10 de junho de 2013

Tão de madrugada quanto a linha de pensamento

Gostoso quando nos deparamos com um livro que realmente nos faça querer ler. Foi assim para mim nas primeiras vezes em que li Harry Potter e talvez hoje em dia ainda seja. Mas gostoso mesmo é quando você quer terminar aquela história - não porque ela seja chata, e sim porque você precisa entender como o personagem se completa.
Foi assim com Harry Potter.

E aí que tem esse livro que veio seguido de outros dois que me fez pensar no seminário que tenho de apresentar na quarta sobre a linha de pesquisa de um professor da medicina. Eles costumam escrever Medicina, mas para quem é graduando de um dos cursos que compôem a faculdade de medicina é apenas medicina mesmo, porque nutrição e metabolismo não deveria ser visto com algo subalterno da faculdade.
Que seja.
Meu seminário.
Meu seminário diz respeito a um nutrólogo que tive de me segurar por todos os 15 minutos de entrevista para não perguntar o porque, afinal, de não ter sido nutrição, só que eu não quis passar por aquela velha linha de raciocínio de que a medicina é extremamente fascinante. (Todos os professores nos tratam como se somente a medicina fosse fascinante e que um hospital somente é feito por médicos). E não acho que não seja, mas não quis aprofundar nenhuma escolha passada que pudesse resultar em palavras que não me fizessem sentido - não por ignorância ou arrogância (duas coisas que não possuo), apenas por não conseguir, talvez, entender a real significância delas. E para quem gosta de ler livros e se engajar na história, não entender palavras em seu contexto pode provocar um certo desconforto e noites mal dormidas além de levar a entrevista para um cunho mais semântico.
E por isso não perguntei nada.
O Dr. Professor foi-me muito atencioso, dentro do meu próprio limite de nunca conseguir fazer as perguntas para as respostas que quero saber. Gosto de pessoas que falam sem precisar de um estímulo retórico para que possam desenvolver o discurso - por isso gosto de palestras. Sei que deveria ter me prendido ao fato de que sua linha de pesquisa era (é) deveras muito interessante, afinal, casos extremos do metabolismo são interessantes, mas antes de uma curiosa em biologia, sou uma curiosa comportamental. Atei-me ao fato de como um mero aluno de graduação deveria abordar um professor para uma iniciação científica e, de forma nada surpresa, ele me disse "perca o medo".
O Medo em si já me persegue de outro tempos desde lá do colegial (que foi quando eu percebi isso). Medo e Respeito muito se misturam e andam camuflados. Usei muito a palavra Respeito para o meu professor de História quando na verdade eu tremia mesmo era de Medo dele (claro que minha oratória péssima nunca me permitiu persuadi-lo do contrário - e sua sagacidade somado ao conjunto). Um aluno de graduação tem medo e respeito por um professor, talvez se esquecendo de que um professor já foi um aluno de graduação. E o Dr. Professor me falou sobre agregar, fazer por si só e ser impetuoso. Tudo o que eu nunca consegui somar a minha sonolenta personalidade.
Minha conclusão ao final da entrevista foi "eu não possuo o perfil de um inciante científico do laboratório dele". Talvez a minha falta de habilidade em continuar a entrevista provou isso.
E no final é tudo isso daí mesmo, uma questão de ler e se entreter e querer se completar. O único professor que me chamou a atenção foi aquele outro que ocupava minhas tardes de sexta-feiras, mas nem era no ramo de pesquisa dele - e sim pelo cunho da aula de bioética, o que me resgatou algo que eu acreditei ter perdido em algum canteiro na Unicamp.
Sinto falta da Filosofia. Sinto falta dos livros de História. Sinto falta dos livros de Estórias.

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