Entenderia.
Não tinha mais as outras 11 folhas já descartadas do calendário, mas podia lembrar. Datas marcantes, importantes. Datas de decisões relevantes demais, dias de alegria, de choro, de tpm. Podia sorrir. Um ano muito difícil, cheio de pedras, barrancos e buracos, mas houve tanta companhia! Os amigos, os pais, o irmão, primos, desconhecidos... pessoas que passaram como um flash e se foram, outras que ficaram e precisaram partir.
Acontece, ela acreditava. Um dia todo mundo parte, mas cabe a nós, que ficamos e partimos, recolher os sentimentos e respeitá-los, independente do quê. Ela sorriu. Pensou em todos e desejou um ano bom e pacífico, um ano de surpresas boas e de saudades sem dores. Impossibilidade à parte, um ano sem choro.
Os votos permaneceram os mesmos, mas dezembro já estava há muito no lixo. Olhou para o outro calendário e Janeiro parecia brilhar.
Brilha, meu lindo Janeiro. Acolhe-me e gire-me nesse carrossel.
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