Eu queria que você gostasse de mim pelo o que eu sou, mas eu nem tenho idéia do que isso possa vir a significar.
Essas palavras rondavam a minha cabeça todas as noites - e uma parte de mim, uma ínfima e abissal parte de mim, agradecia por a gente não namorar e nem assumir qualquer compromisso. Mas a grande, aquela que me fazia repensar em todas as possibilidades de acontecimentos e reações, consumia todo o meu carinho e só me deixava ali, debaixo das cobertas, com as dúvidas.
A dúvida é uma vantagem, sim, eu também sabia disso. Usufruía disso na maioria das vezes - com meus pais, amigos, desconhecidos ou o caixa do supermercado. Mas o que estava me consumindo ali, naquela noite, era se ele merecia aquela vantagem, aquela dúvida.
Existiam tantas perguntas que se ele me fizesse seria obrigada a mentir. Do you care about him yet? Was I your first love? Do you like me for integral time? Não. Sim. Sempre.
Talvez ele até diria I don´t wanna hurt you. E a minha resposta seria sempre a mesma You prefer make me happy with lies although making me to fell you reality with thruths? E eu saberia que a uma premissa maior falsa invalida todo o argumento. E saberia que ele invalida todos os meus sentimentos.
26 de junho de 2010
25 de junho de 2010
do you wanna come? wanna come? come?
Às vezes eu tenho vontade de rir na cara dela. E eu sempre rio quanto isso sozinha. É patético ver o que você se transformou dentro dela, e ela - coitada! - é tão inocente que acha tudo isso lindo.
Não é.
Não é porque você não a vê. Você desconhece as necessidas dela - as literárias, eu digo. Acha que ela é só cama, sono e um carinho. Sexo, amor, chiclete de menta. Um Red Label e uma água. E ela não é.
Ela precisa de uma palavra, de uma mão dada, de um abraço mais demorado. De um café uma vez por mês, um filme ruim, um livro bobo e um pouco de solidão. Respostas, mensagens, brilho nos olhares. O cinismo esculaxado, o sarcasmo de bom tom. Ela é tudo isso - precisa disso. E mais um monte. Noites sem dormir, muitos pensamentos desorganizados. Muitos sentimentos ocultados.
Ela diz que gosta de você.
E você não vê.
Ela me diz que você é a inspiração dela. E eu digo que é desperdício.
23 de junho de 2010
17 de junho de 2010
she said good-bye and I held her close to me
Era de noite.
Ela segurava abolsa numa das mãos e caminhava firme diante de mim. O vestido de frio xadrez, os cabelos alisados, pretos, brilhantes, a bota até os joelhos fincando contra o asfalto com agressividade.
- Espera! - Gritei e ela parou e permaneceu de costas. - O que foi? O que pode ter mudado no espaço de quinze dias?!
Ela tem belos olhos. Não que sejam azuis, verdes, cor de mel ou extremamente pretos. Não. Eram castanhos. Significativamente castanhos. Inquisitores. Intimidadores. Tão seguros de si. Tão verdadeiros - e tão mentirosos.
Ela é tão branquinha, e no frio aparenta ficar ainda mais. E eu a olhava e não sabia se era ódio ou tristeza aquilo dentro dos olhos dela - os mesmos que diziam a respeito daquele segurança. Só vim a descobrir que essa segurança pertence à armadura dela, porque ela é lindamente insegura.
- Eu só não quero mais.
A voz dela estava fraca, mas não soube analisar se aquilo era falha na demonstração de suas verdades. Se aquele tremer na voz queria dizer que ela estava mentindo.
- Você não se importa comigo. Não sente a minha falta e nem pensa em mim. - Ela se manteve a dois metros de mim e não movimentou nenhuma parte de seu corpo. Mas seus olhos brilhavam. E não eram pelas verdades. Pelas lágrimas contidas.
- Eu...
Pelos verdadeiros sentimentos por mim.
- ... não sinto mais a sua falta.
Ela segurava abolsa numa das mãos e caminhava firme diante de mim. O vestido de frio xadrez, os cabelos alisados, pretos, brilhantes, a bota até os joelhos fincando contra o asfalto com agressividade.
- Espera! - Gritei e ela parou e permaneceu de costas. - O que foi? O que pode ter mudado no espaço de quinze dias?!
Ela tem belos olhos. Não que sejam azuis, verdes, cor de mel ou extremamente pretos. Não. Eram castanhos. Significativamente castanhos. Inquisitores. Intimidadores. Tão seguros de si. Tão verdadeiros - e tão mentirosos.
Ela é tão branquinha, e no frio aparenta ficar ainda mais. E eu a olhava e não sabia se era ódio ou tristeza aquilo dentro dos olhos dela - os mesmos que diziam a respeito daquele segurança. Só vim a descobrir que essa segurança pertence à armadura dela, porque ela é lindamente insegura.
- Eu só não quero mais.
A voz dela estava fraca, mas não soube analisar se aquilo era falha na demonstração de suas verdades. Se aquele tremer na voz queria dizer que ela estava mentindo.
- Você não se importa comigo. Não sente a minha falta e nem pensa em mim. - Ela se manteve a dois metros de mim e não movimentou nenhuma parte de seu corpo. Mas seus olhos brilhavam. E não eram pelas verdades. Pelas lágrimas contidas.
- Eu...
Pelos verdadeiros sentimentos por mim.
- ... não sinto mais a sua falta.
não se comporte mais como a garota dele. você já perdeu parte do seu direito de ir e vir, perdeu parte daquele sentimento; você já nao é mais destemida. aquela boa parte sua em que você se sentia leve para poder ir aonde bem entendesse.
não se comporte como a garota dele. quando ele nunca tentou se comportar como a seu companheiro.
não se comporte como a garota dele. quando ele nunca tentou se comportar como a seu companheiro.
15 de junho de 2010
Essa conversa eu tive nessa sexta-feira, 11 de junho, a caminho de volta para casa. Ocorreu dentro do ônibus com uma amiga que há muito não via. Ela faz cursinho em Campinas, no Didátika (seja lá como escreve o nome desse lugar), e tem as ideias mais brilhantemente corajosas que eu já ouvi - como ser médica sem limites e se associar a uma ong para trabalhar em lugares carentes.
Mas não é sobre as loucuras corajosas dela, e sim sobre o que ela disse, sobre ter tido tanto tempo para ler tanta coisa e isso ter simplesmente passado.
Deu vontade de largar tudo e ler as coisas que eu queria.
São 5:14 da amnhã de terça-feira. Sim, eu deveria estar dormindo, mas não há meios de fazê-lo quando eu dormi o dia inteiro. No entanto, comecei a ver um filme, de Freud, "Freud; para além da alma" e tive uma reação que fazia anos que não tinha: uma iluminação quase que divia para conseuir terminar um trabalho - e eis que hoje, agora, praticamente, eu o terminei. O ponto, aqui, é que eu deveria estar dormindo, não deveria ter assistido a esse filme e sabe-se lá quando teria termiando esse relatório (e agora torço para conseguir outro insight para começar, desenvoler e terminar um outro para terça que vem - ou dois). Aí, fiquei pensando: quantas coisas estou deixando de vir até mim por causa desse tempo que não aproveito fazendo as coisas que quero?
Tem um monte de livros literários aqui em casa que gostaria de ler."Ovelhas Negras" do Caio Fernando Abreu é particularmente interessante, mas também há o "Mundo de Sofia" interrompido (sim, sou estudante de filosofia - ou almejante a - e não li o livro inteiro).
E na minha cabeça tem tanta coisa que vem antes dessa faculdade...
9 de junho de 2010
and she walks way thrown the street. say good-bye, tell her a good-bye.
Observe o momento em silêncio.
Observe como ela anda, como seu rosto está apontando para tudo adiante dela e, principalmente, como não há qualquer expressão nele. Nem de alegria. Nem de felicidade. Nem de prazer. Saudade. Raiva. Tristeza. Ou até mesmo indiferença. Absolutamente nada.
Observe como suas mãos vão decisas para frente e para trás conforme o andar. E, por favor, observe o donaire dela, como seu quadril se move de um lado ao outro e em como sua cintura desenha um oito.
Observe bem a tudo isso. Como ela é branquinha. Como seu cabelo se modela. Como seus olhos falam além das palavras. Observe os seus dizeres, e todo o sentimento que ela não quer conter dentro de si, mas tem de fazê-lo. Observe como ela está na busca da compreensão.
Observe a ela.
Observe-a.
Veja a tudo o que você está deixando partir sem nem ao menos tentar impedir.
Impeça-a.
Observe como ela anda, como seu rosto está apontando para tudo adiante dela e, principalmente, como não há qualquer expressão nele. Nem de alegria. Nem de felicidade. Nem de prazer. Saudade. Raiva. Tristeza. Ou até mesmo indiferença. Absolutamente nada.
Observe como suas mãos vão decisas para frente e para trás conforme o andar. E, por favor, observe o donaire dela, como seu quadril se move de um lado ao outro e em como sua cintura desenha um oito.
Observe bem a tudo isso. Como ela é branquinha. Como seu cabelo se modela. Como seus olhos falam além das palavras. Observe os seus dizeres, e todo o sentimento que ela não quer conter dentro de si, mas tem de fazê-lo. Observe como ela está na busca da compreensão.
Observe a ela.
Observe-a.
Veja a tudo o que você está deixando partir sem nem ao menos tentar impedir.
Impeça-a.
7 de junho de 2010
Distinta(mente)
Ela era lindinha - assim mesmo, no diminutivo, mesmo que nada nela combinasse com inhos. Tinha os cabelos castanhos avermelhados, os pés a balançarem no ar e o olhar preso no chão de concreto. Ela gostava de sentar-se no encosto do banco da praça para poder pender os pés, e gostava também de Caio Fernando Abreu e de sorvete de castanhas, além de tequila, água sem gelo e de marrom. A pele pálida pela dieta mal formulada, mas tão branquinha, tão branquinha que ele só conseguia imaginá-la daquela maneira: branquinha, pálida, lábios avermelhados e aqueles dois tons de marrons nos olhos.
Lembrava-se quando a conheceu e de quando, pouco a pouco, foi descobrindo ela. O vegetarianismo, a filosofia, o ciúme, a psicóloga. Chamou-a de neurótica por muito tempo, por aquela estranha mania de achar que havia diferenças no modo de escrever uma mensagem no celular (para ele, não havia. Com ela, sempre houve), ou de sempre se desculpar quando discutiam ou pelo estado de aflição que entrava quando achava que ela havia feito algo de errado.
Ela era cômica ou extremamente trágica. Ou extremamente neurótica.
No começo, acreditava que ela fazia o que gostava e que se dava bem naquilo, naquele curso. Com o tempo, percebeu a insegurança, o medo e a aflição de estar em algo que ela não sabia se gostava, não sabia encontrar meios para se dedicar e descobriu que ela sofria por não saber o que fazer em relação a tudo aquilo. E sofria por ele também, por causa da insegurança, da quietude que dizia ela tanto gostar e prezar nele, pelo ciúme, pelas incertezas... Ela sofria, mas sorria - e ele não entendia isso nela. Sempre tão bem, tão sorridente, tão solícita a todos.
Ele encontrou nela uma personalidade melancólica e tão viva, um oposto interessante que ele descobriu ser necessária a ajuda da psicóloga. E ele notou que encontrou nela um abraço de carinho, um beijo de saudade e um olhar que a condenava, um olhar que dizia tudo.
Até o que ela tentava esconder.
- O que é o amor?
- Você.
E ele encontrou nela as respostas para suas perguntas.
2 de junho de 2010
Não se desespere.
Não rio por maldade, mas por semelhança. Veja, minha cara, vejo-me em você, cometendo os mesmos erros que eu fiz, as vontades que eu senti. Pode chorar, pode confiar. O que vai acontecer agora com você já aconteceu comigo. Seja forte. Seja vitoriosa. O tempo, infelizmente, é a melhor coisa para agora, mas ele não vai funcionar, não vai apagar as mágoas, não vai desfazer feridas se você não quiser de fato.
Esquecer é um processo e um ato voluntário. É você quem vai decidir por querer esquecer e você quem vai se esforçar para nunca lembrar. Pouco a pouco, prometo, a rotina se ajeita, seus deveres serão apenas seus e como era antes volta. Não se feche para o mundo, mas, antes de voltar a se doar para uma outra pessoa, aprenda a se doar por si mesma.
Afinal, a única pessoa que não nos abandona e não nos deixa para trás no caminho é nós mesmos.
Bem sei que aos 18 acreditamos sermos capazes de tudo e que conseguimos discernir tudo. Mas somos tão ingênuas, tão covardes em nossos sentimentos. Somos princesas ainda, que acreditam que o primeiro cara é o príncipe. Mas não somos princesas; somos mulheres, e é aos 18 que aprendemos que o primeiro é um teste.
Esquecer é um processo e um ato voluntário. É você quem vai decidir por querer esquecer e você quem vai se esforçar para nunca lembrar. Pouco a pouco, prometo, a rotina se ajeita, seus deveres serão apenas seus e como era antes volta. Não se feche para o mundo, mas, antes de voltar a se doar para uma outra pessoa, aprenda a se doar por si mesma.
Afinal, a única pessoa que não nos abandona e não nos deixa para trás no caminho é nós mesmos.
Bem sei que aos 18 acreditamos sermos capazes de tudo e que conseguimos discernir tudo. Mas somos tão ingênuas, tão covardes em nossos sentimentos. Somos princesas ainda, que acreditam que o primeiro cara é o príncipe. Mas não somos princesas; somos mulheres, e é aos 18 que aprendemos que o primeiro é um teste.
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