10 de novembro de 2008

Ela versus Ela.

Ela pára e olha. Quanto tempo mesmo tudo aquilo já passou? 11 horas. Deveria ter esquecido já, mas sua cabeça não quer esquecer.

Seu corpo não quer e não vai.

E agora, o que ela deveria fazer? Distrair a cabeça? Voltar a dormir? Tomar um banho...? Tomou o banho, distraiu a cabeça e, antes que pudesse dormir, ele ligou. Seu coração saltou, como sempre fazia, e a singularidade do timbre da voz dele fez o quarto ser um lugar apaziguador.

Ela deitou na cama, olhou o livro que distraía a cabeça e não soube mais o seu título ou que página estava. Ele falava, dizia que não teve uma companhia muito boa na última noite - e ela sabia que era mentira.

E ela ainda sentia o perfume masculino nas roupas largadas no chão. E ela ainda sentia o perfume em seu corpo pós-banho. Ela podia até senti-lo pela ligação. A voz dele é grave e diferente, sua boca é atrativa, seus olhos são chamativos. São morenos, são o nome dela, assim como seus cabelos. Ele tem algo que a atrae, algo que ela não sabe explicar.

Talvez seja o que, como e onde fala. Talvez seja como a abraça, como é sincero no que diz, como a beija. Ou como age, como pensa, o que quer. Ele quer muitas coisas, ela sabe disso. E gosta disso. E quer que ele queira - e quer que ele a queira também.

A conversa é rápida. A casa dele tem ouvidos e ele vai sair - ela queria ir com ele, beijá-lo por mas uma noite inteira, ouvi-lo contar sua histórias, fazê-la rir... exatamente como da última vez.

E a vergonha! Conhecera gente próximas a ele na última noite, e teve vergonha, pois não sabia como era apresentada. Ela quer me namorar - e ela queria que ele dissesse que era ele quem a queria namorar.

Mas eles não são namorados. São amigos. Meros amigos coloridos. Até que um dia ele se canse dela, porque ela não sabe se vai se cansar dele. E ela não quer. Não vai - deixar.

A ligação termina e não houve um pedido de beijo na boca. Ela queria ouvir. Queria que ele fosse manhoso, que exigisse a presença dela por onde fosse - mas nada disso aconteceu.

Um beijo, tchau.

Ele vai cansar, um dia vai. E isso doi. Doi nela. Nele, ela não sabe. Pediu para que ele não a abandonasse, e ele prometeu. Mas ela sabe que o momento não era propício; ele estava humano demais, e a razão se perdia a cada beijo - foi tudo impulsivo, no final. As deixas e as falas.

E ela é racional demais, ao ponto de saber exatamente o que fazia.

E sabia que ele estava apenas sendo o homem - enquanto ela deveria ter sido a razão.

E aí, então, ela pôde dormir.

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