Sábado eu me sentei numa das mesas da praça de alimentação do shopping junto de mais duas amigas minhas. Cada qual falou das histórias engraçadas de suas vidas amorosas e eu fiquei quieta.
Minha vida amorosa é um Deus que nos acuda por causa desse negócio mui conhecido como ciúme. Mas um dia eu darei risada com isso tudo.
Enfim, a questão é que eu ri muito de todas as histórias e disse que contaria todas aos meus sobrinhos (o que muito se aplica aos filhos delas). Não demorou até se ouvir "e os seus filhos? Não vão saber dessas histórias?"
A questão é mais delicada. Eu digo que não quero filhos. É mais fácil para as pessoas entenderem isso do que eu dizer que não quero cuidar de uma pessoa que não seja tão eu, tão outro, e que seja apenas ele.
Filho não é perecível, sabe? Geralmente duram mais que a gente. Não é como se você pudesse enterrá-los de volta no jardim (caso seus pais tenham dito que você veio do repolho - eu vim!); você tem de educar e saber manusear as rédeas. Não pode ser rígido e nem solto, não pode bater sempre e nem mimar... e você nunca, nunca vai saber exatamente o que seu filho está pensando.
E tem a questão do amor que eu não entendo, não consigo fundamentar nada sobre e que me irrita profundamente!
Se quando eu olho aquelas coisinhas pequenininhas, indefesas, presas aos colos, carrinhos e semenlhantes, não me emociono? Claro! Tenho vontade de partir para cima, sequestrar, brincar, morder e fazer rir até dar dor de barriga. Mas depois eu vou devolver... E quando estão começando a andar, que ainda têm de segurar na mão, vão andando na pontinha do pé, alheios ao mundo e ao equilíbrio?
Meu Deus! Aí que eu mordo mesmo.
Mas passa, sabe. Eu sei que vão crescer, que com 4 anos serão insuportáveis e que só tende a piorar. Vai chegar a idade em que você será o eterno vilão; você e seu filho vão discutir, brigar, gritar e ele vai dizer várias vezes que te odeia. E você, mãe, vai pensar "como ele pode dizer isso quando fui eu quem dei a vida?" Pois é; filhos não enchergam isso.
E se for adotado então................... vixi!
Talvez eu tenha um menino; talvez um dia eu ache que é válido as estrias, os quilos a mais e as varizes. A dor de um parto, a responsabilidade e essas coisas todas... mas agora eu só quero ser a tia que pega os sobrinhos na casa do seu irmão para levar ao parque, shopping, cinema ou à sua casa para nadarem.
Eu quero farra, e não responsabilidades eternas.
Esse é o Mateus, 1 ano e 6 meses, filho da minha prima.
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