11 de novembro de 2011

Você soube ver o tamanho dos olhos dela?! Eu vi. Costumava ver todos os dias, aqueles dois grandes olhos brilhantes de sonhos. Ela dizia de árvores, livros e travesseiros, e eu via colinas, mundos inteiros, romances, dramas e a sua escrita. Sua cabeça sobre o travesseiro idealizando como seria, como "se fosse"... e vi de perto como não foi.

Os olhos eram de tanta grandiosidade que achava aquilo magnificência. E chegaram tão perto de o serem de fato que se afundaram no próprio "não ser". Eles não eram a realidade, os sonhos não seriam o agora, e tudo seria a mais bela fantasia da hora de dormir.

Ela tinha grandes olhos que se tranformaram em rancores.

Ela não sabe perdoar, porque quem perdoa não sente e ela sente cada amargura deixada.

Deixei-a com os olhos opacos e abandonei seu caminho, mas me lembro, sempre, de como eram, de como costumavam querer ser.


Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens.
(Legião Urbana, Tempo Perdido
- em ironia)

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