7 de fevereiro de 2010

Eu vivo pelas ruas a esmo

Sam, se você vir a este post, creio que você compreenderá o porque da demora em responder ao e-mail.



Sabe quando você entra naquele momento da vida em que tudo o que você tanto gosta, ama e idolatra começa a te enjoar? A entrar em um marasmo que seu ânimo refuta?
É o que sinto no momento. Sinto uma necessidade estranha e impulsiva de sair de casa, de pegar minhas coisas e ir para longe, ficar uns bons meses desaparecida, desconectada com as pessoas que tanto gosto.
Machuca os pensamentos tudo isso... saber que você vai acordar e nada mudará. Não digo só pelo fato de eu estar praticamente na inércia de férias e não ter muita coisa para fazer, pois sei que daqui três semanas a faculdade e a filosofia irão me martirizar também. E, sinceramente, não sei se ao morar sozinha as coisas ficarão mais fáceis para mim, ou me ajudarão em algum ponto do meu crescimento.
A minha vida universitária não é segredo para ninguém. É uma merda. Já estou no segundo ano e terei de mudar alguns aspectos. Preciso de amadurecimento para encarar esse curso - e de uma ajuda divina para aprender a escrever algo decente em meus trabalhos.
O que me anima muito nesse 2010 - que começou erroneamente, aliás - é o fato de haver muitas festas sertanejas para ir e muitos rodeios para comparecer. Nisso, verdade, só poderia agradecer a uma pessoa por ter colocado esse gosto em mim (por isso acredito que gosto se discute, apesar de eu não saber ainda como fazê-lo corretamente). Hoje fui ao ensaio de bateria de uma escola de Samba aqui de Rio Claro e, mesmo tendo me empolgado um pouquinho no final, descobri que apenas o sertanejo é capaz de fazer sertir-me bem - realmente bem. Sei que muitos me crucificam por este gosto, mas o que posso fazer? Dentre as tantas coisas que me aconteceram nesses últimos 17 meses, essa aquisição - por assim dizer - foi a única que me completou fatalmente.
Não posso deixar de dizer também, óbvio, que vi ao Caio nesse fim-de-semana por duas vezes, e o que me indagou mais - além da suspeita dele ter dito algo para os meninos sobre Rodrigo e eu - é a indagação interna sobre o que eu sinto em relação a esta pessoa?. Não é euforia, não é paixão, ciúme ou ódio/raiva. Então o que é, meu Deus?! Não, não guardo esperanças por ele, de forma alguma. Como o dito no post anterior, fiz escolhas erradas e elas me afastaram para sempre dele.
E eu tô começando a acreditar que há algo de muito errado comigo, uma vez que afastei o Vinícius de mim também. Sim. Só não compreendi se eu dei um fora nele, ou ele não fala comigo mais pelo fato de eu tê-lo ignorado. O que se passou foi que ficamos um mês afastado um do outro e quebras de rotinas, apesar de benvindas (?), não fazem parte de minhas preferências do campo amoroso - ou carnal. Ao meu ver, estou começando a acreditar piamente em um possível medo de relação e de perda.
Em palavras mais simples, o famoso "oito ou oitenta".
A verdade é que sempre em que me imagino em algum relacionamento, vejo discussões, ciúmes, brigas, gritarias e mágoas. Não consigo idealizar algo romântico, lindo e rebuscadamente perfeito. Nada disso.
Acho que o se passa na minha cabeça é: "se é para perder, então vamos perder de um jeito digno de render alguma crônica", porque ninguém que acompanhe esse blog pode alegar que o Caio não me rendeu muitos frutos furtivos de escrita. Se eu escrevesse todo enredo e todas as frases que elaborei/elaboro quando penso nele, largaria a faculdade e escrevia essas histórias por anos a fio. Retomando... ao terminar algo assim, ou sendo grossa e estúpida no final, eu consigo o que já intitulei de rompimento brusco. No dia seguinte já não teria mais o por quê de ligar ou de me importar com tal pessoa ou circunstância; só que tentar obter um perdão ou reatar as coisas mais tardes são impossíveis caso algum arrependimento venha a encasular a consciência.
Minha mãe gosta de chamar a tudo isso como ir como ferro e ferradura.
Isso tudo não explica o por quê de eu achar que tenho medo de relacionamentos.
A ideia de ser livre para poder decidir meus programas e convidar a quem eu quiser pesa muito do lado da balança oposto àquele em que está o relacionamento. E eu nem dou satisfações aos meus pais direito, quem dera a alguém que nem estava lá no momento em que mamãe, gentilmente, me pariu?! E, conhecendo a mim bem, sei que, ao me envolver com alguém, dores, mágoas e - principalmente! - ciúme surgirão. Dor e mágoa, eu aguento, mas ciúme não. Meu estado de insegurança me acarrenta e eu não gosto de ser insegura. Não gosto de estar desestabilizada - e a mísera noção de que "a mim eu me basto" tem falha, já me causa desconforto e muito, mas muito mau humor. Por isso que acho (sim, acho!) que, quando me envolvo com alguém, incoscientemente idealizo o fim para haver o rompimento brusco e eu voltar ao meu equilíbrio.
Só que assim eu machuco àquele que está próximo de mim, e a mim. E só Deus sabe quando é que essas feridas vão sarar completamente - e nem estou me referindo ao outro!
O medo de perda pode ser muito bem compreendido ao ler termos como ciúme e insegurança.
E o marasmo das férias é complicado exatamente pelo motivo de você não conseguir ocupar sua mente com muitas coisas, possibilitando, desta maneira, pensamentos bobos como esses e assuntos sem grande importância como esses.
E o que me dói ainda mais é notar a improdutividade dessas férias. 1 livro lido apenas, nenhum texto escrito, nenhuma história começada. Nenhum plot definido, pensado ou esquematizado.
Então acho que é isso, no fim.

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