21 de abril de 2010

o que eu acho

Sobre meu irmão:

Tô sentindo que deveria pedir desculpas ao Danilo urgentemente por tê-lo julgado por todos esses dias. Eu deveria desconfiar que um julgamento e um aviso dele para a minha pessoa não seriam num todo apenas movidos pelo ciúme de irmão mais velho. Não. Havia tanta coisa embutida, tanta coisa já conhecida... e, ao vê-lo ali, fiquei imaginando quantas e quantas vezes ele mentiu para mim e qual parte dele já deve estar treinada para este fim, e, ainda, quantas vezes ele não agiu da mesma forma ou até mesmo pior. Deixo claro que esta última parte não se refere ao meu irmão. Mas eu preciso me redimir com o Danilo e dizer que só entendi as constantes metáforas depois que participei um pouco do âmbito social.

Sobre meu pai:

Que eu acredito que ele não me compare com o Danilo e nem espere os mesmos resultados de mim é verdade, mas às vezes eu sinto que ele não me vê preparada para absolutamente nada, nem para uma vida acadêmica, nem para uma vida cultural, nem social, independente ou como intercambista! Eu queria que ele acreditasse um pouco mais em mim em certos quesitos... Se diz ele que, como pai e protetor, não consegue me soltar e deixar minhas asas crescerem sem ordem alguma, queria que ele confiasse em mim para, pelo menos, aprender a voar do jeito dele e que, assim, ele pudessem me observar voar. Não me importaria de me torná-lo. Não mesmo.

Sobre minha mãe:

Mamãe sofre por causa de uma coisa em mim: minhas críticas. Sou muito crítica, comigo mesma, com os outros, com as coisas, com o mundo, religiões, preconceitos, hipocricidades... tudo. Critico mesmo, e algumas vezes até sem conhecer. E ela sofre por eu criticar a religião dela, questionar, indignar, inadagar, menosprezar. E ela sofre por eu ter uma cabeça diferente da dela, por querer coisas que ela não almejou, por querer ir embora, por querer fugir toda vez que eu me sinto insegura. Ela sofre por eu não confiar nela totalmente para contar tudo o que acontece em minha vida, por não poder dar a ela todos os pormenores da minha vida - e ela, talvez, se sinta incomodada por eu ser tão crítica quanto a isso também.

Sobre o Marcelo:

Está aí uma pessoa que eu torço muito para que se realize. E eu não entendo essa dificuldade dele em conseguir manter as amizades, porque eu, não somente como prima, mas amiga mesmo!, não consigo pensar em pessoa mais prestativa do que ele - de verdade. Ele sempre apoia quando acha necessário, critica, fala a verdade, mas ajuda, consola e escuta. Se você pedir, ele move mundos para conseguir fazer aquilo por você. E eu penso que ele precise de alguém que enxergue essas qualidades nele, esse carinho todo que ele sabe transmitir e quer em reciprocidade (já que ele não aceitou a minha idéia de celibato).

Sobre mim:

Eu estou completamente insegura - ou em dúvida?! Faz, pelo menos, umas dez noites que não durmo, que meus pensamentos me consomem e que estou absorta em algum tipo de estresse mental. Sem mencionar que essa arte de conquista não me pertence, não sei se estou agindo de forma certa e nem se ele está começando a ficar enjoado de mim. Vai saber. Eu não poderia pôr todo o meu potencial cotidiano sobre as expectativas de reciprocidade dele, mas sempre acabo por este caminho - e como disse a senhora e sábia Maria Inês, serão tão poucas as vezes em que serei retribuída na proporção de que me doo e espero. Deveria ainda estar submersa naquela felicidade de sábado, mas acredito não ter sido uma boa idéia ter ido me despedir na rodoviária. Eu não sou a namorada dele, não possuo qualquer compromisso, qualquer dever...
Que seja!, no fim sempre serei uma ciumenta possessiva com uma mente absurdamente criativa. Só preciso continuar controlando isso dentro de mim - e perto dele. E temo - mesmo! - querer fugir em algum momento. Não posso... não posso deixá-lo de novo.

Sobre a minha cama:

Que algo está errado com ela eu sempre soube. Estou no quarto do hermano, dormindo em um colchão posto no chão, enquanto a minha cama está repleta de roupas, livros, bolsas, bagunças. Eu deveria mudá-las de lugar, e não me mudar de lá. Apesar de que ultimamente dormir no quarto do Danilo tem tornado meu sono mais calmo e longe de pesadelos - apesar de eu apenas poder usufruir desse bem quando o mesmo não se encontra em casa e isso só tem acontecido quando eu também aqui não estou. E eu acho que não gosto do lençol que cobre a minha cama...

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