25 de novembro de 2009

Ele ainda gostava muito dela. Dava para ver. Ele passava na sua frente, e voltava, e ia e resolvia que seria melhor conversar com a pessoa que estava ao lado dela. Tudo isso com a outra, verdade, mas, para ela, tanto fazia. Ela estava bem - e isso o incomodava.

Ela olhava para o lado e via ao seu outro. Um pouco mais velho, um pouco mais diferente, um pouco mais condicente a ela. Ele, o que ainda gostava dela, não havia percebido a presença do outro. Até aquele instante.

Ela havia caminhado em direção ao bar, e a música estava agitada, um arrastapé gostoso, e ele estava dançando a com a menina dele. Na frente dela. Até vê-los.

Ela estava de volta com um copo na mão, que muito parecia Johnny Walker com energético, e entregou o objeto para o rapaz. Ele bebeu quase um gole inteiro, mas parou no exato momento em que sentiu a boca dela sobre seu queixo, depositando uma leve mordidinha e um beijo. E a boca deslizou pelos lábios, mordiscando, e para as maçãs, roçou os lábios pela fina barba e sugou o lóbulo da orelha esquerda. Desceu, num atencioso e demorado trajeto de pequenos beijos e fricções, em direção ao pescoço e depois subiu, mais uma vez, em direção à boca e ele - ele! - a beijou.

Aquilo lhe fervou o sangue. Ela tinha aquele dom, de deixar os caras naquele estado hipnótico de loucura masculina - ele ainda bem se lembrava do que ela era capaz de fazer com ele com um único beijo e um olhar mais desejoso. Ela era a pura luxúria naqueles olhos de menina tímida, de princesa.

Foi por isso que ele foi obrigado a ouvir da boca dela I do not like you anymore.

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