As datas importantes eu me lembro - e lembro de todas. Lembro a cor da tua camiseta e os sapato que escolhi. Lembro de todas as vezes que perguntei a minha mãe se estava bom e se tu irias gostar; das vezes em que quis só ficar te olhando e entender como funcionam esses risquinhos pretos dentro de teus olhos. Às vezes eles parecem ser de uma cor só, desse breu todo que me engole e me encanta, mas eu presto atenção, decoro teus dizeres, as tonalidades de tua voz em mim, teus trejeitos. Sei até como seguras o copo, como teus dedos cingem o vidro e como este fica um pouco afastado da palma de tua mão. Eu conheço os tantos tons de pretos de teus olhos, e todos aqueles que gosto. E gosto de todos, e gosto deste contraste só teu, de pele, cabelo, olhos e sobrancelhas.
E boca.
Tua boca é vermelha como se estivesse frio, e eu nunca tive a oportunidade de te dizer que ela me beija da maneira que gosto. Devagar e me sentindo ali. E tu beija-me da maneira de que gosto, me fazendo presa apenas a esse ato, a esse teu abraço que me envolve inteira, a esse jeito cuidadoso e com um pouco de desdenha. Mas eu gosto... gosto tanto que o toque fica, a sensação me volta à noite e me comprimi em saudade.
E eu sou ciumenta, sempre acho que sou o segundo plano, que sou aquela em que tu se lembras quando não tens mais nada a ser feito. Não consigo esconder as minhas dores, minhas mágoas, minhas decepções, e sempre acho que a felicidade e o meu sorriso fácil devem ser contidos, escondidos de ti. Sempre acho que não devo demonstrar o quão bem fico ao te sentir perto de mim... e quando perto, eu tenho paz e não me importo com os demais. Importo-me contigo.
E eu quero continuar a só me importar contigo.
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