13 de maio de 2009

A carta de amor

Eu.
Ao usar essas duas letras para assumir o posto de sujeito, já está explicito que escolhi a mim, de boa fé e intenção, para ser o sujeito da ação, ou seja, aquele quem a faz. O que vier adiante será, naturalmente, de minha escolha - e aqui há imposto o meu ato voluntário. Há razões para fazê-lo, motivos... não nasceu de repente em mim tal vontade.
Não. É de minha voluntariedade ser tanto sujeito da ação como fazê-la.
É-me conviniente pôr-me neste estado - e nem estado é, porque este é passageiro. Modifica-se de acordo com as conjecturas. É sendo (ato de começar e continuar, usando o verbo ser. Eu sou) - e tornar-me percusor dos efeitos e causas que se seguem. Enquanto eu puder ser, sempre.
Se digo que é voluntário de minha parte, então também devo dizer que já ponderei os fatos. Já julguei, de acordo com o que acato como bom, se é justo, correto e certo. Confesso, às vezes parece-me que não, mas parecer é uma faculdade do pensamento que faz uma alusão ao que de fato seja. Descarto então, porque me é certo, me é entendido que será sempre certo.
E o uso do verbo ser nesta última oração não é apenas pelo recurso linguístico, mas pela sua significância.
Sua e do verbo.
Ser.
Então só há uma conclusão:
Eu amo você.

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Eu idealizei essa carta de amor.

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