3 de agosto de 2010

de ventos em tempos e

"Ninguém é capaz de compreender um dragão. Eles jamais revelam o que sentem."
( caio fernando abreu )
Ele é um dragão.
Tão grande, tão forte, tão calado. Quase lacônico - em seus sentimentos. Ele não se pronuncia, não revela, não dá dicas; ele esconde tudo e espera que entendam as regras e os gostos.
Ele é um dragão.
Tão potente, tão observador, tão tácito.
E ela é uma flor.
Tão pequena, tão frágil, tão fácil. De fácil carinho, de fácil sorriso, de fácil felicidade. Basta um dragão perto dela e ela se pronuncia sobre os ventos, as nuvens, o calor e as escamas dele que machucam.
Ela é uma flor.
Tão linda, tão feliz, tão estagnada. Quase uma metáfora. Quase uma poesia - em seus sentimentos, em suas tentativas de agir com coerência. E ela espera o dragão, e ela espera estar perto de suas escamas, de sua quietude, de seus laconismos sentimetais.
Ela é uma flor, e flores falam o que sentem, o que pensam, o que não gostam de imaginar.

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