26 de novembro de 2009


6 anos.


Demorou-se 6 anos para que eles voltassem a se verem. Ou a se falarem. Ela não estava acompanhada, mas estava exuberante naquele vestido longo azul petróleo e os cachos a caírem pelos ombros, até o curvar de sua cintura. Ela já o era desta maravilha antes daqueles seis anos, mas, no agora, havia aquela postura de mulher que tanto lhe caía bem.

Os anos passaram. E ele namorou por todos eles, e, antes daquele casamento, não mais. Algo dentro dele gritou para romper, implorou para desfazer um relacionamento tão estável. Quase o dilacerou por dentro para se permitir esses dias solteiro. Solteiro para reencontrá-la mais linda, mais distinta, mais mulher.

Descobrira facilmente que ela terminara a faculdade e ganhava a vida lecionando numa faculdade na Europa onde, também, fazia suas pesquisas acadêmicas. Possuía um nome renomado, apesar da pouca idade, mas sua clareza de pensamento transparecia na alvidez de sua tez - e na delicadeza até mesmo sarcástica que seu sorriso adquiriu.

Tanto tempo sem nem ao menos nos falarmos, ela disse, sorrindo, verdade, para ele. E tudo por bobeira.

Bobeira? Ele pegou mais uma taça do champagne para ela e recebeu um agradecimento com um leve sotaque francês.

Bobeira, ela assentiu. Bobeira ter deixado de conversar justo com aquele que me proporcionava os sentimentos mais conturbados e me fazia pensar nos diálogos mais verdadeiros. Ela sorria. Sim, sorria - e ele não conseguiu distinguir se era verdadeiro ou irônico, mas ele a conhecia... sim, a conhecia. Ela já era mulher formada, não precisava mais se esconder atrás de teorias elaboradamente furadas.

E continua sendo bobeira?

Não.

Pausa.





Hoje é apenas lembrança. E não há nada de bobo nelas.

Algo dentro dele gritara para ficar solteiro apenas afim de fazê-lo um bobo. Como ela o amaria por seis longos anos distantes quando em seis longos meses perto, ela o deixou de fazer com êxito?!

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