18 de novembro de 2008

Vou contar tudo o que os seus olhos não podem ver.
O esquema começa quando você me liga. Não sei se devo atender ao primeiro toque ou deixá-lo esperando um pouco. O que acontece na maioria dos casos é de eu não conseguir ler seu nome do identificador (ou porque está muito escuro ou muito claro).
E quando você me liga, ainda fico nervosa e eufórica; medo de minha voz falhar ou da ligação cair. Ou de você não querer falar.
O fato é que eu gosto da sua voz; é diferente. E conforme você conversa, imagino como seu corpo deve estar, como suas mãos gesticulam ou como você para e olha um ponto fixo.
E então vem quando a gente se encontra.
Eu não sei se devo cumprimentá-lo: se com um selinho ou com um abraço. Não sei se devo entrelaçar meus dedos aos seus, se devo cobri-lo de beijos ou apenas olhá-lo com um sorriso, terno e carinhoso.
E então há quando você me olha.
A minha vontade é de sempre perguntar o que se passa na sua cabeça, no que está pensando. Posso até imaginar o que seja, mas a vontade de ter certeza é freada com o medo de ser inconviniente. Creio que se você mentir, não olhará em meus olhos. Prefiro não perguntar.
E tem quando você me abraça, laça-me pela cintura e aproxima-me de você. E aí, meu peão, eu não sei o que fazer. Não sei o que acontece com a minha razão, com a minha clareza de pensamento, minhas vontades. Só sei que, quando faz isso, sinto que você me quer - e a vontade de perguntar se gosta de fato de mim se perde na garganta enquanto o desejo descontrolado de beijá-lo à boca se apossa de mim.
E também há quando você me chama de anjo - em raros momentos, é verdade.
Esse é o mais fácil de explicar o que acontece: sobe um arrpeio pela espinha e meu coração acelera.
É a mesma sensação de quando eu chamo de minha paixão ou meu peão?
Creio que não.
E só existe mais um ponto a ser analisado - e que deve ser o mais misterioso para você. O momento anterior àquele que lhe escrevo uma mensagem.
Esse é delicado.
Encontrar palavras não é fácil - pois o assunto é sempre o mesmo e posso cair na mesmice de usar as mesmas palavras, tornando tudo repetitivo, e clichê. Eu não gosto de clichês.
Às vezes, é verdade, eu perco a inspiração e o texto fica composto por um "bom dia" e "beijos do seu anjo". Isso me cansa, me desanima, mas mando. Devo desculpas por isso - mas não as pesso. É o que tenho a oferecer nesses momentos. Mas, geralmente, eu tenho de formular a mensagem perfeita para ser apenas uma por dia. Mais que isso é obsessão.
Em alguns momentos, sei que consigo o que quero, no entanto, em outros, a certeza desaparece e eu me desespero. Não me descontrolo, perceba; apenas me desespero por não ter consigo encontrar o que queria lhe dizer. Eu me sinto diminuta por não manter uma constância.
E se eu faltar um dia? Você vai notar? Vai cobrar? Não sei se gostaria de ter a resposta.
Ah!, claro, tem os momentos da internet - para mim, os mais delicados.
Quem deve começar a conversa? Quem deve dar o primeiro oi? Para mim, teria de sempre ser você, afinal, já tem as suas provas quanto a eu gostar de você. Mas eu não tenho nenhuma de que você ainda goste de mim - principalmente depois de ter lhe mostrado tanta fragilidade (aliás, devo agradecer pelo ocorrido na última semana. Sem ele, não teria colocado a cabeça no lugar e raciocinado sobre a situação. Obrigada ;D )

É mais complexo do que você imaginava, certo?
Beijo.

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