Quantos anos já se passaram desde aquele dia em que te esbocei pela primeira vez? Quantos foram os dias em que você me tirou o sono para pintar e bordar em cima de seus fios loiros platinados e enferrujados?! Procurei na exatidao de algumas palavras algo emlhor para descrever seus olhos, mas o ciano sempre me cativou mais, tornando-se repetitivo nos textos, nas frases, em suas descrições.
Mas você sempre me foi linda.
No começo era rebelde, mas, aos poucos, fui te moldando, podando todas aquelas características grosseiras e te deixando límpida, serena... sempre te imaginei com aqueles raios de sol que ofuscam os olhos, que suas cores eram ensolaradas, sua pele extremente branca, longe de quaisquer sardas. Posso perfeitamente ver aos seus olhos, tao calmos e longe de culpas, arrogâncias, julgamentos. Você não julga porque isso não é preciso. Cada um sabe de si e você sabe de si mesma, mesmo que os outros não entendam.
Você não se apega. Não por medo. Não por indiferença. Apenas não foi feito para você essa compaixão, esse quê de sentir o outro. E você também não se sente, e isso não é triste. Você sempre está em paz.
Lembra daquele coelho?! Foi seu tio que te deu e você o devolveu porque não entendia como um outro ser poderia depender tanto de você. Isso não é frieza, é coerência. Talvez seja uma leve empatia o que você sente, eu também não sei afirmar.
Eu tinha elaborado o seu contexto, seu caminho. Mas algo não encaixava. E agora se encaixa. James, Teddy e até mesmo Albus. Já sei como encaixá-los na sua estória, sem agredi-la, sem corrompê-la. E a você também.
E o seu pós, suas divergências, você cresceu, Dominique. E como cresceu em mim. Ainda a tenho aqui em mim, e para sempre estará. Minha linda e querida personagem que mal existiu num Epílogo.
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