19 de setembro de 2011

do jeito em que eu quero que seja e ponto.

Em algum ponto a vida deve começar - começar por si mesmo, entende?! E não começar pelo breve fato de você existir. Em algum momento, você tem de ir sozinho, pensar nas suas coisas sozinho e o máximo que seus pais poderão fazer por você é vê-lo passo a passo, torcendo para que você veja as suas burrices. A minha vida não começou por mim mesma - adoraria que sim, mas ainda não. E tenho medo de que não comece tão longo. Mas não é isso tudo, existe algo a mais.

Vi, hoje, na rua, um homem de uns 2 metros de altura com a filhinha, de aproximado 1 ano, no colo. Cena mais linda para mim são três, e de pai segurando filhinha pequena no colo é a primeira dessas três. É o contraste tão grande daquele ser tão pequeno, frágil e incapaz com o homem, o ser masculino, forte, grande, protetor... Mãe ama o filho antes mesmo dele existir (porque mãe se torna mãe ao planejar uma gravidez), mas pai não entende como é. Pai fica de fora, não carrega a prole nove meses, não sente chutar pela primeira vez, não tem a bexiga pressionada pela criança em seu inexistente ventre.

Mãe sente tudo isso e sente um amor que talvez não seja igual de ninguém para ninguém.

Ao ver aquele cara com a nene, de cabelo castanho, ralo, tão branquinha que parecia ser lavada com Omo Total, e de vestidinho todo vermelhinho, me bateu aquela estranha vontade de imaginar-me como mãe. À princípio, claro, desvievi a ideia, não quis saber, porque, né?!, essas coisas podem ser atraídas... e o pensamento voltou-me agora.

Queria muito criar meus filhos (os dois que possivelmente venha a ter) livres, numa casa ampla, espaçosa, branca e com um quintal verde. Poder levá-los a festas infantis e vesti-los como bonequinhos, mas sem me importar se eles vão se rastejar pelo chão e ficarem cheios de lama no final da festa. Criança tem disso, de precisar tocar e pôr na boca para conhecer - e, por isso, deixá-los-ia pôr muita coisa na boca (e provavelmente seria uma amiga do pediátra e de todas as enfermeiras de plantão).

Faria cabanas e cabanas com eles, no quarto, na sala, na cozinha... Acamparia no quintal, leria milhares de histórias para eles e ensiná-los-ia que estudar diariamente é bom e isso impediria de acabar como a mãe deles. Espero muito que ambos tenham cabelos cacheadinhos e sejam so mais risonhos possíveis... que façam de tudo: futebol, basquete, natação judô, karatê, desenho, sonecas à tarde, inglês e alemão.

Quero muito criar meus filhos de um jeito que possa abrir as oportunidades para eles no futuro, que, ao tiverem seus 20 anos, saibam que podem tanto começar as suas vidas como pedir mais um tempo para não errar o passo.

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