Existe um desejo ruim ao ser expectadora de filmes: a projeção para a vida real às vezes é inevitável (Marvel e DC inclusas), e você também espera por aquele grande momento do roteiro em que as tensões são tantas que você será pulsionado para algo maior. E isso me faz pensar se cada conversa casualmente feita em mesas de almoços (por exemplo) é aquele ponto de mudança em que minha vida precisa para se tomar algumas decisões.
Não quero levantar a validação da expectativa de que a vida seja de alguma forma parecida com um enredo, mas pontuo o fato de, então, dar mais atenção e reflexão acerca das conversas casuais que surgem sem querer. Apesar do meu esforço em me mostrar interessada por aquilo que em nada me chama atenção, o exercício de realmente ter que prestar atenção para conseguir manter minha teimosia intacta e bater firme o pé diante da visão embaçado do outro faz-me ver-me quase inclinada a ceder e imaginar que aquele momento é o meu momento.
As palavras que precisava ouvir para tomar um rumo.
O discurso completo de um raciocínio mais amplo.
Mas, como disse, teimosia intacta em alicerce, penso, reflexiono, e não consigo crer nas minhas próprias vontades.
15 de maio de 2017
11 de maio de 2017
3º Ato - Ela.
(Foi um brilho
- de rápida propagação
e de igual finitude e vazão).
Sua não existência até ali
se fez presente
na sua presença
diante de mim.
Estava escondida
entre as coxias
na lástima de uma dúvida
- pura bobagem -
sobre se era assim a vida.
(Sua vida)
e se fez presente para mim.
Nas mãos estendidas
e a curiosidade acrescida
eu trouxe aos seus olhos outro
brilho:
de um outra visão
de um único respingo
para a imensidão
das tantas escolhas
postas em seu caminho.
Foi num brilho
- ríspido -
pura policromia,
que entregou a minha languidez
meu projeto de me sentir
em (sua) vida.
- de rápida propagação
e de igual finitude e vazão).
Sua não existência até ali
se fez presente
na sua presença
diante de mim.
Estava escondida
entre as coxias
na lástima de uma dúvida
- pura bobagem -
sobre se era assim a vida.
(Sua vida)
e se fez presente para mim.
Nas mãos estendidas
e a curiosidade acrescida
eu trouxe aos seus olhos outro
brilho:
de um outra visão
de um único respingo
para a imensidão
das tantas escolhas
postas em seu caminho.
Foi num brilho
- ríspido -
pura policromia,
que entregou a minha languidez
meu projeto de me sentir
em (sua) vida.
4 de maio de 2017
Girafas
Em algum momento algumas coisas precisam ser repensadas pelo simples motivo de que é impossível permanecer o mesmo conforme o ritmo é ditado por forças externas. Quando tais forças atingem a pele e transpassam para além de sua matéria é o exato momento em que as forças internas começam a borbulhar e se chocarem fortemente.
Física, podemos dizer.
Mas é importante notar que a irredutibilidade das certezas de um ser humano é uma premissa falsa. Dotados da capacidade de adaptação, nos adaptamos até a nós mesmos - porque sempre há algo nos cutucando, - e precisamos repensar; e a mais difícil decisão é não outra senão a percepção de que o que antes fazia sentido hoje não faz mais e é preciso deixar as verdades antigas de lado para as dúvidas de agora encontrarem um terreno fértil o suficiente para que algo seja capaz de crescer e criar raízes de novo.
Difícil, também, quando nos vemos apegados até mesmo às ervas daninhas do nosso jardim.
Fez sentido há cinco anos e hoje não faz mais tanto sentido. Fez sentido aos 18 anos e hoje não tem nem sentido e nem direção. Há dois anos, um, meses, dias, horas... A mudança é cíclica quando jovem.
A mudança incomoda mesmo que ainda seja jovem.
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