24 de agosto de 2009

Numa daquelas típicas 2ª-feiras

Ah!, a amada Campinas city. Uma cidade do interior com jeitão de capital, com gente do interior se achando da capital, com mais lojinhas administradas por orientais que a capital...

Pois é. Agora é para valer: corrida de 5 dias em Campinas e com direito a aulas quase todos os dias (abemçoada terça-feira). Hoje o dia foi particularmente monótono, pois cheguei aqui, depois de não conseguir dormir no ônibus, e fui direto para a cozinha realizar meu almoço. Odeio cozinhar por motivos de sobrevivência, e agradeci a todos os santos por minha mãe ter me mandado 5 vasilhinhas de comida (as bananas eu ignoro). Almoço estava uma delícia e os nuggets de vegetais que acabei assando ficaram nem cru e nem assados - era um distinto ponto entre essas duas opções.

Decidi que seria melhor cair na cama e dormir antes de ir para a faculdade. Seria de fato melhor, mas estão fazendo uma reforma aqui no prédio e quem é que dorme quando eles estão apunhalando a sua parede? Mas atente ao fato de que eu tive consciência de que teria sido melhor dormir antes da aula, porque fui até o ponto de ônibus, entrei naquele treco repleto de vírus e mais vírus (o ônibus vai direto para o hospital das clínicas da UNICAMP, imagine a quantidade de gente impestiada não passa por aquela catraca!), quase tomei um banho ali mesmo de álcool-gel e caminhei até a minha sala quando cheguei no destino já num look-panda fantástico.

Meu Professor de redação filosófica II, Lucas Angioni, tem uma vozinha de baixa frequência, constante, sonoramente feita para adormecer um bebê... e que mal chega na íntegra na 3ª fileira.

Eu estava na 3ª fileira.

Sabia que a aula começaria às 14:15 e iria, corrida, até as 15:50. Ele entrou na sala, sentou na cadeirinha e falou... e falou, falou, falou, contou umas piadas (mas ele não tem os skills da coisa, sabe? Agora imagine como foram engraçadas as piadas), e falou e falou e quando eu olhei no relógio, era 14:30. Fodeu, pensei. E quase foi isso, figuradamente, porque as piscadas longas começaram, e a cada piscada a gravidade agia com insistência sobre minhas pálpebras, e a vozinha de fundo, sonora, melódica, falando de termos de lógica que ninguém do segundo semestre ouviu falar - assim espero! - e tudo aquilo fluindo pelos seus ouvidos... e havia o friozinho, e ainda a gravidade, seus olhos gritando para que você os deixasse fechados...

E eu não dormi.

E quando olhei no relógio pela 2ª vez, já era 15:45. Aí eu constatei: as horas voam quando você luta contra as suas prórias vontades e atropela os desejos do seu corpo.

Na cantina, virei aquele copo americano de café e disse a mim mesma: eu aguento mais uma hora e meia!!! Mon ami. Aquele cara tem o dom de transformar 1:30 hora em 487835186!!!! Aquela (censurado) não passava nunca! E aquela voz só começou a me dar ódio por causa daqueles malditos pedreiros do prédio.

Quando terminou aquela sessão de tortura lenta, eu corri para o ponto do ônibus e rapidamente adentrei e ocupei um lugarzinho bacana. Demoraram exatos 45 minutos paraeu chegar em casa. Antes eu fazia em 20.


Acabei de entrar no curriculum lattes do cara e vi em idiomas:
Francês Compreende Bem, Fala Razoavelmente, Lê Bem, Escreve Razoavelmente.
Italiano Compreende Bem, Fala Razoavelmente, Lê Bem, Escreve Pouco.
Inglês Compreende Bem, Fala Bem, Lê Bem, Escreve Bem.
Grego Lê Bem.
Latim Lê Bem.
Espanhol Compreende Bem, Fala Razoavelmente, Lê Bem, Escreve Razoavelmente.

Na boa... o cara se formou em 1994 em filosofia na Unicamp. Ele tem cara de novinho. Se ele entrou com 18 e saiu com 22, hoje ele deve ter uns 37 anos e o cara é professor titular daquela universidade.

Estou seriamente dividida entre me empenhar academicamente e acabar com a minha vida social ou me empenhar um pouquinho e acabar por dar aulas em cursinhos e ensino médio, morando com meus pais até os 29 anos.

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