6 de agosto de 2010

I´m on my own way to believe in it

Existem, sempre, aqueles amontuados de palavras que, por algum estranho motivo, mesmo que decência, educação e consideração soem nobres, não foram ditas. Medo é ainda um dos melhores motivos, porque dizer algo sem se importar com a reação do outro é realmente um ato de segurança. E quem seria tão seguro?!
O melhor dos motivos estranhos.
Aqueles amontuados de palavras não ditas são, ao mesmo tempo, as quatro coisas que jamais voltam. A pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado. A ocasião de dizê-las já passou assim como o tempo. Houve sim uma pedra atirada, caso contrário, por que esses amontuados de palavras surgiriam?! A palavra dita é aquele silêncio - porque o silêncio é a reação não natural de todas as coisas que surgiram na cabeça e não se pode pronunciar, mas ecoam na mente, em palavras, murmúrios, sons dispersos e se escuta dizê-las toda noite.
E não foram de fato pronunciadas. Não a quem deveria ouvi-las, mas só e unicamente a você. Isso corrói tanto que perder o sono é o ínfimo dos efeitos. A causa maior é que o tempo de dizê-las passou, a pedra está nas mãos e a ocasião ficou perdida junto com o tempo - e as palavras ficaram presas numa mente que, por algum motivo estranho, optou por perder a tudo isso.


Aqueles amontuados de palavras não ditas pesam sempre mais.

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