Quando eu tô perto de você, algo aqui muda. Você resgata o melhor da minha personalidade, meu lado doce, meu lado carinhoso e sarcasmos e ironias se ocultam. O tom de minha voz, o meu jeito de olhar. A vontade louca de correr só para poder te abraçar. É assim que eu fico, como se as minhas armaduras caíssem pelos meus pés e eu não precisasse mais delas - para quê proteção se nada em você vai me ferir?!
Eu sinto aquele aperto de garganta como se tudo o que te digo fosse mais que verdadeiro, mais que absoluto - como se fosse algo tão certo e verdadeiro que, se disser, estragarei o encanto. Mas eu digo. Digo. Digo. E digo. Porque é sonoramente bonito. Sonoramente Verdadeiro. Semanticamente verdade. Individualmente meu e seu.
Você disperta ou regasta essa minha vontade de abaixar as garras e armas e expôr o lírico daqui de dentro. Você faz tudo isso sem pensar, sem me persuadir. Apenas me deixa indefesa e sentimental. E quando penso no meu ciúme, me corrói, mas eu apenas te digo, apenas falo e você me dá atenção. O medo, aquele velho medo de, um dia, não estar mais no que você vê (porque ciúme não é nada senão exatamente isso), fica para depois, pois, nesse agora, você me vê e eu te doou o que tenho de mais especial: minhas palavras.
Mas agora estamos longe e você nem quer me ouvir. Acredita quase que cegamente nisso e se afasta, não me deixa chegar perto, não me deixa tentar provar o contrário. E isso machuca mais que qualquer ciúme, que qualquer insegurança - mais que qualquer ausência. E como tem ausência... tem tanta falta tua aqui comigo. Em que braços, em quais beijos, em que olhar vou te encontrar senão nos teus?! Como esquecer essa conquista tua que não me deixa não te procurar em cada canto que estou?!
Quando eu tive certeza que já era, que era hora de deixar você me conquistar em plena segurança, te assisti correr para o lado oposto ao meu e não soube direito como proceder. A pessoa mais importante que estava na minha vida estava indo embora sem me dar um beijo de adeus. Sem nem ao menos me dizer o motivo.
É a única cena que vem e fica e permanece e não vai embora.
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