15 de abril de 2010

I used to be a dreamer...

Mãe,

por favor, não chore. Você sempre soube que essa decisão não era uma decisão, mas algo inerente a mim, que sempre esteve aqui. Você sabia que seria apenas uma questão de tempo para que eu a percebesse e, desculpe, porém, uma vez notada, eu não posso ignorá-la.
A gente cresce, mãe, e, por mais que seja tão prazeroso os laços maternos e do lar, a gente precisa continuar - de longe -, afinal, foi assim que você conseguiu tudo isso, não é?! Um casa, um lar, uma família, seus filhos... você só conseguiu tudo isso porque você também teve de partir, mas não porque se foi embora que se abandonou os laços, as relevâncias, os princípios. Estamos partindo, mãe, para dar continuidade a tudo isso o que você nos ensinou.
E desculpe... desculpe por ter partido, em pensamento, mais cedo do que você achou que seria. Eu sempre estive predestinada a isso, mãe, a ir embora, a ir contra, a querer desfazer. Desfiz-me das suas crenças, das suas vontades, dos seus sonhos, fui contra a sua fé, a sua proteção e, agora, estou indo embora.
Não chore.
Sorria.
Sinta-se feliz por mim, por eu ter entendido e encontrado o meu verdadeiro caminho. Mãe, não estou destruindo... estou apenas me desfazendo e ver o que, no fim, se sobra.

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