Às vezes eu tenho a impressão de que não haverá espaço em meu coração para suportar uma paixão e uma separação.
Na verdade, o sentimento que me abate é de que na minha vida não terei tempo para outra pessoa senão eu. Sempre tive essa sensação, de que meu profissional se tornará meu social, de uma casa com um quarto e um escritório bem maior que o quarto, com uma estante repleta de livros ocupando a maior parede.
Eu cuidando da minha casa, com as minhas coisas, com os meus pertences. Eu sozinha, nas noites frias, com café, livro e uma coberta de retalhos. Não que eu não acredite no amor... Pelo contrário, eu acredito sim. Acredito tanto nele que é o único sentimento verdadeiro que guardo em mim. Só que neste amor homem-mulher, um amor carnal, emocional e sentimental, espiritual, sem sexo e só fazendo amor... Esse amor me assusta. Esse amor me é estranho. Esse amor é totalmente desconhecido.
Esse amor me abate.
Eu não sei se sirvo para uma vida a dois. Uma vida conjugal. Divisão de teto. Cama. Banheiro. Sofá. Atenção. Eu não sei se sei gostar constantemente de uma mesma pessoa que não é meu amigo/irmão/pai/tio/primo. Não sei se sei lidar com o fato de ficar feliz só pelo outro estar feliz. Não sei se sei me deixar consumir por um sentimento que não entendo, que fragiliza, que faz você perder as suas armaduras.
Simplesmente não sei.
Mas se desse, se houvesse espaço, eu me casaria antes de ter um filho. Mas para o meu filho, o meu pequeno Gabriel... eu sei que vai ter um espaço para ele. E esse amor vai ser surreal e ideal.
Não que eu não acredite.
Não que eu não sonhe.
Não que eu não queira.
Eu só não consigo enxergar.
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