11 de maio de 2009

das coisas que eu acho que entendo

Ultimamente eu tenho tido mais dores de cabeça do que o normal. E não são aquelas dorzinhas que a gente aguenta... são senhoras dores que até deixam a vista (mais) embaçada.
Meu professor disse que é excesso de pensamentos, e que muitos desses são totalmente descartáveis. Meus pais acham que é a vista (e eu reluto em descobrir se minha miopia aumentou).
A opinião do meu professor é linda para mim. UAU!, eu penso tanto que tenho dores de cabeça fortíssimas (claro que excluo a última parte da opinião dele). Adoraria ter um laudo desse. Porém, a dos meus pais fazem um certo sentido.
A questão é que ter dor de cabeça é fogo. Começa na frente, doma o meio e explode no centro. Nem apertando os pontos chaves melhora.

Notei que, ultimamente, tenho dito mais palavrões. Não gosto deles, acho totalmente inúteis e há palavras muito melhores e que expressam mais desgosto que eles, mas existem certos momentos em que eles encaixam tão bem - e ninguém fica te olhando com aquela cara "se você ofendeu alguém, ninguém percebeu". Talvez por isso goste mais de opitar pelo sarcasmo com cinismo, os dois juntinhos de mãos dadas.

Esse fim-de-semana minha família disse que eu estava diferente. Mais bonita. Eu, narcisista, respondi "uau!, eu consegui ficar mais bonita do que já sou!", mas minha tia disse "ela está amando, por isso que ela tá com essa beleza a mais". Eu devolvi "caramba, como eu sou boa. Consegui me amar mais do que antes!".
Ninguém acreditou. E eu fiquei fula. Será que é tão perceptível o quão nutrir algo por ele me faz bem? Não consegui enganar um primo meu, que é mais que primo, mais que amigo, muito mais que um irmão. Ele me conhece bem, muito bem, e sabe de tudo o que se passa na minha vida - e dá os chacoalhões que eu preciso de vezes em quando.
Tem um outro primo meu que conheceu ele. Sincero, foi o que ele me disse sobre o cidadão. Eu concordo. E aprecio e acho lindo isso nele. Uma sinceridade que talvez nunca vi igual em homem nenhum.
Começaram a falar que eu estou demorando para apresentar o namorado. Ah!, se eles soubessem que o buraco é mais embaixo, de tudo o que aconteceu, de que não estamos juntos, mas agora é até melhor que antes. Esse meu primo chegou do meu lado e disse baixinho "eu já conheço".
É, meu caro, você já o conhece. E eu agradeço dia após dia por meu irmão estar na Irlanda agora e eu poder curtir meu menino sem ouvir coisas que não me agradam. Minha sensatez me deixa em cheque ainda quanto até onde eu quero levar essa história adiante - e quem sabe meu primeiro romance literário não nasça desses acontecimentos! -, mas eu já notei algo: quando ele vem até mim para conversar, meu coração dispara e uma alegria sobrenatural se apossa de mim.
Odeio clichês, mas é assim que as coisas são. Um dia eu descubro um jeito melhor de limitar esse sentimento.
(pausa para a tese: pôr em palavras é limitar, porque elas nunca chegam na exata imensidão do que as coisas são).

Já percebi que ultimamente tenho desenvolvido pensamentos ou extremistas ou radicais demais. É essa independência feminina, racional e sentimental. É essa estranha sensação de que palavras não preenchem o todo - quase como uma metomínia. A estranha sensação de que posso tudo e que tudo está longe demais para eu poder. Como diz meu primo+amigo+irmão, por que não posso relaxar e curtir? Ele diz que sou policiada demais e que deveria dar vazão aos meus desejos de vez em quando.
Talvez ele esteja certo, ainda não mensurei a profundidade desta verdade.

Aliás, eu e ele somos opostos. Mais opostos que qualquer outra dualidade. E eu amo a ele.

Eu bebi mais café do que já bebi nesses dois meses de faculdade. E tô com sono. Cacete, eu ainda tenho de ler a 2ª meditação de Descartes e ler a tese de doutorado do meu professor. Sem falar em Heidegger.

Boa noite.

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