31 de dezembro de 2010

O jeito de viver e Folhas de calendário

Ela olhou o último dia do ano no calendário. Então seria assim? É esse o sentimento? Um x que marca o fim do ano? Puxou a folha de dezembro do calendário e olhou os outros dias. Dezembro foi intenso demais. Muitos sentimentos. Muitos acontecimentos. Sorriu. No fim - não nesse fim, mas naquele em que a gente entende as coisas do passado - aconteceria exatamente assim.
Entenderia.
Não tinha mais as outras 11 folhas já descartadas do calendário, mas podia lembrar. Datas marcantes, importantes. Datas de decisões relevantes demais, dias de alegria, de choro, de tpm. Podia sorrir. Um ano muito difícil, cheio de pedras, barrancos e buracos, mas houve tanta companhia! Os amigos, os pais, o irmão, primos, desconhecidos... pessoas que passaram como um flash e se foram, outras que ficaram e precisaram partir.
Acontece, ela acreditava. Um dia todo mundo parte, mas cabe a nós, que ficamos e partimos, recolher os sentimentos e respeitá-los, independente do quê. Ela sorriu. Pensou em todos e desejou um ano bom e pacífico, um ano de surpresas boas e de saudades sem dores. Impossibilidade à parte, um ano sem choro.

Os votos permaneceram os mesmos, mas dezembro já estava há muito no lixo. Olhou para o outro calendário e Janeiro parecia brilhar.

Brilha, meu lindo Janeiro. Acolhe-me e gire-me nesse carrossel.

30 de dezembro de 2010

in a fairytale

                                                      Um segundo.
Se houvesse um segundo para olhar nos olhos antes da partida, ela escolheria olhar. Olhar, olhar e olhar e tentar passar o que dizem sobre olhar dela: sua potência em transmitir sentimentos e verdades.
Construirão caminhos muito separados agora, porque ela fará questão e baterá o pé até o final para que isso aconteça. Ela nem é orgulhosa a esse ponto - e ele sabe que ela falha todo dia em tentar estar bem. De certa forma ela até está, pois que meios havia de ele ficar com ela quando ela falhava consideravelmente ao tentar fazê-lo em paz?
Se houvesse esse mísero segundo, ela escolheria olhá-lo e ver, por uma última vez, os traços que não pertencerão mais a sua vida - e nem lembranças, e nem saudades. Olhar para apagar e deixar que tudo, mas tudo mesmo, vá embora com ele. Pela primeira vez não é a ela quem decidiu partir. Ele vai antes. Antes de que ela tome a sua decisão.
Ela nem é tão orgulhosa assim e falha dia-a-dia em tentar fingir que está bem. E ela está bem, porque não é assim que tudo termina. No final tudo dá certo, se não deu é porque ainda não é o final.

Ela escolheria olhá-lo e deixar que todos os seus sentimentos se esvaíssem.

28 de dezembro de 2010

um ponto comum

Obra do acaso. Ou assim é chamado o destino quando não se é capaz de entendê-lo ou percebê-lo. Mas, afinal, o que viria a ser? Nem era para estar ali, mas estava. Resolveu passar na frente da festa porque era caminho para sua casa, porque não queria voltar para lá, porque não queria chegar tão cedo em casa... porque qualquer coisa em que pensava seria motivo o suficiente para estar ali.
Ele a viu sair da festa sozinha, sem a companhia do namorado, e estava desnorteada, olhando para os lados buscando um rumo. Ele pôde ver dali mesmo, daquele distância toda, os olhos castanhos-escuros dela brilharem. Brilhavam em choro.
Não entendeu o motivo pelo qual optou por se aproximar - nem se falavam mais há muito tempo. Ela o encarou e xingou, com todas as argumentações que tinha, com todas as grandes palavras que conhecia. Aponteu o dedo na cara dele, fez cara feia, bateu com força a porta do próprio carro para, depois, cair ao chão em soluços e soluços de desespero.
Desespero não.
Mágoa.
Ele pediu desculpa por já ter proporcionado tamanha dor antes. Pediu desculpa por ter causado tudo o que causou. Pediu desculpa por ter se afastado. E ela pediu desculpa por ter se apaixonado.
- A ironia do destino é um senso de humor muito peculiar para mim. - Disse ela, apoiando-se nos ombros dele para conseguir se levantar. Ele riu, ironia era o que ela mais entendia. E riu mais uma vez, porque acaso é o nome que se dá quando não se percebe o destino.
O seu destino era estar naquela noite ali para poder entender que ela já havia esquecido a ele e chorava por outro cuja índole estava questionada também.

colecionadora de mudanças

Era calor. Era tarde. E nem chovia. Horário de verão tem dessas, de ser tarde e ter Sol, mas o verão traz chuva e nem chovia. Para ela tanto fazia, se chovia, se fazia Sol, se teria o arco-íris para ver lá no quintal da sua casa. Ela tem dessas também, de não se importar - não por desprezo ou esquecimento, é um simples não se importar.
Caminhou mais um pouco, ajeitou o phone no ouvido (You´re amazing just the way you are*), escolheu a jujuba cor-de-rosa e comeu. Do outro lado da rua, de carro, ele passou. Ela viu, claro que viu. Seu coração ainda acelerava só de olhar aquele carro sujo de terra passar. Talvez isso perdurasse por muito tempo ainda, como já vinha acontecendo.
Mas mágoa é mágoa e foi o que sentiu logo em seguida. Escolheu a jujuba branca, porque esta sempre tem um gosto amargo, como a amarela. You´re not so that amazing. Já fazia tempo, tempo o suficiente para um punhado de coisas ocorrerem. A faculdade, sua e dele, a estadia fora do país, um outro namorado, uns outros caras, uns outros livros, outras músicas. Outros. Outros. Outras caras.
Nem fazia tanto Sol. Nem era tão tarde. When I see your face there is no thing I would change*. Seu destino não era estar ao lado dele, nunca o fora. Momentos diferentes. Sempre viverão momentos diferentes. E ela tinha aquilo, aquele estranho quê de perder o interesse. O estranho quê de querer mudar. E ela mudou.
Lembra-se bem: mudou o jeito de pensar, o modo de encarar a vida, a faculdade, o curso, seu rumo. Mudou a cor do cabelo, o estilo das maquiagens, suas roupas, suas músicas, seus caras. Ele não gostava de mudanças. Mas ela mudou.
Mudou de cidade, de país, de amigos e até mesmo de pais. Mudou de cachorro, para gato, passarinho e um peixe. A liberdade dela era essa, a sua estranha necessidade de, de repente, mudar. Como estar com alguém que não gostava disso? Não precisava ter de mudar junto, apenas dar o apoio ou o sorriso. Ele nunca entendeu a liberdade dela, a cabeça dela e coração dela.
Da jujuba vermelha e azul ela gostava, pegou as duas e comeu. Papolas de Morfeu, pensava todas as vezes. Um sonho. Sonhos mudam. Ela gostava de sonhos e pegou uns três de uma vez, para poder mudar a ordem, o curso, o final. Escolheu o sonho de ser feliz em si mesma. O sonho de sorrir na sua simplicidade. E o sonho de ser coerente em sua ações, dizeres e pensamentos. Coerência sempre foi essencial. Linhas de raciocínio. Verdades. Sinceridade.
Ele passou de novo e ela não olhou. Não deu tempo - havia uma jujuba cor-de-rosa saltando aos olhos. Caminhou mais um pouco; arrumou a bolsa, refez o rabo-de-cavalo na cabeça e sorriu para uma senhoria conhecida. Sorriu para o senhor que não conhecia e sorriu para o Sol que se punha.
Este gostava de mudanças. Era livre como ela e precisava disso. Este não acelerava seu coração. Não lhe importava como era o seu carro e jamais a faria virar a cabeça para o lado. Mas eles eram livres, os dois, ele e ela, e ela poderia partir, ir embora, quando quisesse.
E era o que ela estava fazendo.

* Just The Way You Are - Bruno Mars

26 de dezembro de 2010

I´d never ask you to change

Acho que agirei assim por muito tempo ainda, apagando a luz do quarto e me enfiando debaixo das cobertas para poder suplicar. Suplico informações, compartilhamento de conhecimento. Por quê? Por quê? Por quê? Ecoará sempre aqui comigo e, enquanto me perguntar e nenhuma resposta aparecer, uma lágrima vai escapar.
Algo aqui dentro tenta me convencer: ele não merece você. Mas eu não vejo por onde sustentar isso. Não tem como. Não entendo o que pode me fazer melhor do que uma outra pessoa porque tudo isso vai contra tudo o que a gente prega, de que ninguém é melhor do ninguém - e é exatamente o que dizem: você é melhor que a ele. E eu nem sou.
Eu não consigo empinar meu nariz desta vez e dizer tudo bem, já passou, tenho coisas mais importantes para me preocupar. Ter eu até tenho - e são absurdamente mais importantes -, mas não são coisas em que eu tenha meios de agir para me ocupar; são coisas ou que veem até você ou não. Não tem como se fazer esquecer. Isso machuca muito. Deixa muita mágoa, muita raiva.
Parte de mim espera por uma vingança, algo que dê muito errado para os dois porque assim acredito eu ser o justo. Não foi justo. Não foi certo. Outra parte de mim vai esperar até o último momento por um pronunciamento. Mas nada será justificado porque não há como justificar. Foi errado.
Foi cruel.

Talvez eu ainda chore por muito tempo e me pergunte por quê mereci tudo isso. Talvez ele deva ficar com ela mesmo. Talvez meu destino nem seja esse daqui que eu estou tentando traçar. Talvez eu seja nova demais para tentar tudo isso, um relacionamento, um amor, um curso. Curso de rumo. Sinceramente não sei se mereci isso. Não me lembro de ter falhado com ele ou de ter sido mentirosa.
Sinceridade possui preços muito caros. Vai perdurar por muito tempo essa dor. Machucou muito profundamente.

20 de dezembro de 2010

peripécias de um ano ano fatídico.

Alguém já percebeu que 2010 já está acabando?! Pois é, eu notei agora.

Com 10/11 dias para o término dele, a Ana Júlia resolveu dar as caras neste mundo e nasceu hoje de manhãzinha. Bom para nós que só precisamos atender ao telefone, ruim para a mãe que deve ter entrado no hospital em São Roque lá pelas tantas da madrugada. E os bebês estão aí, a Manuela nasceu a semana passada e o Bruno em outubro (ele é o meu príncipe). Infelizmente meus pais não podem mais me dar um irmãozinho, coisa que eu acho que nunca pedi em 20 anos porque já tenho um mais velho, o Danilo.
Já fiz um post dele aqui e já falei dele diversas vezes. Meu irmão é meu herói, pronto, falei.
Eu achei, ingenuamente, que 2010 terminaria em despedida e em alegria, que Rodrigo e eu diríamos tchau, mas eu esperaria ansiosamente esses 6 meses acabarem logo para estar perto dele de novo.
Acontece. A gente decidi, no fim, quem nos deve fazer voar. Ele me deixou experimentar essa sensação, a de liberdade no céu, para depois cortar as minhas asas no talo. Acontece. Não foi a primeira vez e não será a última. É até engraçado se for parar para ver, porque nem o fim foi diferente - também, o que eu esperava? Eram praticamente os mesmos elementos.
Tranquei a faculdade, no papel, pois a verdade é que eu larguei.
Meu 2010 em muito se assemelha com o meu 2008. Vestibular, uma pessoa especial, frustrações e coisas novas. Infelizmente as coisas novas deste ano que eu vivenciei foram ruins, não passei no vestibular e as frustrações são bem maiores. Mas aumentei meu índice em rodeios. Fui para Jaguariuna, apesar de não lembrar nada, para Americana, Cordeiropolis, Araras, Limeira, Piracicaba, show de Maria Cecília & Rodolfo, João Neto & Frederico e Jorge & Mateus (estes não foram em rodeios). Descobri que tem gente que não gosta de mim e, de certa forma, sente inveja ou quer me ver mal - acontece também e sinto pensa destas pessoas porque, como já escrevi ali do lado do blog, não possuo nada que justifique tais sentimentos. Fiquei bêbada, pelas minhas contas, 2 vezes. Jurei que não o faria de novo para ser alguém decente e digno de estar com o cidadão de alguns parágrafos anteriores.
(Deveria ter bebido mais).
Minha mãe quis me dar de aniversário a minha tão sonhada próteses de silocone, mas, desisti - por hora. Com esse dinheiro todo posso fazer outras coisas, como, por exemplo, pagar uma parte do meu futuro intercâmbio.
Minhas conclusões pessoais já foram colocadas neste blog antes, então, quanto ao meu crescimento como gente nada vou declarar. Já nem sei se compensa tanto assim esse ensinamento e amadurecimento. Minha mãe diz que a gente passa por determinadas coisas para aprender - sinceramente? Cansei deste clichê. Quer dizer então que terei de sofrer sempre para aprender alguma coisa? Gosto mais do método dos pediatras ou psicólogos, em que a criança é recompensada com algo que ela goste por concluir tal tarefa ou exame (como o de sangue).
Hoje fiquei brava porque a minha mãe desembrulhou o meu presente de natal. Quem lê isso pensa "cacete, menina, tu tens 20 anos nas costas e vai ficar brava por causa disso?!". É, vou. Acontece que eu não ganho presente embrulhado de natal desde os meus 10 anos e esse ano eu tinha conseguido, e aí ela estragou.
Então, é isso. O meu 2010 poderia ter sido resumido em um único nome, mas como chutaram não somente o pau da barraca mas ela inteira, meu 2010 termina numa equação.

2010 = 2008.

13 de dezembro de 2010

Um baú estranho.

Esses fragmentos eu encontrei perdidos em alguns e-mails - e não achei justo perdê-los desta maneira. Coloco-os aqui para a segurança dos mesmos.
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sei que já ri porque quis e porque achei que deveria, porque me era conviniente e porque era o que estava na espera. Já forcei choros, já chorei porque quis e até porque era o melhor a ser feito. Uma máxima de sensibilidade, no meu ponto de vista. Já fui inconviniente pelo simples fato disso me animar e já fui muito, mas muito chata porque assim eu desejei. Já gostei de alguém porque eu me forcei a fazê-lo e até mesmo porque eu não queria. Até aqui, o fato de eu querer, gostar ou fingir assim até parece meio cínico e cruel de minha parte, como se conseguisse forjar sentimentos e reações - e realmente assim o é em muitas vezes. Meu desprezo, na maioria deles, é o melhor de mim, mas eu o acho muito para alguns. Mas, de tudo o que passei, de todas as mágoas que guardei e esqueci, a pior delas é, com certeza, a decepção - ou a falta de consideração, ou a mais vil mentira narrada na sua frente. Escolha. Hoje sei que pior que se depecionar com alguém por criar ilusões, é você não conseguir sentir mais nada porque você nunca esperou nada desse alguém. E este consegue decepcionar você. Mas posso dizer uma coisa? Eu fingi. Eu bordei meus atos. E até o que senti na hora. Agi assim porque assim me pareceu mais divertido. E a decepção virou minha melhor comédia. (03/02/09)
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Who am I? Bem, eu sei quem sou e você pode não gostar. Sou pessimista ao ponto de não acreditar no melhor de ninguém, porque, assim, é mais fácil de não me decepcionar. E se eu estiver errada; oba, já fiquei feliz - e você também.Repudio pessoas desconhecidas por natureza. É uma defesa, veja bem... não é que eu não venha a gostar de você, mas você tem grandes chances de não acrescentar absolutamente nada na minha vida e isso é perca de tempo. Além da minha pessoa ter a certa noção de que desconfiança é sim um ótimo veículo para sarcasmos e afins. E, bem... possuo esse senso de humor meio cáustico. E me divirto com ele e não, não vou mudá-lo.Sou volátil. Posso ser a pessoa mais meiga que você venha a conhecer ou a mais irritante - mas, no geral, minha simpatia sempre prevalece se for necessário, urgente e não houver outra saída. (Mas isso, claro, se já formos conhecidos. Caso contrário, sem esforços, "coração"). Só que isso flui com uma certa frequencia bem irregular, sabe?!Faltou alguma coisa... Ah!, sim, sou chata. É! Até mesmo um falso cognato. Tudo o que me acontece é motivo para eu ficar pensando, e analisando, revivendo fatos e tentando pegar as mensagens certas. Isso é um saco, mas eu gosto. Quem não gosta muito é quem está ao meu redor, porque, melhor que a auto-reflexão, é tentar achar que sabe exatamente quem o outro é.Arrogante de minha parte, eu sei, e não me sinto muito mal por isso.Sou indiferente a muitas coisas e isso me faz uma espécie de corpo sólido indestrutível. Não choro em finais de filmes, livros e semelhantes. Não me comovo com músicas e nem pessoas caindo , desesperadas, na minha frente. Mas sou sensível ao ponto de chorar uma noite e nada além.Choros são sentimentais demais para o meu gosto.Meu profile´s visitor está desativado porque pouco me importa quem olha meu orkut - e eu não entrei nisso daqui para proliferar discursos sobre privacidade e moral.E some a tudo isso o fato de eu ser preguiçosa, paradoxal, crítica, curiosa e, se pá, esperta. (10/02/09)
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O que eu percebo lendo esses fragmentos é o quanto mudamos ao longo do tempo. As pessoas crescem e mudam suas visões em períodos curtos. Eu achava que para isso se levavam anos, mas não. Levam-se acontecimentos e eles muitas vezes ocorrem todos em um mês. Fico feliz com isso.

7 de dezembro de 2010

enquanto isso, no lustre do castelo...

Eu sei que as coisas doem, machucam e nos fazem infelizes. Mas tudo isso não me soa de fato necessário. Doer, doer, doer... tudo dói, mas seria uma escolha nossa, um livre-arbítrio esquecer dela por alguns minutos e simplesmente nos contentar com a gente mesmo? A vida é tão cruel, tudo é tão fatidico, mas a gente sorri, se alegra, chora, dorme e se sente bem. Às vezes, verdade, mas, mesmo assim, o fazemos, então, por que não pode ser assim quando a gente quer? A gente sempre vai sofrer, então, por que não apenas escolhemos canalizar essa dor para outros fins? Por que tem tantas pessoas que sofrem penosamente e nem ao menos querem mudar de posição?
Eu não gosto desta ideia.
Eu o vi com outra. Eu o vi lá com a mesma pessoa que o fez chamar a mim de mentirosa.
Eu não quero falar da índole dela e nem da dele. É como ser anti-ético. Eu não quero isso para mim. Cada um entende de si mesmo e não cabe aos outros julgar. Eu não julgo. Não posso. É errado. Julgar é feio e machuca. Eu só observo e relato para mim mesma.
Doeu. Dói. Vai machucar por muito tempo, mas eu não quero isso para mim. Não quero sofrer. Não quero lembrar. Não quero ser infeliz. Não vou ficar pensando no que deu errado e nem como poderia ter sido diferente. Tem coisas e pessoas que simplesmente não são para nós.
Disse a minha mãe que eu olhava para o meu 2010 e não enxergava a nada. Eu acho que menti. Talvez eu nao tenha cosntruído nada para mim, algo como um curso, um rumo, mas eu vejo que cresci muito. Que amadureci. Ideias. Pensamentos. Pontos. Não sou a mesma do começo do ano. Nem o posso ser. Hoje sou alguém melhor, acredito.
A vida é mais do que isso daqui. É mais do que pessoas falando e pensando sobre você, pessoas preocupadas com o que você faz, come e veste. Todos os erros que sejam cometidos agora, para, no futuro, daqui 5 anos ou 6 meses eu seja alguém melhor. Sempre alguém melhor.
A dor não nos faz melhor. A dor não nos faz pior. A dor simplesmente nos faz. Aprender a administrá-la é um caminho longo, mas é um caminho que nos livra de sofrer. Isso soa bom, ah?!, não sofrer. Todo ser humano almeja isso.
Quando eu tinha quinze anos, achei que era alguém bom. com dezoito, também. Aos dezoito acreditava em que era alguém já no meu ápice de conhecimento próprio e que todas as minhas atitudes e dizeres eram irrefutavelmente melhores. Nem preciso dizer que errei. Hoje sou uma pessoa melhor, alguém bem diferente. Eu sou diferente. Aos quinze eu não abria a boca para nada, tinha medo de impôr minhas vontades, fazer as minhas próprias escolhas, hoje... hoje falam que sou teimosa. Não o sou. Apenas não sou mais aquela molenga, aquela menininha que dizia sim para tudo.
Não mais.
Não posso.
Eu cresci.
Eu menti.
Não estou sem um plano. Eu tenho um plano. Um plano guardado aqui dentro da minha manga. Mas não é um plano usual, comum. Não envolve faculdades e nem graduações, diplomas de universidades ou formaturas. Não. Meu plano envolve o bel-prazer, o prazer e um singular prazer.
A minha maior vontade é a de estudar línguas, fazer alguns cursos sem fins vocacionais, apenas de aprendizagem mesmo. Eu quero estudar arte, filosofia, política, poesias, literatura. Francês, inglês, italiano, espanhol, alemão e tudo mais o que me for permitido.
Eu quero viajar, conhecer pessoas, gostos, comidas, sotaques.
Eu quero fazer a tudo isso.
E quando terminar, quando eu me sentir satisfeita, quero poder voltar, fazer minha faculdade e trabalhar.
Quero estar em paz comigo mesma.

6 de dezembro de 2010

Você não é melhor que a ninguém

Eu tenho ataques de raiva, às vezes. Bate uma vontade louca de ligar e te mandar para aquele lugar e te segredar, em a+b, o por que de você ser baixo. Sem caráter. Sem índole. Justo você, que se acha tão melhor, que critica, fala mal... E você fez tão pior.
Ainda dói.
Eu defendi você. Defendi sua índole para o meu irmão. Defendi seus interesses para os meus pais. Fiz eles até gostarem de você, enxergarem as maravilhas que eu via. Eles até gostaram de você.
Ainda dói.
Mas para mim acabou.
Você é uma farsa. Um nada. Não merece nada de mim, nem lembrança.
Eu te apago assim.

3 de dezembro de 2010

profile orkut

Disseram-me que felicidade é tão importante assim porque é efêmera, porque se é capaz de lembrar de todos os momentos felizes e ninguém nunca disse que é a vida inteira um único momento de felicidade. E eu acreditei, e como acreditei!, - sempre buscando momentos felizes para colecionar para, depois, garantir que a vida, enfim, valesse a pena. Tolos aqueles que me disseram. Tola eu que acreditei sem ver as falhas disso tudo. A vida, para mim, e simplesmente assim, é feliz - porque sou eu abençoada por poder sentir-me feliz quando olho em seus olhos; em todos esses seus olhos amigos que me cercam durante os dias. Não estou feliz. Eu sou feliz.

que o raio te parta


Você pode até dizer que é ciúme, mas eu te garanto que não é.
Ciúme arde, corrói, mas não me faz sentir magoada. Uma tola.
É indignação.
Indignação porque todo mundo pode estar com você e falar as coisas que quiserem, eu não. Eu sempre tenho de tomar cuidado, sem a bonitinha, a compreensiva, fingir que te entendendo em certos momentos para não causar conflito. Acho que eu tô meio cansada de você e da sua falta de posição para comigo.
Você já percebeu que quem sempre fez algo em primeiro por nós dois fui eu? Que sempre fui eu quem tive de pedir desculpas, dizer que está tudo bem, abandonar meus argumentos e vontades para estar com você?!
Você nunca fez nada por mim. Nem me pediu desculpas por nada - e a lista de pedidos pendentes está longa.
Talvez seja melhor. Talvez você indo embora seja melhor. Ficar sem te ver e sem me preocupar. Seis meses é tempo o suficiente para uma paixão acabar. No fim sobrarão apenas as mágoas, as dores, as suas faltas - e toda a felicidade que eu senti será reduzida, comprimida e eliminada.
Quando você voltar, talvez as coisas não estejam do jeito que são. Talvez eu não seja mais a quem hoje sou. A essência não muda, mas a forma como deixá-la agir.

Não é ciúme.
É indignação.