Ele tornou-se um homem perante a sua sociedade construindo seus valores ao redor daqueles que seu mestre lhe mostrava. Era um assíduo participante de suas discussões e até concordava com a revolta do mestre contra os sofistas.
A construção da lógica e dos argumentos, a maiútica como conseqüência mais adiante, tornando-se nome de algo que seria lembrado pelo resto da história. Tudo parecia linha e agulha, costurando e atando partes aparentemente soltas e sem associações.
Mas ele tinha um futuro - um caminho que seu pai traçara desde o dia em que nasceu. Deveria estudar retórica, aprender a arte da oratória e ser um senador da Assembléia, defendendo e articulando os interesses de sua postura social. Deveria agir como um patricius.
E não foi o que aconteceu.
Seu mestre fora condenado à morte por corromper jovens e insultar aos deuses. Seu mestre não tentou fugir. Seu mestre não tentou dissuadir aqueles que o julgavam - e não se deixou influenciar por aqueles que queriam que fugisse.
Seu mestre ficou.
E sorveu de cicuta.
O suficiente para mudar uma mente e fazê-la rebelar-se contra o seu futuro. Alguém morreu por sua filosofia - e ele fora mudado também. Patricius e de físico agradável - além da mente já moldada - foram o suficiente para que ele decidisse continuar aquilo que seu mestre pregou.
Platão decidiu pensar.
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