27 de janeiro de 2011

meu Sol de mar às 7 horas da manhã

Difícil é acreditar que acordo cedo para ver o Sol no mar e que, logo ali, atrás da pequena onda, tem mais mar e que há muito mais para onde olho. E acho que, no fundo, olho tanto para poder vê-lo. Ele está logo ali - logo ali atrás. Quero poder sentir!, mas caio em desgraça - ou em cura, não sei. Não sinto nada. Saudade, falta, raiva, carinho. Não sinto vontade. Mas penso, penso um pouco e só penso e mais nada.
É incrível - neste exato sentido, de não ser crível - pensar que é longe mesmo, e que não é uma estrada que o liga até aqui, e o que me liga até lá nem é mais o meu coração, são apenas os pensamentos, o ato de pensar e só. Alguns podem até acreditar em que isso seja triste - eu não. O meu lado mais nobre sempre foram os meus pensamentos e nunca o meu coração. O meu coração me machuca e me traz esperanças falhas e falsas, minha cabeça me traz exatamente do que mais preciso: inspiração - e é exatamente nisso o que se transformou para e em mim, em inspiração.
Esperei muito para que isso acontecesse e que fosse, então, o meu estopim de criação. É bonito, automático, dolorido - porque eu preciso, porque vem quando vem e muitas frases se perdem pelo ato. O ato de pensar é perder e eu perco muitas das minhas frases iniciais, poucas se salvam e as que salvo surgiram nele.
Acordo cedo para ver o Sol do mar, a onda atrás de onda, ele atrás dos meus pensamentos. Acordo cedo para me inspirar.

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