Pois é. Agora é para valer: corrida de 5 dias em Campinas e com direito a aulas quase todos os dias (abemçoada terça-feira). Hoje o dia foi particularmente monótono, pois cheguei aqui, depois de não conseguir dormir no ônibus, e fui direto para a cozinha realizar meu almoço. Odeio cozinhar por motivos de sobrevivência, e agradeci a todos os santos por minha mãe ter me mandado 5 vasilhinhas de comida (as bananas eu ignoro). Almoço estava uma delícia e os nuggets de vegetais que acabei assando ficaram nem cru e nem assados - era um distinto ponto entre essas duas opções.
Decidi que seria melhor cair na cama e dormir antes de ir para a faculdade. Seria de fato melhor, mas estão fazendo uma reforma aqui no prédio e quem é que dorme quando eles estão apunhalando a sua parede? Mas atente ao fato de que eu tive consciência de que teria sido melhor dormir antes da aula, porque fui até o ponto de ônibus, entrei naquele treco repleto de vírus e mais vírus (o ônibus vai direto para o hospital das clínicas da UNICAMP, imagine a quantidade de gente impestiada não passa por aquela catraca!), quase tomei um banho ali mesmo de álcool-gel e caminhei até a minha sala quando cheguei no destino já num look-panda fantástico.
Meu Professor de redação filosófica II, Lucas Angioni, tem uma vozinha de baixa frequência, constante, sonoramente feita para adormecer um bebê... e que mal chega na íntegra na 3ª fileira.
Eu estava na 3ª fileira.
Sabia que a aula começaria às 14:15 e iria, corrida, até as 15:50. Ele entrou na sala, sentou na cadeirinha e falou... e falou, falou, falou, contou umas piadas (mas ele não tem os skills da coisa, sabe? Agora imagine como foram engraçadas as piadas), e falou e falou e quando eu olhei no relógio, era 14:30. Fodeu, pensei. E quase foi isso, figuradamente, porque as piscadas longas começaram, e a cada piscada a gravidade agia com insistência sobre minhas pálpebras, e a vozinha de fundo, sonora, melódica, falando de termos de lógica que ninguém do segundo semestre ouviu falar - assim espero! - e tudo aquilo fluindo pelos seus ouvidos... e havia o friozinho, e ainda a gravidade, seus olhos gritando para que você os deixasse fechados...
E eu não dormi.
E quando olhei no relógio pela 2ª vez, já era 15:45. Aí eu constatei: as horas voam quando você luta contra as suas prórias vontades e atropela os desejos do seu corpo.
Na cantina, virei aquele copo americano de café e disse a mim mesma: eu aguento mais uma hora e meia!!! Mon ami. Aquele cara tem o dom de transformar 1:30 hora em 487835186!!!! Aquela (censurado) não passava nunca! E aquela voz só começou a me dar ódio por causa daqueles malditos pedreiros do prédio.
Quando terminou aquela sessão de tortura lenta, eu corri para o ponto do ônibus e rapidamente adentrei e ocupei um lugarzinho bacana. Demoraram exatos 45 minutos paraeu chegar em casa. Antes eu fazia em 20.
Acabei de entrar no curriculum lattes do cara e vi em idiomas:
Francês | Compreende Bem, Fala Razoavelmente, Lê Bem, Escreve Razoavelmente. |
Italiano | Compreende Bem, Fala Razoavelmente, Lê Bem, Escreve Pouco. |
Inglês | Compreende Bem, Fala Bem, Lê Bem, Escreve Bem. |
Grego | Lê Bem. |
Latim | Lê Bem. |
Espanhol | Compreende Bem, Fala Razoavelmente, Lê Bem, Escreve Razoavelmente. |
Na boa... o cara se formou em 1994 em filosofia na Unicamp. Ele tem cara de novinho. Se ele entrou com 18 e saiu com 22, hoje ele deve ter uns 37 anos e o cara é professor titular daquela universidade.
Estou seriamente dividida entre me empenhar academicamente e acabar com a minha vida social ou me empenhar um pouquinho e acabar por dar aulas em cursinhos e ensino médio, morando com meus pais até os 29 anos.
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