1 de dezembro de 2009

ficção

Eu tenho ódio dela, para ser bem franca. Depois de tudo o que aconteceu, de tudo o que esse cara fez para ela... ela me diz que está esperançosa. Eu tive vontade de enfiar a cabeça dela naquela privada, dar descarga e só parar quando a lavagem cerebral estivesse completa. Mas simplesmente não dá para fazer essas coisas com a sua melhor amiga.

Ela tem equilíbrio, sabe? Aquele equilíbrio que eu simplesmente esqueço quando o assunto é diversão, sexo e bebida. E, cacete!, ela me olhou com aqueles olhinhos brilhando, realmente me dizendo que que estava esperançosa de que as coisas entre eles dois iriam se acertar. Eu só pude me remoer em descrença, decepção, sei lá... depois de tê-la visto sentar no banco do bar, em plena balada que ela tanto amava, e deixar que tudo escorresse pelos olhos a fora enquanto ele dava atenção pra outra, achei que ela ia desistir ou, melhor!, ia de fato tentar seguir em frente.

Eu desejei ter ao menos tentado afogá-la ali na pia do banheiro público mesmo. Pelo menos respingado alguma coisa bem nojenta em cima dela para que percebesse o quanto aquilo era um absurdo. Eu tinha inveja dela por causa do cara que ela estava saindo, tinha inveja porque ela me contava, entre a vergonha, tensão e medo, sobre ele querer do that com ela porque ela o enlouquecia.

O cara me enlouquecia só com um sorriso e I would do that com ele se este não fosse a forma mais belamente olímpica de escape para ela. Se não fosse ele quem a fazia sorrir uma vez por semana de forma sincera.

Nós duas sempre fomos muito unidas e eu sempre estive perto dela. Ela é frágil demais, delicada demais, meiguinha demais... e tudo isso não ajuda em nada quando ela sofre, porque faz com que ela sofra demais. E eu queria poder sofrer por ela, mas eu sou rebuscada demais, sarcástica demais, inabalável demais. E sofro de menos, por um dia, uma hora, dois instantes. Ou nem isso.

Eu não sei do que ela está falando.

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