28 de dezembro de 2010

um ponto comum

Obra do acaso. Ou assim é chamado o destino quando não se é capaz de entendê-lo ou percebê-lo. Mas, afinal, o que viria a ser? Nem era para estar ali, mas estava. Resolveu passar na frente da festa porque era caminho para sua casa, porque não queria voltar para lá, porque não queria chegar tão cedo em casa... porque qualquer coisa em que pensava seria motivo o suficiente para estar ali.
Ele a viu sair da festa sozinha, sem a companhia do namorado, e estava desnorteada, olhando para os lados buscando um rumo. Ele pôde ver dali mesmo, daquele distância toda, os olhos castanhos-escuros dela brilharem. Brilhavam em choro.
Não entendeu o motivo pelo qual optou por se aproximar - nem se falavam mais há muito tempo. Ela o encarou e xingou, com todas as argumentações que tinha, com todas as grandes palavras que conhecia. Aponteu o dedo na cara dele, fez cara feia, bateu com força a porta do próprio carro para, depois, cair ao chão em soluços e soluços de desespero.
Desespero não.
Mágoa.
Ele pediu desculpa por já ter proporcionado tamanha dor antes. Pediu desculpa por ter causado tudo o que causou. Pediu desculpa por ter se afastado. E ela pediu desculpa por ter se apaixonado.
- A ironia do destino é um senso de humor muito peculiar para mim. - Disse ela, apoiando-se nos ombros dele para conseguir se levantar. Ele riu, ironia era o que ela mais entendia. E riu mais uma vez, porque acaso é o nome que se dá quando não se percebe o destino.
O seu destino era estar naquela noite ali para poder entender que ela já havia esquecido a ele e chorava por outro cuja índole estava questionada também.

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