8 de julho de 2009

Oscar Wild a Ciúme.

Alguém disse que descrever-se é limitar-se. Esse alguém, que eu bem sei quem, é um dos meus ídolos literários. Se eu pudesse ser como ele na descrição - e por que não discrição - de Dorian Gray e Lord Henry...

Na verdade, eu queria ter a mesma influência que o Lord, mas sem ser tão corrompida quanto ele.

Impressionantemente, este é livro que eu venero, adoro e falo dele sempre que alguém me pergunta "que livro eu devo comprar?" e não possuo. Acho que estou esperando encontrar alguma edição que me apeteça de verdade, que me faça desejá-lo.

Em uma analogia extremamente porca, creio que isso (não comprá-lo) diz respeito a mim. Eu compro os outros livros, mas são apenas outros livros em meu armário. Sem apego. Sem ciúme. E eu sem ciúme não creio que seja a mim. E se eu o comprar, vou lê-lo até gastar-lhe as páginas, fazer anotações, marcar citações... vou fazê-lo dele minha posse mais preciosa e mostrá-lo-ei a todos, mas ninguém o terá.

O não comprar é meu álibe para a não-possessão.

O ciúme é interessante, Eu acho, pelo menos... tenho de achá-lo assim. Porque ele não implica sentimentos. Você não ama um caderno, mas não quer que ninguém ponha a mão nele. Você não ama sua caneta, mas ninguém pode usá-la. CIÚME. Essas coisas são suas.

Pronome possessivo. Suas. Verbo de ligação. São. Sujeito. Essas coisas.

Como a sintaxe é perfeita. Você possue ligação com essas coisas, mas é só um objeto. E pode ser objeto de várias ouras coisas, mas elas são sujeitos porque têm a você.

Assim é o ciúme. Ligação sem apego.

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