15 de março de 2011

Acho que aprendi a usar as palavras com você, acompanhando em silêncio seus dizeres e compreendendo, aos poucos, o quão esse universo de palavras significam para você. Acho que consigo entendê-la agora, e enxegar com uma facilidade maior seus medos, suas conquistas, felicidades, outros amores - entender os meios pelos quais você se desvencilhou de mim.
Faz tempo já, muito tempo desde a última vez em que pudemos nos encarar e sorrir um ao outro sem culpa, mal-estar, ressentimentos. Eu não sei o que aconteceu, não sei como fui deixá-la distanciar de mim, como fui deixá-la não participar mais de mim. Tanto tempo, não é mesmo, Anjo?!, e por outros sei que você se apaixonou, por um outro você me trocou - e este tão próximo de mim. Como culpá-la?! Eu a culpo. Eu a julgo. Eu a abomino. Mas sei que não posso, não devo... mas é mais forte aqui dentro, querer fazê-lo para machucá-la.
E hoje eu sei - ah!, se bem sei - que o que você precisa não é a mim, não é aquele quem eu não sou mais. Você não é aquela de tanto tempo atrás, você cresceu, mudou, fortaleceu-se. Afiada, esperta, ingênua ... acho, então, que você mantém um pouco daquela menina, daquela mesma em que me encantou. Sinceramente, não sei se hoje você me encantaria, não sei se a deixaria entrar em meu coração. Sinceramente, não sei se hoje permitiria a sua real importância em mim.

(Assim como bem sei que você não me deixará participar de suas quebras de rotinas.)

Do Proibido para o Anjo,
escrito na alucinação do Anjo.

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