Eu só queria expôr que, sendo verdade ou não de sua parte - uma vez que eu só posso julgar o que você diz quando dito diante de mim -, nós sonhamos um com o outro exatamente no mesmo dia.
Convenhamos que não é algo nada usual, normal ou sei-lá-o-que-al. Mas é que sei que o meu sonho deve ter sido bem diferente do seu - uma vez que você pode considerar sonhar com alguém o fato dela apenas ter aparecido de relance, em alguma cena lá no fundo da multidão. Você pode até ter tido um sonho erótico comigo - e talvez esta seja a máxima de aproximação que teremos em meses -, mas o meu... Ah!, meu caro, o meu sonho foi surreal.
Artisticamente falando.
A gente estava num campo aberto, uma colina, e estava ventando. Eu queria me esquentar, mas mesmo com o Sol eu não conseguia. E você, sei lá por que, pediu para me abraçar. E, cara, como eu odeio estar de tpm até em sonhos.
Foi o pior pedido que você poderia ter feito ali.
De repente, você poderia apenas ter se aproximado de mim e me abraçado, beijado ou me jogado do barranco. Mas você teve de abrir a boca e pedir por algo que possui mais simbologia do que aparenta.
O fato é: eu odeio a fraqueza feminina. Odeio o clichê feminino. Odeio o simples fato de mulher ser uma besta.
É, mulher é besta.
Se dizem fortes e independente mas levante a mão aquela que nunca sonhou em encontrar o homem da sua vida para namorar, casar, viajar e ter filhos? Qual é aquela que se apaixonou por um mulherengo canalha, mas acreditou piamente que seria o fator de mudança na vida dele? Acredite, você não vai fazê-lo mudar. Ele só vai mudar se você valer a pena - e eu ainda estou para ver a mulher que é julgada assim para um homem.
Ah!, a melhor de todas: qual mulher, mesmo negando todo o romantismo intrínseco a si, nunca quis receber uma carta com palavras de amor (mesmo com toda a breguice, clichê e afins)? Mesmo que a carta comece e termine exatamente igual.
Diga, qual?
E receber flores sem saber de quem? Um cartão sem assinatura? Metáforas e metáforas bregas de como ela é linda, um anjo de pessoa? Claro que se vier seguido com um você é inteligente, culta, erudita, diferente das outras... pronto.
A questão é que homem sempre acha que pode e mulher sempre acha que não precisa. Só que ela precisa de um romance perfeitamente idealizado (pleonasmo?), um cara tipicamente cavalheiro diretamente importado do século XVII, que saiba desde das futilidades cotidianas até os resquícios das verdades humanas... e se de fato tudo isso é o que nós, mulheres, esperamos encontrar em alguma peça do sexo oposto, sinto informar, mas a independência será a melhor saída somado a algum sexo casual que apareça.
Mulher é um bicho burro. Consegue ser totalmente racional longe, mas, quando surge um alguém, cai em contradição. Chora, se descabela, liga desesperada, fica pensando, sonhando com momentos juntos, como seria, como poderia ser, como deveria ter sido... e, então, dá vazão às emoções.
TODAS, eu digo. E amor, por si só, já é bem complicado.
Ao meu ver, amor é adoração por insistência. Você insiste no cara, no que ele lhe causa, no que ele deveria ter causado. Amar é esquecer de você. Essa visão não muda em mim e não me traz nenhum conforto. Por isso, sempre, em qualquer circunstância, eu vou agir racionalmente.
Frieza de minha parte? FODA-SE. Isso é segurança. Um exemplo: depois de 3 meses longe dele, eu tive a capacidade de dizer que o amava (veja, eu disse uma vez isso a ele e foi antes da gente se separar. Depois de 3 meses sem nos falarmos, com ele me odiando e a recíproca sendo tão verdadeira quanto a minha necessidade de respirar, disse que o amo. E amo mesmo. Mas não obcessivamente, desesperadamente ao ponto de eu quase me asfixiar com a fronha do travesseiro. Amar apenas pelo fato de eu não conseguir forjar as reações físicas que ele causa quando estamos um diante do outro.
Digo físicas porque até mesmo as químicas nós, mulheres, somos capazes de fingir. Só que um arrepio ou uma arritmia instantânea não é bem o que eu chamo de total controle do seu sistema nervoso).
Fortaleza, mulheres, eu não sei se posso julgar saber o que é. Mas com certeza não é esse clichê que nos faz fortes e frágeis. Eu odeio essa visão nossa. Dizemo-nos forte e capazes, mas caímos em contradição toda vez que não o físico mas o emocional é ativado. Ficamos sensíveis demais diante dos sentimentos.
Por isso - e outros tantos motivos - sou a favor dos julgados maus sentimentos. Porque eles sim nos fazem crescer, solidificar, fortalecer. Os bons sentimentos geram estados e prazeres para a alma e carne que viciam, e, quando acabam, caímos por terra. Os maus não. Eles não geram vícios, apenas aprendizagem e autocotrole, uma vez que sabemos que não os queremos conosco - e, desta maneira, nos adestramos, nos condicionamos a aguentar tudo; selecionamos o que nos é melhor.
Assim, nem mesmo os sentimentos tidos como bons serão capazes de nos enganar, porque já sabemos ponderar os vícios e as amarguras.
Eu não sei como é melhor agir. Eu não sei se dá, realmente, para ter uma coesão entre pensar, agir e falar. Só sei que um sonho com você me faz ter esses pensamentos tão individuais que eu acabo por cair nas minhas próprias crenças. Entendo perfeitamente como tudo isso é ruim. Entendo como não é bom estar sozinho. Mas a ideia de eu não me bastar, de eu não me completar, me causa muito, mas muito desconforto, porque não quero depender de ninguém para estar bem.
#2 - Da Gangorra que Nós Mesmos nos Colocamos:
Tá, já mencionei no textinho ali em cima que eu confessei para ele e, o mais importante, para mim, que o amo. E isso é verdade. Porque, se não for amor, não sei o que mais pode ser (vide Jota Quest hehehe). Até disse para ele para tentarmos de novo, de uma forma diferente, para de fato nos conhecermos e tentar tirar a dúvida se somos tão incompatíveis assim.
Mas, estive pensando... será que vale a pena?
Eu já notei que talvez eu prefira amá-lo sozinha - porque terei certeza que este amor, essa adoração por insistência, não vai me causar nada que eu não possa controlar. Não vai me causar decepções. Mas que tipo de decepção ele poderia me causar?
Já chegamos a todos os extremos juntos, de amor ao ódio (apesar da semelhança de ambos), então o que mais pode ser extraído de um processo de conhecimento? Caso ele aja exatamente como da oura vez, é o mínimo que eu esperarei da parte dele. E será como se ele assinasse o atestado de canalha.
E, uma pergunta que vem a mim frequentemente: por que eu quero isso? Por que eu quero tentar de novo?
Parece uma questão besta já que eu acabei de assumir que o amo. Só que é pelo meu estado de liberdade, independência e processo de construção do meu futuro profissional que relevo de fato essa pergunta.
Às vezes eu imagino nós dois, ou apenas me agarro a alguma lembrança dele para me sentir ainda perto dele, sendo dele, e sinto como se ele não fosse a pessoa certa ao ponto de eu, realmente, querer uma segunda chance para ver se dá certo.
E se der? Eu vou conseguir levar isso até aonde? E se me bastar apenas amá-lo sozinha? E se a gente estiver junto e esse amor se dissipar por ele não ser bem a pessoa que eu acho ser?
Esse sim é o meu maior medo: descobrir que ele não é nem quem antes ele demonstrava ser e nem quem eu julgo que ele deveria ser.
Eu não me vejo casando. Eu não me vejo com um alguém ao meu lado. Eu não me vejo com ele. Porém, ao mesmo tempo, não posso ignorar a nossa química, os nossos atritos, as faíscas de nossos beijos e olhares. Não posso ignorar que ele tem sim um poder sobre o meu racional, mas que contorno muito bem, me desvencilhando de suas verdadeiras intenções.
Não posso apenas esquecer que, se longe é bom, perto é melhor ainda.
Mas eu não me vejo estando com ele, apresentando-o a minha familia, amigos, avó. Só que, se não me vejo fazendo essas coisas com ele (está certo que o passado também pesa nessas minhas ponderações negativas), me verei fazendo com quem?
Acho que é a primeira vez que eu penso naquela situação de não é você, sou eu como sendo verdadeira. De fato não é ele. Ele não possui nenhum grande defeito. O problema sou eu. Sou eu quem pensa demais, quem procura demais, quem não consegue apenas viver e seguir feliz vivendo. Eu sigo feliz pensando, ponderando fatos, ações e sensações, pesando o certo, o errado, o desejável e o justo.
Se a gente ficar separado, será melhor. Vai poupar dor-de-cabeça para ele, e coisas que eu não entendo para mim.
Só que eu propus a nossa segunda chance.
E que meu irmão nem sonhe com isso.
#3 - Das Coisas que Nunca Aconteceram Mas Estão à Tona:
Eu vejo meus primos dizendo que tal menina é linda, que tal amiga minha é bonita ou que aquele grupo de garotas são demais. Vejo todos os meninos falaram que não sei quem é assim ou assado, que tudo nela é bonito, que o conjunto faz jus a simpatia.
E eles nunca entenderam porque eu fico quieta quando eles falam dessas coisas.
A verdade é que ninguém nunca me disse que eu era linda. Ou bonita.
Ninguém nunca me disse que gostava de mim - até o cara que supostamente dizia essas coisas não se bastou comigo.
A verdade é que eu me acho diferente e estranha das outras meninas. Eu me acho grande, meu rosto grande e redondo, meus ombros largos, meus quadris (ah!, droga, meu manequim é 44 e duvido que alguém que leia isso vai pensar: ela tem traseiro grande e pernas grossas. É muito mais fácil me verem como um ser grande e gordo). Em fotos com as minhas amigas, eu fico desproporcional. Meu perfil é estranho, o conjunto não é bonito.
E quando estou diante de pessoas da minha idade, que não sejam minhas amigas, eu me sinto como uma criança de 18 (quase 19) anos. Como se eu fosse... sei lá, um alguém que esqueceu de fazer algo para amadurecer.
Na verdade, muitas vezes, acredito que sou rígida comigo mesma. Bem sei que a armadura que construí ao meu redor mais afasta do que aproxima as pessoas.
#4 - Das Conclusões:
Vou morrer sozinha, independente e com conclusões já feitas para buscar as razões. Assim como faço com meus pais quando quero convence-los de algo. Primeiro vejo o que quero e depois busco os motivos.
Aliás, que cara vai conseguir me aguentar quando eu mesma me declaro narcisista, arrogante, egocêntrica, chata, pretenciosa e prepotente? Nem eu mesma me aguento! Mas eu não tenho o livre arbítrio de não me ter, afinal, assim acaba a minha existência.
Aliás, a mim eu me basto .D
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