tudo o que saíam das palavras dela eram teorias. teorias de amor. saudade. ciúme. inveja. arrogância. teorias que muito bem explicavam suas ações. seus pensamentos e sua incoerência. ela era tão incoerente que não conseguia passar um dia sem ver uma excessão às suas próprias regras.
não amar.
amava tão profundamente cada ser ao seu lado que aprendeu ser assim melhor. só amar. sem se envolver. sem se apaixonar. e achou melhor amar somente aos amigos, somentes aos parentes, somente a si mesma.
não se abalar.
quando se viu desestruturada pela primeira vez de forma verdadeira, decidiu que nada mais a colocaria tão perto do chão. decidiu que seria tão arrogante em sua brincadeira que o real não atravessaria essa barreira. decidiu que usaria uma amardura forte o suficiente para ninguém nunca mais tocar seu íntimo, âmago.
decidiu que nunca mais amaria.
não haverá saudade.
sentia tanta a sua falta que ela estranhou. estranhou tamanha contingência desse sentimento e se viu assustada, não compreendendo aquela ausência de um outro ser senão ela. a saudade a abalaria e, assim, depois de decidir não se abalar por saudade e não amar para não ter saudade, ela negou a saudade para não negar a si mesma.
não haverá carência.
a carência apareceu em sua vida como primeiro sintoma da saudade. ela se sentiu tão abandonada e perdida que decidiu que não moveria sua vida por isso. foi sua primeira regra criada.
todas as teorias que saíam da boca dela eram tão impraticáveis que ele achou uma loucura. achou-a pretensiosa e arrogante da pior forma que conseguia conceber e, por tais motivos, conseguiu existinguir todos os seus sentimentos pela moça.
todos.
de tal forma que nem percebia que a única excessão das regras dela era ele.
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