25 de maio de 2010

desespero feminino não á fraude

Começou quando na quinta-feira de manhã ouvi o sinal de que havia chego uma mensagem no meu celular. Eu, extremamente cansada e com muito sono devido à noite pessimamente dormida (como tem acontecido muito aqui em Campinas), tentei ignorar o máximo que pude. Dormir era a única coisa que eu queria, ainda mais quando não possuía qualquer tipo de compromisso para aquele dia. Mas curiosadade é tão lazarenta que eu acordei e vi a mensagem. E quando me deparei com o remetente, meu coração foi a mil.
Adoro quando ele toma a iniciativa de mandar um simples bom-dia. Mas naquela mensagem não havia um simples bom-dia, e sim um convite para ir a um churrasco de um amigo dele. Ok!, meu sono foi para o espaço naquele instante, meu coração entrou num ritmo tão forte que único jeito de acalmá-lo era correr. Fui à academia ainda assimilando o que havia acontecido.
Ao voltar, liguei para minha mãe para contar o ocorrido, no entanto, bem lembrava, eu tinha um casamento para ir no sábado. Minha mãe ficou feliz por mim, ainda mais quando eu disse Mãe, na minha vida existem 2 prioridades no momento: minha faculdade e ele. O casamento em nada interfere na minha vida acadêmica, mas vai muito interferir na amorosa, portanto, eu vou ao churrasco e talvez não compareça ao casamento. Argumento bom ou não, concordamos quantos as minhas prioridades do instante.
Aí começou o problema: que roupa ir? E o cabelo? Como vou me portar diante dos amigos dele? Como vou reagir num ambiente em que não conheço ninguém? Unhas precisam ser feitas, cabelo hidratado... não posso ir com essa roupa porque sairei com ela no outro final de semana. E o sapato? Não posso usar um salto alto em um churrasco! E a maquiagem? Não posso exagerar, mas também não posso ir de cara limpa. Liguei para minha prima contando a novidade e desespero interno que me bateu.
Não possuo desenvoltura social. Não sei lidar com pessoas que não conheço. Não sei sair do meu estado de timidez inicial quando me deparo com pessoas totalmente desconhecidas. Ele havia me dito que o irmão pediu para eu chamar algumas amigas, no entanto, por mais que a idéia fosse extremamente favorável e a solução do meu problema, algo dentro de mim pedia para ninguém ir, afinal, seria o único momento em que nós dois estaríamos ali um para o outro (fora a minha insegurança).
Só sei que não dormi nem de quinta para sexta e tão menos de sexta para sábado, ainda mais quando decido que vou de fato dormir de sexta para sábado e o telefone não pára de tocar para contar os fatos ocorridos da noite. Cansada de tanto ouvir sobre gente discutindo, troquei de roupa, escovei o dente e aceitei o convite de uns amigos para tomar umas doses de vodeca num barzinho local. Cheguei às 3 da manhã e feliz da vida que iria dormir.
Até às 6 da amanhã ¬¬
Sim, só consegui dormir até às 6 devido a ansiosidade e adrenalina. Sábado era o grande dia. Manicure, depilação, cabelo, banho bem demorado, o hidrante escolhido, como o cabelo vai ficar... e que porra de roupa pôr?! Eu, até sexta à noite, havia decidido por uma calça jeans, rasteirinha prata, blusa branca e um colete cinza. Na hora de colocar, bateu a insegurança: e se houver outras garotas lá com corpor esculturais, calças jeans mais justas que Deus, louras, altas, lisas e, pior, solteiras?!
Entenda, eu sou branquinha e tô sofrendo de uma síndrome: minha perna é grossa mas não o suficiente para preencher o espaço de um shorts (porque shorts justo aqui não rola), porém, mesmo assim, decidi por um shorts branco e uma blus azul água que caía pelo ombro. Cabelos cacheados mesmo; filtro solar; base; rímel e batom, e a rasteirinha dourada.
A hora estava chegando. Concordamos que eu iria com o meu carro, afinal, se a gente brigasse, eu poderia vir embora sozinha sem depender de ninguém (você deve achar estranho ler o brigasse, mas eu, em todos os momentos de minha vida, nunca consegui idealizar um relacionamento pelo começo, mas pelo final, onde há brigas, discussões, choros e um embora). A hora chegando e nada dele ligar avisando que estava saindo de casa. E eu ansiosa. Disse para minha mãe que precisava sair de casa. E saí.
Comprei 3 garrafinhas de água e sentei numa espécie de parque perto de casa. Tinha uma menininha toda vestida de rosa-choque correndo atrás da bola e os seus irmãos brincando em outro canto. Tinha uns rapazes empinando pipas e alguns jogando vôlei. E eu fiquei ali, sorvendo da água em goles enormes e tentando abstrair o por que de estar ali tentando me acalmar. Vai dar tudo certo, eu ficava pensando, não será uma catástrofe total. Foi quando ele me ligou e todos os pensamentos bons se esvaíram e eu entrei em pânico. Não havia mais água e eu não poderia dirigir sem água. Necessito de água quando nervosa (ou de um colchão, um cobertor e um travesseiro, mas no parque também não tinha essas coisas).
Por sorte tinha uma lanchonete e eu pude comprar mais água - e segui meu rumo para o churrasco, que foi perfeito e cheio de gente que eu conhecia.

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