias que eu poderia tirar se entrasse em um curso decente de fotografia e a luminosidade que seria capaz de capitar; a roupa para o final de semana e as expectativas das festas. Uma futura confraternização com os amigos, uma foto que poderia tirar de mim mesma ou até mesmo programar um estímulo falho para arrumar meu quarto na manhã seguinte.

Eu costumava ser assim, ver a todas essas coisas com facilidade, mas a chuva, quando havia uma, me incomodava profundamente, e a luminosidade não me permitia dormir e até mesmo aquele barulhinho de algum inseto lá fora me tirava a concentração. Eu mal conseguia pestanejar, mal conseguia regular minha respiração. Mas... sabe o que aconteceu?! Eu mudei. E notei que parei de imaginar o futuro e comecei a fechar os olhos, virar para o lado mais escuro do quarto e lembrar de cada momento de um passado especial - e, minha amiga, quando você imaginou ver-me nessa situação?! Você bem sabe quem está nessas lembranças, quem está nos constantes flashes da minha memória e das minhas sensações. Dos toques. Beijos. Abraços. Vontades. Suspiros. Tudo voluntário. Você bem sabe... e eu, hoje, também sei que se tivesse tido meia certeza de que ele estaria aqui comigo, teria esperado, teria ficado intocável, teria nunca ter gostado de outros. E hoje me sinto assim, como se nunca tivesse gostado de ninguém e nem ao menos direcionado um olhar com mais volúpia, porque meus olhares de volúpia são mais intensos com ele, meus beijos são mais vívidos, mais existentes, mais condizente com ele.

Mas não vou mais falar sobre ele - porque ele pertence a minhas noites..."

17 de abril de 2010

you´re sorry or not?

Ela balança as pernas sem parar, roe a unha, puxa pele do dedo e me olha nervosa. Não. Nervosa não, mas inquieta. Ela está sentada bem diante de mim, bem de frente para mim e tem olhos enormes - e eu não gosto desse poderio todo que eles possuem, me dão medo. Sei bem eu também que ela está com medo, por causa dessa minha postura quieta, pacífica e de olhos pequenos - pequenos e centrados.
Não, não estamos disputando nada, é apenas a sensação. Eu sei o que ela tem, e ela não tem idéia do que eu tenha - afinal, quem deveria desabafar era ela. Ela quer me dizer que está insegura, tensa, medrosa, confusa e assustada. Mas não vai dizer absolutamente nada. Ela já sabe que eu sei. E eu deveria dizer que está tudo bem, que eu também estou e ainda há em mim a dúvida de ser certo ou não. Somos um ser só, entende?!
Eu sei observar e ela falar. Somos opostos.
Digo "calma" e ela se acalma. Ou assim o finge muito bem.

15 de abril de 2010

tudo misturado

Estou com insônia, uma senhora dor nas costas e um monte de coisa na cabeça. Tenho saudade também, mas essa passa quando geralmente durmo. Estou contando os dias para o seu aniversário para te mostrar o que eu comprei e o que escrevi, como montei seu cartão e que escolhi te dizer. Eu sempre penso muito bem nos presentes... às vezes falho, verdade, e acato por comprar algo comum e certeiro - mas esse ano não. Eu prometo. Estou pensando no dia de amanhã e em como tudo demorará para passar, em como eu não vou me aquietar até conseguir expelir esses pensamentos de mim. Preciso descançar, preciso acalmar a minha mente. Eu sei que preciso porque é de extrema complicação não conseguir dormir. Estou insegura. Preferiria que não fosse, que as coisas já estivessem ajeitadas. Preferiria não estar longe de você nesse período conturbado; desculpe por isso. Eu não consigo pensar numa solução ou em um estímulo para você ratificar suas vontades; queria poder te centralizar e dar o empurrão inicial para, assim, seu corpo permanecer na inércia. Queria ter as palavras certas para você desistir dele, ou as palavras muito certas para mostrar a ele que ele é sim um moleque de 21 anos. Ele não sabe lhe dar com você, ele não tem parâmetros para isso, meios para te sustentar, emocionalmente falando. Eu queria que ele fosse o suficiente a sua família, para o seu ego - queria que ele fosse a sua cartada certa e o seu amor eterno. Que seus pais entendessem de uma vez por todas que mais cedo ou mais tarde vocês vão se casar, que vocês estão juntos há 4 anos e que vocês dois se amam. Queria que ele retribuísse, que surgisse um outro, que esse outro te conforte e te entenda, e, desta simples maneira, ele saberia exatamente o que dizer, exatamente como agir e, o melhor, como te olhar. Você precisa de olhares, minha querida, precisa da intensidade certa de um olhar - e alguns exageram, muitos não potencializam tanto. E eu queria, minha cara, do fundo do meu coração, que você não estivesse desta maneira travada com os sentimentos. Amar pode machucar, mas não é uma condição. Apaixonar-se é cruel, mas tão digno quanto a possibilidade de não escolha... queria poder implantar em você a possibilidade e o bem-querer de encontrar um amor que não possua déficts.
Eu queria apenas poder dormir.

I used to be a dreamer...

Mãe,

por favor, não chore. Você sempre soube que essa decisão não era uma decisão, mas algo inerente a mim, que sempre esteve aqui. Você sabia que seria apenas uma questão de tempo para que eu a percebesse e, desculpe, porém, uma vez notada, eu não posso ignorá-la.
A gente cresce, mãe, e, por mais que seja tão prazeroso os laços maternos e do lar, a gente precisa continuar - de longe -, afinal, foi assim que você conseguiu tudo isso, não é?! Um casa, um lar, uma família, seus filhos... você só conseguiu tudo isso porque você também teve de partir, mas não porque se foi embora que se abandonou os laços, as relevâncias, os princípios. Estamos partindo, mãe, para dar continuidade a tudo isso o que você nos ensinou.
E desculpe... desculpe por ter partido, em pensamento, mais cedo do que você achou que seria. Eu sempre estive predestinada a isso, mãe, a ir embora, a ir contra, a querer desfazer. Desfiz-me das suas crenças, das suas vontades, dos seus sonhos, fui contra a sua fé, a sua proteção e, agora, estou indo embora.
Não chore.
Sorria.
Sinta-se feliz por mim, por eu ter entendido e encontrado o meu verdadeiro caminho. Mãe, não estou destruindo... estou apenas me desfazendo e ver o que, no fim, se sobra.

14 de abril de 2010

evolution



















she´ll not stand by you


Ela saiu correndo e você nem a impediu. Ela achou melhor se distanciar de você - e você nem tentou evitar. Você me disse que os motivos dela eram bons, mas ela nem os disse - você assim os presumiu. Quer a verdade? Ela não teve motivos; ela teve medo. Medo de continuar tão próxima de você e seus olhos continuarem fechados ou cegos para ela. Ela teve medo. E isso não é um motivo. Você já a viu chorando?! Eu sim; e ela chora feito criança separada dos pais; e ela chora aqui, no meu colo, implorando-me para que eu faça um motivo, um argumento razoavelmente convincente, e você me deu isso ao não impedí-la.

Ela saiu correndo e não vai mais voltar.

13 de abril de 2010

what a wierd world

O que eu nunca consegui entender é por que o lado feminino do mundo sempre tende a escrever coisas pitorescas e românticas, quando o lado masculino não vai retribuir de forma igual. Ou apenas retribuir.
Não entendo essas palavras bonitas organizadas de um jeito tão carente e tão sem graça - eu as julgo sim, porque por muito tempo também me usufrui delas e, hoje, ao lê-las de novo, não vejo graça, não vejo sentimento, e sinto vergonha por ter sido a autora. Mas não adianta, sei que estarei nessa atmosfera por esta ser uma sina feminina - querer sempre demonstrar exatamente como se é, como se sente, como se explica. É um clichê barato. E além dessa condição miserável, existe ainda a decepção - porque ele simplesmente não vai retribuir.
É a famosa solidão feminina - mesmo acompanhada, estará sempre sozinha em suas necessidades e carência.
Porém, quando me dizem que eu sempre vou quebrar a cara por sempre ajudar e raramente ter a mesma retribuição, prossigo ajudando, escrevendo e sendo carinhosa. Não sou num todo carinhosa, não sou num todo amável... mas perto de você, eu quero ser.

but how do you expect me?!
















Ela sempre faz isso, no fim, eu acho. Acho que ela sempre acaba por decidir por simplesmente ir, mesmo que algo a tenha feito ficar. Não, talvez não seja uma decisão; talvez seja apenas ela, pertencente a ela, inerente - e aí ela se vai. Embora.
Eu tô aqui a vendo sorrir e dizer que vai partir. Apesar de ela estar bem, sei que tem alguma coisa que não torna esse sorriso verdadeiro. Compreende?! Ela está magoada... e ela sempre fica. Por isso ela parte, porque sempre se machuca mesmo quando assim não o é para ser.

Adeus, querida; estarei aqui mesmo quando não quiser.

12 de abril de 2010

like there is no air

Eu estou feliz. Genuinamente feliz. Inocentemente feliz. Feliz por ter te olhado de tão perto, por ter estado tão dentro de seus olhos, por ter estado tão presente em seus beijos. Simples e facilmente feliz. E já o estava antes, quando só pude trocar algumas palavras, desviar meu beijo para o seu rosto e entender que a noite não estava reservada a mim. Feliz por você ter estado tão diante de mim, tão inerente em meu sorriso e em minha vontade de fechar os olhos e te sentir ali. Tão perto de mim.
E naquele outro instante em que eu apenas senti tudo em meu corpo se expressar naquela sucessão de sorrisos descomplicados e sem nenhum pensamento teorizando seus motivos... nesse outro instante!, Deus, não havia pessoas ao meu redor que pudessem me irritar, nem sapato que me fizesse sentir dor. Não havia multidão, não havia empecilhos, não havia dúvida. Eu abracei-o. Beijei-o. E expus a minha saudade, a minha vontade de você.
Eu poderia ter mantido o sorriso pelo resto da noite, pelo resto dos dias. Poderia facilmente mostrá-lo a todos. Facilmente declarar o motivo - mas tudo isso é seu.
Guardo com muito carinho a doce lembrança de você me abrançando e da gente dormindo junto; de você extremamente perto de mim, do contorno de seu perfil e de como o nosso silêncio me apazigua.
Acreditei que eu nunca voltaria a encarar alguém no fundo dos olhos e instantaneamente me sentir satisfeita pelo simples fato de estar presente.

Estou feliz por você me causar tudo isso em poucos segundos.

8 de abril de 2010

Que o universo masculino e feminino é diferente todo mundo sabe. E não estou falando de coisas básicas como futebol, roupa, maquiagem e futebol, e nem da ganância feminina e do ego abalado masculino. Estou falando da arte de ignorar - ou te não conseguir entender quais são os pontos relevantes de uma mensagem (da parte dele).
Se ela escreve Oi, tudo bem?! Sonhei contigo essa noite e fiquei com vontade de você, entenda, homem, de uma vez por todas, que ela está pouco se importando como você está, o que fez e o que deixou de fazer. Ela não precisa de uma resposta complicada, mas de uma simples, como Também tenho vontade de você.
Simples assim, né?!

5 de abril de 2010

de segunda

Hoje ela me olhou no fundo dos olhos e eu senti que o baque maior viria, mas o meu espanto foi menor que o dela. Podia sentir uma energia maior da parte dela, um susto, uma constatação que ela mesma não esperava.
E ela me disse:
- Você terminou os volumes e os abandonou no alto de sua estantes. Está recolhendo as novas páginas, buscando aquelas que você tentou abandonar e vai organizar um novo livro. E quando você dizia de olhos e sorrisos, toques e risos... ah, sua danadinha, você me enganou. Enganou muito. É ele... desde então sempre ele. E você me fez acreditar que ainda gostava do outro, mas seu coração saltou mais quando este se aproximou, quando este lhe tocou... você enganou. Falava dele e me fazia crer no outro...
E seguiu rindo pela sessão inteira, feliz por eu gostar de você.

Sou assim contigo

As datas importantes eu me lembro - e lembro de todas. Lembro a cor da tua camiseta e os sapato que escolhi. Lembro de todas as vezes que perguntei a minha mãe se estava bom e se tu irias gostar; das vezes em que quis só ficar te olhando e entender como funcionam esses risquinhos pretos dentro de teus olhos. Às vezes eles parecem ser de uma cor só, desse breu todo que me engole e me encanta, mas eu presto atenção, decoro teus dizeres, as tonalidades de tua voz em mim, teus trejeitos. Sei até como seguras o copo, como teus dedos cingem o vidro e como este fica um pouco afastado da palma de tua mão. Eu conheço os tantos tons de pretos de teus olhos, e todos aqueles que gosto. E gosto de todos, e gosto deste contraste só teu, de pele, cabelo, olhos e sobrancelhas.
E boca.
Tua boca é vermelha como se estivesse frio, e eu nunca tive a oportunidade de te dizer que ela me beija da maneira que gosto. Devagar e me sentindo ali. E tu beija-me da maneira de que gosto, me fazendo presa apenas a esse ato, a esse teu abraço que me envolve inteira, a esse jeito cuidadoso e com um pouco de desdenha. Mas eu gosto... gosto tanto que o toque fica, a sensação me volta à noite e me comprimi em saudade.
E eu sou ciumenta, sempre acho que sou o segundo plano, que sou aquela em que tu se lembras quando não tens mais nada a ser feito. Não consigo esconder as minhas dores, minhas mágoas, minhas decepções, e sempre acho que a felicidade e o meu sorriso fácil devem ser contidos, escondidos de ti. Sempre acho que não devo demonstrar o quão bem fico ao te sentir perto de mim... e quando perto, eu tenho paz e não me importo com os demais. Importo-me contigo.
E eu quero continuar a só me importar contigo.

3 de abril de 2010

Just one more

Não, eu não posso. Não posso virar-me de costas para você e sair andando, não posso ignorar sua presença, não posso ignorar todos aqueles momentos. Não posso simplesmente fingir que vou virar essa página, que vou rasgar os rascunhos e que vou abandonar tudo dentro da fogueira.
Não, não posso.
Preciso gostar de você, preciso abandonar aqueles outros escritos, e você me fez esquecê-los... não posso permitir que parta ou que me deixe partir.

Rodrigo, fica.

1 de abril de 2010

that complicated time

Olhando alguns blogs da vida, me deparei com dois - cujos links não sei mais onde estão - em que se falavam do primeiro mês de faculdade longe da família/casa/amigos.
Eu ainda me lembro do meu primeiro ano longe de casa. Foi complicado. Choros desesperados, as incertezas, as constantes falhas, a desmotivação para estudar... e claro que tudo se acentuava com o fato de eu apenas precisar passar dois dias fora de casa e não me socializar com a minha turma.
Eu tinha medo, medo de não conseguir estabilizar as minhas características ali e precisar mudar. Sentia medo de precisar esquecer das músicas que gosto, dos eventos que vou e do modo como penso. Claro que estar longe dos seus amigos que passaram, no mínimo, três anos ao seu lado (fora aqueles que você já chama de irmãos e que estão contigo há 9!) e longe da família que tanto o apóia e quer vê-lo contente não ajuda em absolutamente nada.
Meu primeiro ano foi tão conturbado, tão desalinhado, que fez uma transformação catastrófica na minha recepção pelas pessoas. A grosseiria, os escárnios, as 34 pedras que eu tinha escondidas na manga para caso alguém tentasse me ferir... E o melhor disso tudo é que, quando você aceita que precisa sim estar longe de casa nesse período e esquecer como é ser cuidado pela família, você consegue seguir seus próprios rumos muito melhor.
Se me bate aquele desespero quando me vejo portando Física, de Aristóteles, Organon, do mesmo, e Filosofia Medieval, Alain de Libera e sabendo que não vou dar conta dos 3 em uma semana?! CLARO!!! Mas hoje eu entro nesses desespero de cabeça e vejo no que vai dar.

Só queria dizer para essas pessoas que se todos esses sentimentos durarem um mês, está tudo bem, é normal... se durar 1 ano, descabele sim porque no 2º tudo fica melhor.

Enjoy this moment.