31 de março de 2010

enganda pela madrugada

Tenho estado estranhamente sensível e demonstrando o quão me importo com as pessoas e isso tá estranho. Não que antes eu não estivesse acostumada a isso, mas tive dois "ataques" desse tipo essa semana - o que gerou bons frutos, como a ligação de meu irmão para me dizer que me ama. Em outros tempos, diria que isso era óbvio, mas se fosse tão óbvio, por que então fiz o resto da viagem de olhos marejados?!

As coisas vão melhorar, algo diz dentro de mim, as coisas já estão melhorando. E eu tô feliz, mais calma e serena, mais centrada e mais sociável (creio hehehe).

Estou lendo Aristóteles e de Libera, fiz todos os meus exercícios de latim e... ;D

os desenhos que fiz e nomeei.

eu desenhei uma árvore que ocupou a folha inteira, disse que ela está no topo da colina e que está sozinha. justifiquei com o fato dela ser daquelas árvores de troncos colossais, de 120 anos ou mais e que viverá ainda por uns bons tantos séculos... ela consome muitos nutrientes do solo e do ar, não poderia haver outras perto dela porque morreriam desnutritas. somente árvores como ela poderiam sobreviver, mas aí... aí seria o solo que morreria.
eu desenhei uma casa grande em que não é a minha casa. disse que levaria todos os meus familiares e amigos para morarem nela, mas que o meu quarto seria o do fundo, porque há um jardim lindo, colinas, crepúsculos e silêncio - e aí eu poderia escrever.
desenhei uma família, com o meu pai, minha mãe, meu irmão, minha cunhada, seus 3 filhos (dois meninos e uma menina), eu e o meu futuro e desconhecido marido com nossos 3 filhos, minha avó (porque ela vai viver para ver sua família crescer ainda mais), meu primo com sua futura e desconhecida esposa e suas duas menininhas, meu outro primo e sua futura e desconhecida esposa e seu casal de filhos, e a minha prima com o seu futuro e não-desconhecido marido e sua filhinha. e contei que faltava muita gente para ser desenhada, mas a folha não permitiria e nem o tempo. faltavam aos meus tios e tias, meus outros primos e seus futuros e desconhecidos e conhecidos e não futuros parceiros, seus filhos, meus amigos e parceiros e filhos... e faltou tanta gente que decidi, em casa, desenhar a todos.
desenhei uma mulher de perfil e disse que ela sabia cozinhar bem, era prestativa, se importava com os outros e era compreensível. mas era ciumenta, desorganizada, mentia e feria aos outros. sem contar sua capacidade enorme de ferir aos outros e perder o que tentava conquistar... pobre garota.
acho que tirando a parte do cozinhar bem, ela poderia ser perfeitamente a mim.

30 de março de 2010

durante a filosofia medieval

Ele está bêbado e você não quer ser desagradável justo neste momento. Ele gosta tanto de você que aceita até mesmo esse seu amor por outro; esse seu cuidado pelo outro. Ele te abraça e pede por atenção, você aninha seus dedos entre os cabelos dele e sussurra que está tudo bem - porque, em alguma hora, vai ficar tudo bem mesmo.
E, então, é como se o estado ébrio se esvaísse e os olhos deles encaram os seus.
- Promete?!, ele pergunta e você não entende.
- Promete o quê?
- Promete para mim que quando você tiver de ir embora de mim, vai fazer o mesmo que faz com ele?!
- Não estou entendendo_
- Promete que quando você me deixar e eu não quiser mais falar contigo, vai me dar cinco minutos das preces de final de ano e rezar por mim também?! Promete que você vai fazer isso exatamente como fez no começo desse ano por ele, quando você fechou os olhos e ficou ali quieta?
- Amor, o que você_
- Promete para mim que mesmo se eu nunca mais quiser olhar na sua cara, o que você sente por mim vai crescer a cada dia, assim como seu amor por ele cresce sozinho em você, sem você nem ao menos cogitar a possibilidade de não ser assim?! Promete para mim que vai lembrar de mim ao menos, como você faz antes de dormir em relação a ele?!
Você o encara no fundo dos olhos, tentando decorar os traços dos olhos verdes-prateados dele, e não tentando encontrar resquícios de algum castanho mais claro que os seus.
- Prometo.

28 de março de 2010

Meus rascunhos; meus livros, meu você.

Tenho uma certa saudade de você... mas eu não posso me deixar ter sentimentos. Desculpe, mas é que isso atrapalharia consideravelmente o que um dia prometi a mim mesma que pertenceria a uma única pessoa.
Tenho essa vontade louca de estar com você, mas não posso permitir tais pensamentos. Não posso me deixar tão livre para voltar a gostar de você, a me importar... Não agora que decidi simplesmente desistir, amassar essa folha inteira escrita sem rascunho e deixá-la ali no fundo do lixo do escritório. Não que o lugar da história que tentei construir contigo seja no lixo, mas é ali que ficam todas as minhas folhas amassadas e todos os meus rascunhos descartados.
É ali que estão os vários rascunhos que idealizei com ele, todas as folhas que demorei tanto tempo para conseguir me desfazer... e hoje, às vezes, me vejo fuçando no meu lixo de folhas a procura das minhas ideias, da imagem dele, dos esboços hasurados. Por isso você está ali, e não abandonado lá fora, onde o tempo e as condições climáticas podem perfeitamente desfazer a integridade do papel e sumir com todas as minhas palavras escritas.
Eu queria, queria e queria - muito! - não ter desistido de você, mas... mas eu já recuperei todas as minhas histórias dele que abandonei no lixo, e estão aqui guardadas na minha gaveta.
Não seria justo estar ao seu lado e ter de me esforçar por estar ao seu lado.

and it has been said.

Ela tem olhos azuis e penetram fundo em mim. Ela remexe com todas as coisas que eu deixo guardadas, e ela é sábia, esperta e sabe me conduzir. Não gosto disso, de sair do meu auto-controle, que a minha retórica soe falha. Mas ela sempre encontra os erros, as falácias de meus argumentos - coisas que eu mesma não vi. E é esse o maior baque.
Pelo que noto, diz-me arrumando os óculos meia-lua, é como se fosse tudo folhas. Alguns são meros rascunhos de duas ou três linhas que você amassa e joga fora. Outros, um rascunho inteiro, de página frente e verso, mas que você não quer colocar no meio da obra final - e acaba por ter o mesmo fim que o outro. Há aqueles em que você escreveu meia dúzia de coisas, mas eram versos tão simples e ritmados que você os guardou. Aqueles que mereceram entrar no livro, mas tornaram-se as famosas páginas viradas... mas este, ela me diz este, ela me diz, este sim!, ela me diz, este não é uma ou três páginas, é um livro todo, uma história inteira que está vindo em volumes. Sabe como aquelas sagas em que quando se termina as pessoas querem imaginar o que aconeteceu depois ainda? É isso. Este, para você, é uma saga, mas você está no terceiro livro e os empilha, lado à lado, na sua estante, cabeça, coração. E você não vai terminar até que acredite que é melhor terminá-lo do jeito que está.


E você não vai terminá-lo.

26 de março de 2010

Laugh from me

Como fui boba. Diziam-me que a gente nunca daria certo e eu indagava por quê? Por que ele não mudaria por mim? por que eu não seria o suficiente para ele? Por que ele não gostaria de ter somente a mim? E riam. E como riam. E você compactua, compartilhas das risadas. E você fez a mulher que hoje sou.



Durante a viagem de volta para casa.

25 de março de 2010

Damn it! i should be like her.

A cabeça dela está levantada, reta, olhando nos olhos. Eu não gosto quando ela faz isso, porque sei que ela está literalmente danda a cara a bater. Ela não se importa; na verdade, até prefere que seja atingida pela palma da mão alheia. Soa mais verdadeiro do que o uso desconexo de palavras sem significância alguma - pelo menos é o que ela me diz. Mas eu sei a diferença entre dizer, pensar e agir, e sei também que, quando ela oferece o rosto a tapa, assim o prefere porque o julgamento errôneo ou muito ruim alheio lhe dói mais. Dói mais ver falso conhecimento ser despejado de forma nenhum pouco prudente ou útil. Eles não conhecem os verdadeiros significados das palavras, ela me diz enquanto massageia o rosto. Ela provoca tudo isso, essa agressividade vinda dos outros, ela os provoca e os induz ao ato. E eles lhe bofeteiam o rosto e ela sorri, expandindo o batom vermelho que adora usar sobre os lábios. Eles lhe acertam ao rosto e ela os induz a mais... e eles não percebem que, no fim, não são aos desejos deles que são atendidos, mas os delas - e que ela sempre vence, mesmo quando assim não parece.
Caramba, eu queria ser como ela.

Please, God, do not let me alone

Vamos pôr assim, meu caro: enquanto você pensa em qual carta deva jogar, eu já possuo todas as cartas na manga, na mão, na cabeça. Eu sei o que você quer desta jogada e infelizmente eu não estou pronto para te dar. Não posso te dar a vitória enquanto noto que você não está pronto para ela. Prova-me que pode lidar com o sentimento e pura extasia enquanto nós dois jogamos.
Mas, Deus, como posso me preparar para algo que eu nem ao menos consigo imaginar como seja?
Jogue a sua carta e faça a sua escolha, aí veremos como está a sua faculdade de imaginar.

24 de março de 2010

would this be true in any reality?

Sim, meu caro, também o acho. Acho uma besteira sem tamanho chorar por aquilo que não possuímos e por tudo aquilo que perdemos. Chorar por algo que nem ao menos conosco está e nem tem o conhecimento de nossas lágrimas salgadas. Choremos, pois, por tudo aquilo que temos e que consoco está, pois somente estas coisas possuem a capacidade de nos ver chorar e de nos ver se importando com elas. Assim, então, pois, deveria também ser com as pessoas. Pare de chorar por aqueles que não sabem o quão pesa aos teus olhos deixar essa gota escapar, o quão doe ao teu canal lacrimal deixar que esta água salgada e dolorida saia. Mas, apesar de tanto concordar contigo, meu amigo, devo dizer-te que se há a necessidade em ti de chorar por alguém que está distante e que há grandes probabilidades de nunca mais voltarem a ser falar, então, somente nesta ocasião, chore. Chore ao meu lado, ao lado de um amigo verdadeiro e chore mais ainda perto daqueles que te amam; chore, pois, o não-chorar pode bloquear o seu canal lacrimal e, assim, tu terás, para todo sempre, dificuldade de chorar. O não-chorar, meu caro, é pior, porque o que não extravasa uma hora explode.

because of me

O legal de poder dormir tarde e não precisar acordar cedo é exatamente esse: não acordar cedo, mas como realizar tal plano se você marcou avaliação física às 15:30 e te ligam às 8h para confirmarem? É de frustar os ânimos!

Hoje, ao acordar, levei um susto. A mesa-escrivaninha que fica na sala-quarto-copa está completamente desordenada, cheia de livros, papéis amassados, canetas espalhadas... mas ela ainda continua mais organizada que a parte de cima da beliche. É como se simplesmente não existissem dois armários na kitnet.

Entrei em crise ontem por ter terminado de ler Percy Jackson e Os Olimpianos - O Ladrão de Raios e bateu aquele sentimento de e agora, José?! Mas, precavida como nunca fui, trouxe esse semana para Campinas dois livros do Caio Fernando de Abreu, um do Jostein Gaarder, Anna Rice e um do Carlos Ruiz Zafón (sem mencionar a quantidade absurda de textos filosóficos que estou lutando para conseguir ler).

Ontem à noite assisti a dois episódios da 5ª temporada de House e fiquei feliz. Não idealizo o motivo e como House - aquele ser miserável e infeliz - deixaria alguém feliz, mas eu fiquei e isso é o que importa. Encontrei o que faça a minha tpm ir embora - que, aliás, está durando um pouco além dos dias previstos, mas não possuí nenhuma tentativa de homocídio para com os coleguinhas (ainda!).

E vida longa ao Rei!

23 de março de 2010

the only reason of going away without any regret.

Eu abandonei a ele. Achei que não teria coragem de deixá-lo para trás com esta facilidade toda; com esta persuasão toda. Mas deixei.
Vejo a foto dele, vejo seus momentos felizes e penso "eu poderia ter participado disso", mas a consciência berra, sobressaindo-se sobre todos os outros pensamentos, e me chacoalha pelos ombrs "você jamais compartilharia dos mesmos momentos felizes, porque você não estaria feliz - não ao lado dele".
Bem sei onde surgiu essa força para não me humilhar de novo. E você está com boas expectativas agora; a mesma adrenalina se apossa de você e se contenta, por enquanto, em imaginar como seria o reencontro, a nova troca de palavras, de olhares e - por que não - de sorrisos. É a sua consciência que pede para você não esquecê-lo. Seu coração. Sua razão. Seu ser. Você. E o sorriso meio tímido ou alegre, de puro júbilo. Os olhos castanhos de um ou dois tons mais claros que os seus. O modo como arregalava os olhos em protesto à sua quietude. Os cílios cumpridos; as mãos... ah!, sim, você adorava as mãos dele. Dedos proporcionais à palma, algumas veias salientes... A gola da camisa dobrada perfeitamente... E o sorriso malandro debaixo do chapéu de peão.
E era com o chapéu que você se derretia - e foi isso que fez todas as suas decisões mais claras. Não importa a condição desde que ele continue a me extasiar desta maneira. Com futuramente ou sem para sempre, será e tem sido somente a ele.

this free way

Forget about me, boy. I´m not a good girl for you. You need someone who stays besides you and never let you behind for her own needs, desires, dreams. There is a time - in some moment - that I always leave the stuffs, the lovers, my romantic way behind. In some momento I always have to go away. Get out of the scene. I usually wait for some scrubs from the other one, some stuped reason to go... Give a reason to go away... but, sometimes, I just go.
Maybe it´s this freedon inside my soul - the freedon that someone, one day, taught me.

IFCH

Esse está sendo particularmente melhor. Talvez seja pelo meu próprio espaço vergonhosamente desarrumado - e que só muda de condição no final de semana - ou pelo meu notório interesse acentuado nas aulas. Ou talvez pelas duas aulas que abordam assuntos como a revolução científica e a história da ciência - e, com certeza, não é por causa da aula de latim. Talvez pelo fato de eu conseguir, por fim, entender como não-funciona a organização da biblioteca do IEL... Talvez seja porque encontrei algo que goste de estudar, livros bons para serem lidos e tempo para conseguir ir à academia e ler inutilidades cotidianas.

Ou talvez apenas seja porque agora, no segundo ano, ressuscitei aquele sentimento que tinha no segundo ano do ensino médio quando pensava em filosofia.

Talvez esteja gostando porque isso é totalmente condizente a mim e eu estou aprendendo a ser condizente a ela.

22 de março de 2010

brothers

Ele está indo para a guerra e você ficou. Os traços dele estão sendo minunciosamente especionados por você, porque algo está falando um pouquinho mais alto do que gostaria que esta possa ser a última vez a vê-lo. E isso dói. Você o beija à boca e na testa, e se contenta em abraçá-lo uma vez apenas - mas contentar é tão efêmero e, de repente, a imagem física dele também o é.

It has been always you

Ela te viu ontem. E ela se abalou. E fê-la repensar nos próprios atos e em tudo o que tinha pensado em fazer.
Eu tenho de te segredar uma coisa - mas não conte a ela, ok?! Sabe aquela inflamção interna que faz da gente alheios até mesmo nas próprias conversas e dizeres? Aquelas duas ou três palpitações a mais que fazem o ar nem sair e nem entrar no pulmão?! Você reconhece tudo isso? Foi o que ela sentiu.
E depois ela chorou sozinha, sabe?!, para que ninguém descubra exatamente o que se passa. Não literalmente ninguém, alguns sabem porque ela contou e não consegue esconder diante deles. Eles são muito próximos dela, e, assim, não há necessidade de vestir sempre as armaduras.
Ela desistiu de todos ontem. Ela desistiu de conversar com o outro. Desistiu de entender, desisitiu de gostar, de se importar.
Ela relevou somente a você ontem e a fez tomar decisões importantes. Foi a sua imagem que a fez esclarecer aqueles borrões de vontades.


Ela ainda sonha com você. Ela ainda pensa em você. Ela ainda se preocupa em rezar todas as noites por você. É sempre você, mesmo que ela haja errado.
Sempre você, ...

21 de março de 2010

Aquele sábado

Seu dia começa com a cara inchada, um questionamento interno mais ou menos parecido com um por quê? infinitamente irritante e o assento do carro que inclinaram em, pelo menos, 60º graus. Você fica se perguntando o que diabos seu irmão fez com o carro, mas desiste no mesmo instante em que uma única e nojenta idéia ameaça aparecer nessa sua cabecinha sórdida. A caminho da aula de inglês, o sol incide exatamente no seu rosto - e apenas neste - e não importa se você vire a próxima esquina ou mude de sentido na avenida: o Sol sempre estará em seu rosto.
Na aula de inglês, você discute com o teacher sobre a possibilidade de alternativa para a frase que se encaixa no texto - e, então, se lembra dos tantos textos que você analisou no ano passado e da quantidade exponencialmente maior que analisará esse ano. Definitivamente essa experiência deveria lhe render algum crédito quando o assunto é entender a subjetividade textual. O teacher faz perguntas estranhas como, qual sentido você aprecia mais e qual dispensaria facilmente. A única resposta que vem à sua cabecinha sórdida é aquela mesma resposta sarcástica e grosseira que bate em seus dentes e não volta para dentro da boca. Pergunte a um cego se ele dispensaria algum sentido. E você pode responder assim porque, além do ciúme, raiva, melancolia, tristeza, coração partido e menos de cinco horas dormidas, você está de TPM.
(O que resume perfeitamente todas as outras coisas e ainda te livra de qualquer acusação juridicial em caso de homicídio).
Ao chegar em casa, a fome e o sono atrasado pesam, e você, como era de se esperar, opta pelo sono, obrigada, almoço mais tarde. E, ao dormir, você fica presa naquele estado intermediário entre o acordado e o sono porque você está preocupada com o livro que tem de ler, com o livro que não deveria ler e com aquela encardenação xerocada que seu pai deixou em cima de sua cama. Depois de menos tempo que você gostaria, levanta, pega os textos e vai à luta.
Nesse meio tempo, lendo, você se lembra de que ninguém nunca havia te contado que filosofia era difícil, um curso exaustivo e completamente dominador da capacidade das realizações de synapses (que você já duvida que faça alguma), e que muitos riem em relação a sua grade. É, minha cara, você gostaria de poder rir também - ainda mais em TPM. E ligam no seu celular avisando que aquele outro livro que você não deveria ler, não deveria comprar e não deveria ter encomendado chegou. Você o busca e, por coincidência, acaba por trazer mais um para casa - e assim você entende que dinheiro na sua mão quando se está numa livraria é persuação.
E, aí, ao voltar para casa, você se chateia pelas coisas que vê no orkut dos outros, fica deprimida, chata, chorona, uma descabelada sem causa. Você tem ciúme, tem raiva, tem perguntas - e ninguém vai te responder essas coisas. Você quer ir ao rodeio para tirar a história a limpo, para vê-lo, para compreender - e há o outro que reapareceu, que você está aceitando de novo em sua vida, e ele estará lá também e, sim, você sente tanta falta em vê-lo sorrir-lhe e de conversar e sentir ele te abraçar...
Mas você tem esse show que já está combinado há dias com seu amigo. A dúvida é grande: você vai ser filhadaputa com o seu amigo? Claro que não. E você vai ao show com ele, e começa a chover, e você se estressa e reza para que, pelo menos, o show seja bom.


E assim, durante o show, sua TPM vai embora, o ciúme, a raiva e a dúvida. João Neto & Frederico foi, sem sombra de dúvida, a melhor opção da noite. E você esquece o por quê de estar com ciúme e fica se perguntando se não é melhor simplesmente partir; afinal, sempre foi assim com você: é melhor partir.

"Me dê motivo para ir embora; estou vendo a hora de te perder. Me dê motivo, vai ser agora, estou indo embora..."
- César Menotti & Fabiano, Me dê Motivo.

20 de março de 2010

do not say i am not strong.
do not say i am not on the control.
let me sleep.
let me free.

19 de março de 2010

As it should never be














“Que seja doce”, ela repete com uma freqüência enlouquecida. Ela tem essa mania, de fechar os olhoss e imaginar, de abri-los e continuar presa na fantasia e, dessa maneira, creio eu, é como ela acaba por ser apaixonar. E ela sempre se apaixona, mas por aqueles personagens criados em sua mente, que possuem o mesmo físico, semblante, corpo... mas suas essências, suas idiossincrasias, suas maneiras; tudo muda. Tudo não são eles.
É aí que ela cai, que ela se quebra, espatifa e se desfaz. É aí que ela chora, que ela ama, que ela dorme. Sofre. Corrói. Isolada. Eu entendo, eu sinto. É essa a dor que a comprime e expande, que a faz criar, que a faz voar. É essa vontade patética que Goethe criou que a envolve, e ela cai nessa rotina, nesse clichê, e, ao amar, ao sofrer e sentir pena de si mesma, ela cria, escreve, descreve e se intensifica.
Ela chega ao seu êxtase, clímax, elevação, nirvana. Ela se aproxima muito daquele estado perfeito de alma, mas sua mente e coração se unem e se tornam um único órgão a bater em prol de uma dor.
Até que parem.
Ou até ela se cansar de produzir.

Do not even try to say no

Pára, ele grita. Pára com isso agora!!! E eu não vou parar. É a inércia, será que ele não entende? E foi com ele que tudo isso começou, essa inércia, esse descaso. Ele quer que eu me importe, que eu goste, que eu releve. Mas simplesmente não há mais como.
Ele corre até mim, segura firme no meu braço e me faz virar num ato bruto. Seus olhos estão grandes e vasculhando rapidamente os meus, pequenos, como sempre, castanhos, como sempre. Ele está ofegante, está nervoso, bravo e até com um pouco de raiva. Ele espera por alguma palavra minha, por alguma posição. Mas ele não quer a verdade, e ela é a única que eu digo então: por que eu vou me importar com alguém que nem ao menos gosta de mim? Por que eu vou me privar de sentir algo por outros se ele não sente nada por mim? Por que vou me doar a alguém que faz descaso disso? Não me julgue. Não julgue a ele. Apenas pare e aceite.
E ele me solta e volta a respirar normalmente.

Daquela que você odiava














E então nós partimos. Foi desta maneira que decidi por ir embora, deixando tudo para trás - queria que ele tivesse algo para se lembrar de mim, algum lapso de memória ao encontrar uma pulseira ou o shampoo na janela do banheiro. Só queria que ele não precisasse chorar sustentando algo que não era meu. Assim como eu fazia quando me desesperava... E eu sempre me desesperei dentro do quarto dele, enquanto escutava o barulho do chuveiro. Suas colchas ainda carregam as marcas de minhas unhas, de meu ciúme, de minha solidão.
E então decidimos por partir. Foi desta maneira que abandonei laços, sapatos e vestidos, sorrisos, risadas e satírios. Abandonei-me naquele quarto, naquela sala, naquela casa. Abandonei-me por não suportar estar sozinha até mesmo quando a dois. Abandonei a mim, pois aquela era muito patética.
Eu a repugnava.
Ele só partiu quando não mais me viu desesperada entre seus lençóis.

18 de março de 2010

doa a quem doer - e sempre dói somente em você


















Quanto mais eu vivo o que tenho de viver ou o que me é imposto para ser vivido, acredito quase que piamente na inerência do meu ciúme. E, com o tempo tendo de aprender a respirar muito fundo e distrair esse aperto doloroso do peito, hoje noto que ciúme não é a dor do amor. Não. E ciúme não é uma relação de posse. Não.

Ciúme é uma relação de perda.

Quando a pessoa que você tanto se importa consegue dar a mesma atenção para uma terceira. Quando os modos mudam com você e se acentuam com outros. Quando você se sente como se amasse sozinho, mesmo estando sempre a dois.



"Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê"


- Caio Fernando Abreu.
Don´t come to me for saying I was such wrong. I did what my heart didn´t want, what my mind tried to convice me it was right. I tried to make you as happy as I pretended to be.


I´m in jealous - again. I´m asking God why I always choose the wrong one. Asking for my mind what it made to me. Asking myself why I looked at you.
I couldn´t never reserve some words for you. When your cousin made me a compulsive writer, you made me quiet. No words. No feelings. And as it started to change, you changed it first. You´re pretty smart. Pretty quite cleaver. I should applaud you and learn the same, although it sounds disgust to me. But, you know... all the knowledge is completly welcomed, because, in the end, we are what is known by us.

as it should have always been

É verdade que muitas vezes vou reclamar do curso, da faculdade, dos 5 ônibus que pego. Mas são nesses ímpares momentos em que tenho apenas de ler 3 parágrafos e não entendo nada que me sinto bem por ter decidido por filosofia, por não ter desistido e por estar aqui. Mesmo que Espinoza tire uma sagrada noite de sono de mim e me tenha feito comer algumas boas bolachas Negresco, não ficarei em um todo brava por daqui 3 anos estar formada nisso.
Talvez - especulando só mais um pouquinho - eu consiga de fato amar profundamente isso e me torne alguém digno de ministrar aulas - e se tudo isso acontecer, aí sim terei certeza de que nada foi em vão.
Nem as madrugadas gastas. Nem as interrogações postas. Nem as paixões abandonadas.

for it to say

E quando se chorou, derramou-se em água o que há muito duvidava possuir. Os dois lados não-diagnosticados de uma vida particularmente esquecida, mas foi chorado. Chorando-se se foi e esqueceu de apenas anotar em que momento partiu. E mesmo com todas as faces e fases desse mero pequeno encanto de esquecimento, todos sabem que não houve engano. Esquecer-se de tudo é prático, mas, quando se chora, derrama-se o de dentro, e se lembra, e se entorna, e se enaltece. Cresce. Volta.
E você chorou - e jamais pôde de fato esquecer a quem tanto se amou.

17 de março de 2010

Eu tô pensando nele, e, nesse meio de pensamento, ele vira dois e dois vira um outro diferente dele e de repente não é mais ninguém.
Quero que ele volte, quero que ele faça o que eu fiz, pessa desculpas ou diga apenas que ainda me quer, mas... sinceramente não consigo ponderar até onde esse querer seja de fato o que eu estou esperando, porque, por ele, não vou sofrer e nem deixar a vida parar (mesmo que se quisesse, a faculdade não deixa).
Eu achei que tava fazendo tudo certinho com relação a ele, mas noto que não.

Caramba, tem vez que eu venho até aqui para escrever sobre uma explosão de sentimentos. Hoje; hoje estou aqui para tentar explicar um não-sentimento.

16 de março de 2010

CAIO FERNANDO ABREU

"E desejá-lo assim, com todos os lugares-comuns do desejo, a esse outro tão íntimo que às vezes julgas desnecessário dizer alguma coisa, porque enganado supões que tu e ele vezenquando sejam um só, te encherá o corpo de uma força nova, como se uma poderosa energia brotasse de algum centro longínquo, há muito adormecido, todas as princesas de todos os contos de fada desfilam por tua cabeça, quem sabe dessa luz oculta, e é então que sentes claramente que ele não é tu e que tu não serás ele, esse ser, o outro, que mágico ou demoníaco, deliberado ou casual te inflama assim de tolos ardores juvenis, alucinando tua alma, que o delírio é tanto que até supões ter uma."

Minha europa moderna

Talez meu sonho fosse ter uma casinha antiga entre as ruas antiquadas e um pouco renascentistas de Paris/Madrid/Londres e cultivar ali estantes e prateleiras de madeira com uma leve camada de pó. Os livros dispostos sem ordem alguma, mas eu saberia aonde exatamente cada título e autor se encontraria.
Uma construção de pedras cinzas, largas e algumas amostras, pois a planta que cresce junto dela cobre grande parte. A fachada do sebo/livraria seria em verde escuro e o nome escrito em branco. Eu administraria esse local, e, aos fundos, numa escada um pouco estreita, estaria a minha casa particular - de poucos cômodos. Sala e quarto seriam o mesmo grande cômodo, a cozinha seria uma geladeira e uma pia e um fogão e uma mesa e a minha péssima habilidade culinária. E haveria algumas boas janelas que me proporcionariam uma linda vista para a rua de paralelepípedos; uma padaria ali perto com pães sempre quentes e frescos, um vendedor de frutas, verduras e legumes, um casal de senhores que sempre me acenariam ao passarem pela frente do estabelecimento e uma criança curiosa.

15 de março de 2010

I heard about her feelings and I knew all these were gone.

lies are hidden from

She was a 22-girl; a pretty much one, a smart one. Someone who didn´t know how dealing about her own feelings.
I could hear her steps right behind me - althoug there wasn´t any sound. It was her smell, breath, thoughts.
"What is this?"
A large room, all pinted in white whith details in blue - the same of sky.
"It´s my baby´s room".
She loved me. She enjoyed to stay besides me, laugh with or from me, talk to, look at, listen to, think about.
"What happened?"
"I was pregnaty... and I aborted on seventh month."
Silence. All her atributes were just gone. The presence, frangancy, heart beating. Even me was gone.
"It was a boy... a little one. And the doctor said he would get brown eyes... a clearer tone than mine."
She loved me. But she was used to love so much more my cousin (and best friend) - and still did.

14 de março de 2010

un homme et une femme

Você tem o direito de fazer o que você quiser e com quem você quiser. E será apenas isso que irei defender sempre - só não me pessa para concordar com as coisas que você faz.
Basicamente é isso que Voltaire quis dizer.

Adia, I do believe

Eu tô chateada - com você, comigo mesma talvez... mas estou. Eu só consigo pensar que eu me esforcer para pensar em você, sem nem ao menos tentar comparar, sem nem ao menos imaginar. Esforcei-me para ser sua companheira enquanto estivesse com você; sentir sua falta quando longe e desejar genuinamente um abraço quando carente.
Mas eu não sou carente. Se sou, nego, até sob tortura, sob a morte. Deus. Se sou, entrego parte de meu coração para não sentí-la, parte de minha razão para bloqueá-la. Mas, por você, eu fui um pouco.
Achei que estávamos bem, que você havia me perdoado e que continuarímos no mesmo ritmo. E ainda ousam sorrir de forma irônica na minha cara e me perguntarem por quê não gosto de me apaixonar; respondo basicamente que a arte de amar não pertence a mim - e hoje descobri que há incluso em todas as minhas teorias a certeza de que eu me doou muito fácil e rápido, que não sei criar a confiança antes de entregar meus sentimentos.
Odeio sentimentos. Eles só me servem mesmo para o fim que descobri: escrever textos (pois estes especulativos, pois estes também reflexo de minha grosseiria e malevolência - e fragilidade).
Como eu disse, estou chateada - com você, ou comigo por ter caído na mesma sina. Ou armadilha que esses tais sentimentos me colocam, armam ou estategiam contra.

"Adia I do believe I failed you.
Adia I know I've let you down.
Don't you know I tried so hard to love you in my way.
It's easy let it go..."
(Adia, Avril Lavigne)

11 de março de 2010

i am not an innocent

Não se dirija até a minha mesa com esse sorriso expansivo no rosto. Não caminhe em passos normais na direção de meu acento - e nem finja, ao querer me cumprimentar, que está tudo certo, já passou, como vai?, tchau.
Não sou rancorosa, apenas possuo boa memória. Passamos muitos dias nos evitando e ignorando a presença um do outro, e tem dado certo. Tem sido mais leve acreditar em que eu não te conhecia mais, mesmo que o seu número antigo não saia com essa facilidade de minha cabeça, mesmo que eu entenda o porquê de ter-me deixado encantar por você. Mas é como dizem, (in)felizmente, a cada tropeço, você acaba por aprender que morros, barrancos e depressões nos fazem cair - e, aí, você passa a evitá-los.
E meu oi seco, minhas respostas monossilábicas e o não-olhar para os seus olhos não é arco-reflexo da minha grosseiria. Não. É o resultado de toda uma discussão que não levou a nada e me fez ter vergonha de um dia ter ficado junto de você. É apenas o que sobrou do que eu ainda posso doar a você e, assim, bem sei, você não vai se sentir suscetível a querer voltar - e eu, tentada a te aceitar.

Não venha andando em minha direção com esse sorriso preso ao rosto como se dois meses fosse o mesmo que dois dias. A sua relatividade temporal é mediocre.

rolling imperfect stones

Eu até levantei com uma certa vontade de arrumar alguns textos daqui para deixar esse blog digno de um link no profile do orkut, mas, acontece que eu simplesmente não posso fazer isso.
Uma, por ser inviável editar cada texto (vide que em 2009 foram 333 posts). Duas, por que eu tiraria algumas palavras minhas do meu blog para que outras pessoas pudessem lê-lo?! Sente a incompatibilidade?
O blog é meu e foi criado com o intuíto de eu poder escrever exatamente aquilo que passa pela minha cabeça - fosse devaneio momentâneo, uma ideia maluca ou fragmentos de histórias bonitinhas que às vezes chegam a mim. Hoje, confesso, não sou mais uma escritora fanática e assídua... Ao decorrer desses, sei lá, 2 ou 3 anos, minha escrita ficou defasada e a minha criatividade limitada a textos de no máximo uma página. Tenho guardado aqui no pc um texto que eu, particularmente, acho lindo. Gostaria de poder mostrá-lo a todos... mas, entenda, é a minha melhor obra até agora.
Tentei escrever outras coisas, histórias fajutas que eu bem já sabia que não seriam levados a nada. E não que isso venha a importar a alguém, é apenas um fato que me angustia e agonia.
E tudo isso para dizer que talvez eu queira que alguém descubra esse blog e o leia e veja cada tag, cada texto, para parêntese que pus aqui. Mas tenho medo de que essa pessoa me julgue depois, e vá embora...

"Me dê motivo para ir embora, estou vendo a hora de te perder.
Me dê motivo, vai ser agora. O que fazer?..."
(César Menotti e Fabiana, 'Me dê Motivo')

10 de março de 2010

O que fazer com os preservativos?!

Não mais afônica, mas com o mesmo vozeirão da Cicarelli, eu vinha caminhando feliz e sorridente (mentira - estou muito enciumada e brava!) pela rodoviária para chegar no guinche da VB quando um cara, todo vestido de branco, olhos azuis esverdeados, sorrisão branco e sobrancelhas marcantes juntamente com seus cachos deformados, encheu a minha mão de preservativo.
Eu fiquei mais meio abobada quando me deparei com aquelas, sei lá, 15 camisinhas? na minha mão em meados aos meus pensamentos de que deveria ter lavado a cabeça antes de sair de casa. O bonito moço de branco me explicou que era uma campanha municipal em prol do uso da camisinha e contra a AIDS, e me deu alguns tantos bons números de panfletos sobre o assunto.
Tentei, gentilmente (afinal, o moço era bonito!), equilibrar em minhas únicas duas mãozinhas os incontáveis panfletos sobre o uso da camisinha e como se pega ou não AIDS, as talvez 15 camisinhas, minha jaqueta jeans, minha passagem, meu caderno e os dois livros atrasados da biblioteca enquanto o moço bonito me disse, de repente, que Descartes, apesar de cientista, como filósofo só tratou de questões metafísicas.
Eu ri. Porque, veja, é meio que clichê dizer que um filósofo só trata de questões metafísica, porque, convenha-se, quase todos querem explicar Deus, Liberdade e Alma. Aí ele me explicou que tinha feito dois anos de filosofia, mas parou para fazer medicina.
Sorri, disse tchau e saí sorridente pela rodoviátia segurando 15 camisinhas e alguns bons tantos panfletos sobre o uso da camisinha e de que como se pega ou não AIDS.

Mas o Ciúme não passou e eu tô puta.

9 de março de 2010

Eu preciso ter paciência, ela me diz. Preciso pensar que 2 meses não é nada, que eu não tenho nada com ele, que ele pode ser de quem ele quiser todas as noites. Todos os dias. Todas as madrugadas. Nesse meio tempo, algumas noites, alguns dias, algumas madrugadas serão minhas e, quando menos perceber, todas as noites, todos os dias, todas as madrugadas serão somente minhas.
Eu só preciso ter paciência, ela me diz.
Indícios de ciúme.
Não bom.
E ele tem todo direito de ficar com quem ele quiser, porque, convenhamos, eu já dei a maior das maiores mancadas com ele... mas eu não queria que isso acontecesse não. Não queria que ele beijasse outras... queria ele aqui comigo, sempre pensando que a gente pode se ver no final de semana.

Talvez seja essa dor de cabeça filadapu*a que não me deixa parar de pensar besteiras.

6 de março de 2010

An Essay

"O que ele é seu?", lhe perguntam sem notar o estado de choque em que se encontra; ignorando os cortes, machucados e a roupa de festa cheia de sangue.
"Nada", responde automaticamente, como treinara naqueles 457 dias para dizer. Nada, nada, nada... nada.
"Você se esforçou muito para ele ser nada seu". Concordava, mas o tempo que passou depois a fez idealizar aquele dia - não como havia acontecido!, apenas as palavras, os nadas. E seu sarcasmo lhe é tão automático quanto os sentimentos.
"Meus pais sempre disseram que possuo grande empatia".
"O que importa é que fizemos a análise de teor alcoolico. A senhorita não possui nenhum, e os níveis dele estão elevadíssimos_"
"Fui eu quem bateu o carro contra o dele. E não o contrário".
"Você, mesmo machucada, o carregou até aqui sozinha. Se o seu carro fosse_"
"Bem conheço as leis físicas, doutor, mas não importa aqui. O que importa, e o que vai para o boletim de ocorrência, é que eu sou a única culpada pelo acidente".
O doutor a deixa sozinha por uns instantes, alegando que vai cuidar também de seus ferimentos. Ela está sentada na cama ao lado da dele e não teve coragem ainda de olhá-lo. Encarou o dedo fraturado, o braço todo ensanguentado, sentiu o corte na cabeça, o sangue escorrendo um pouco pela face, o gosto de ferro na boca, as dores nas costelas e a injeção que o doutor lhe aplicava agora mesmo.
"Esse nada", começou o médico, "deve ser maior que o seu tudo".
Nada é sempre nada, pensa sozinha, e lembra dos 457 dias que passou repetindo isso. O nada é a única coisa que de fato sempre temos.

5 de março de 2010


"I´m sorry" it´s been said.

"No".

"I needed to do it."

"No, you didn´t".

Pause.

One breath.

One glanced.

"You wanted."

It´s finished.

weird.

07:40 e já estou saindo para a aula de Ética com o Romano. Mais à tarde eu tenho Latim, e, depois, uma corrida até a rodoviária.
Estou acordada desde às 4:30, novidade para ninguém... o bom é que poderei dormir bastante até a aula de Latim.
Eu estava em Rio Claro quarta e quinta devido a alguns exames que precisei fazer, e, nesse meio tempo, um sentimento muito estranho de precisar voltar para Campinas me abateu. E de estar junto do pessoal da minha turma, e de ir a um churrasco em que nem vou conhecer muita gente, e de ficar aqui... Acho que, agora, a única coisa que vai me fazer voltar para Rio Claro todo final de semana - além das aulas de inglês - será a possibilidade.
Pintei as unhas diferente... se fosse palmeirense, super fazia igual ao da Cami.

4 de março de 2010

have you ever...?

O que mais me irrita na internet - além da exclusão de acentos e erres no final de verbos no infinitivo - é a estranha mania das pessoas usufruírem incessantemente das reticências. E, não contentes em colocarem em todo final ou não de frase e tampouco com os três pontinhos, há o acréscimo de, pelo menos, mais dois pontinhos.
Sem mecionar o breve fato de que muitos acrediatam que, ao se usufruírem de inúmeras repetições de vogais ou consoantes no meio das palavras, há ênfase no significado ou do quão aquilo lhe tocou o coração.

Não!, galera... colocar 15 is no meio do magnífico não torna a foto/fato/sei-lá-o-quê mais magnífico, mais bonito ou não. Só demonstra a sua descoordenação para com seus dedinhos sobre o teclado. Para realçar a beleza ou entusiasmo sobre algo, utilize palavras, nem que seja para empregar tautologia.




Oi...... Fulano... tudo bom com vc?????? Que liiiiiiiiiiiiiiiiiiiinda a sua foto............ bjão........"

3 de março de 2010

My heart is beating fast - I can feel it inside my chest. It is alive again. It is mine again. No, it´s not. It is still yours. It´s because of your sight my heart is acting like this, as it could beat forever and ever and never gets tired - and just because I saw you crossing your car in front of mine.
And I blame myself. I inquiry the reasons. You has been part of my past... part of a past. It doesn´t belong to me anymore.


I don´t want to.

Smoke into me

Ela está fumando e baforando na minha cara, sem qualquer resquício de respeito em relação a minha postura de não acompanhá-la no ato. Apenas no ato, porque compartilhamos do mesmo vício. Possuímos a mesma lascívia, a mesma falta de libido. E até o mesmo sorriso. Mas o que nos difere é que ela não pode ser a mim, e eu, não quero ser a ela. Ela não ama, enquanto eu... eu só consigo amar.
Por um dia, uma noite, três horas seguidas. Uma vida.
Ela me acha patética por isso, e eu a acho patética por não conseguir se apegar. Ela não sabe o que é sentir saudade e nem o que é estar carente... e às vezes - somente às vezes -, sinto inveja por isso.

Talvez devesse fumar um pouco e sentir-me completa com esse ato, uma vez que só o uso do vício me faz sentir fraca.