22 de setembro de 2009

17again

Não raro ela se olhava no espelho se perguntando por quê seu corpo não era um pouquinho mais fino, seu busto um pouquinho mais avantajado e seu nariz um pouquinho mais porcelana. Não raro, ela brincava que era uma grande pessoa - não nos negócios, não com dinheiro ou fama, mas com seus amigos e seu carisma.

Não raro, ela fechava os olhos e se idealiza como uma pessoa bacana, dona das atenções e que nada, absolutamente nada que não possuísse qualquer sentido a arrebataria e a colocaria no chão. Não raro, ela acreditava que um dia alguém olharia para ela pela pessoa que era, e quando demosntrasse além de seu lado tímido, seu físico e seu sorriso, essa pessoa não sairia correndo.

Ela acreditava que encontraria uma pessoa que gostasse de seu humor ácido, de sua pose de mulher segura e de seu sarcásmo. Que visse em suas tiradas com classe um afrodisíaco sem igual; que visse em seu nome a cor de seus olhos, e que não se importasse nas raridades das vezes em que ela se sentia fragilizada.

Não raro, ela se fechava no banheiro e chorava por uns 5 minutos. Fosse pela atenção que não tinha, pelos elogios que não recebia, pelo amor que não conseguiu reconquistar e esquecer, pelo corpo que não possuía, pelas falhas que se acumulavam em seu histórico, pelo ócio, epla falta de vontade e estímulo, pelo rosto bonitinho que não se moldara, pela ânsia que lhe arrebatava... pela falta de carinho de um outro olhar.

Não raro, ela gostava de brincar de ser feliz.

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