Sou a personagem dela.
Estou o tempo todo ali dentro dela, relembrando de que é necessário terminar a história depois de encontrar um desfecho descente e apresentável. Eu sou o motivo dela buscar a inspiração entre árvores, poesias, frases, imagens e músicas, dela ficar ali parada pensando em como pôr, em como fazer, em como ser diferente. Sem nenhum mísero clichê.
Ela é a minha escritora e eu preciso me manter viva dentro dela, caso contrário, eu morro. Ela não, ela pode criar outros (como bem sei que tem feito por trás de mim) e ela pode procurar outros meios de vazão (mais eficazes que aqueles que eu lhe dou) e encontrar histórias melhores. Por isso a lembro todo o dia: eu sou a sua melhor personagem.
E ela segue me escrevendo, me moldando, me criando em novos aspectos para me amadurecer, me ver criar, me ver vingar em terras que ela julga secas demais. Esforço-me por ela, para ela não decidir abandonar as minhas páginas e começar outras. Ela já tentou, eu sei, criou bois e homens, criou anjos e diabos, criou vários deles, procurando personalidades que a satisfizessem - que reagissem da mesma forma em que eu reajo.
Mas ninguém será o que eu me tornei para ela - anos e anos sendo o fio que a liga com a imaginação.
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