21 de abril de 2011

Querido (porque é assim que o vejo, como um querido por mim), não há outro meio de começar senão este, chamando-o de querido para amenizar as minhas palavras. Deveria ter amenizado antes, tê-lo almofadado contra a minha grosseiria - e, pior, avisá-lo que foi tudo de caso pensado. Algo aqui dentro agradece por não termos dito aquelas coisas cara à cara, por eu poder ter tido a oportunidade de me esconder e não ter precisado olhar nos seus olhos.
Eu sei mentir muito bem - mas quando não há nenhum envolvimento... e como dizer que não houve envolvimento?! Eu só não quero que isso se repita. Não quero que você seja um alguém propício a me machucar - não quero me machucar; sei que um dia vou, mas agora eu não quero. Há tantas feridas que ainda incomodam... Você sabe disso, você também as tem. Enfim, sei que se tivesse que o encarar, não aguentaria dizer o que tinha ensaiado. Teria abraçado a você e pedido desculpas até convencê-lo de quem errou foi a mim.
(E foi. Você sabe. Eu sei).

Querido, queria apenas que você entendesse que eu, no fim, o machucaria e o decepcionaria de qualquer maneira.
Ao Carinhoso.

11 de abril de 2011

das fragâncias que se resumem em um único cheiro sem memória.

A gente aprende a prestar atenção quando já perdemos muitos detalhes. Aprendemos que as pessoas passam e é você quem decide quem fica, quem vai, que lhe dará a melhor saudade. Mentira. Todas as pessoas ficam um pouco, porque é assim que é: trocamos parte de nós em cada aperto de mão.
E se é assim nesse gesto simplório, mesmo que metafórico, o que então se troca em um beijo, abraço, mãos dadas?! Eu estou tentando resgatar tudo isso, tentando lembrar da euforia que eu tinha. Da ansiedade. Dos choros. Dos detalhes que tanto olhei. Sei que há algo aqui, no entanto, agora, parece-me que não prestei a devida atenção - que ele passou mesmo como um sensato aprendizado.

(Queria ter sentido a sua real imporância em mim).

Ao Probido.

9 de abril de 2011

A dor em si, óbvio, deve ser algo inestimável. (E até é). Mas, quanto dói romper sonhos?

às vítimas do Rio de Janeiro,
quem nem continua mais lindo,
7 de abril de 2011.

3 de abril de 2011

"Você tem isso daí agora, isso daí que são os seus olhos e isso daí que é essa imposição toda. O que deu tão errado? Eu fui a sua escolha antes, você me aceitou em meus erros e defeitos e estava disposta a estar comigo - a ser a minha companhia nessa vida louca. O que os anos mudaram em nós? O que os anos fizeram que a levaram para caminhos tão congruentes aos meus? Pessoas tão próximas de mim?!
Escute-me, Anjo. Escute o que meus olhos estão pedindo: me escolha mais uma vez e me assuma. Assuma o que eu sou para você. Assuma o quem eu fui dentro de você. Assuma a mim e a você juntos, na simultaneidade de nossos sentimentos. Assume que é apaixonada por mim, que o estar passou a ser intrínseco ao seu ser e é apaixonada por mim. Assuma por mim o que você já assumiu por outros.
Você tem muito disso daí dentro de você, a assertividade que não a permite mentir num todo - e eu sei que você bem sabe mentir, que as palavras estão ao seu favor. Mas seus olhos... ah!, seus olhos, como bem sei de seus olhos - eles nunca mentem porque possuem a sua alma ali. Você diz tanto com eles que eu me apaixono sempre. Bobagem! Apaixonado por um par de olhos castanhos que se confundem em muitos em suas cores?! Pois é, apaixonado pelos únicos olhos castanhos que se contornam em afirmações e sentimentos, em fúria, ciúme e um pedido de aceitação.
Eu a assumo também. Assumo sua personalidade complicada, sua mania de sermões sobre virtudes e defeitos, seus medos, suas armaduras. Assumo suas asas celestes e sua boca diabólica.
Anjo, eu assumo.
Escolha a mim de novo - e me escolha sempre em que acordar, agradecendo por isso ao dormir."

do Proibido para o Anjo,
da alucinação doentia do Anjo.

1 de abril de 2011

Não é que eu vá te esquecer. Não. Apenas não vou mais me lembrar de você, da sua figura, mas lembrarei sempre dos sentimentos que senti contigo, não mais vinculando-os a você. Gosto de guardar aqui dentro a memória da paixão dolorida, dos choros de madrugada, da felicidade extrema e da incompreensão. Sim, incompreensão - porque nunca fui capaz de entender o que fazia de você o meu escolhido. Possuímos tantos atritos, tantos choques, que nunca compreendi o que fazia dos seus traços tão únicos para mim.
Gosto de lembrar de que me doei por alguém, sem mais saber quem este alguém foi.

Ao Proibido.