--... e aí você veio me perguntar_
-- O quê?
-- Calma, deixa eu terminar!
Ele deu um passo a mais em direção a ela, com os braços mais frouxos ao lado do corpo, divertindo-se com os dedos trêmulos dela. Ela estava nervosa. Nervosa porque estava falando com ele.
-- Você me perguntou se eu tinha lidos os textos.
Ele riu meio desleixado. Não por causa do conteúdo do sonho que interrompia a todo instante, numa tática barata de sedução; mas porque sabia que sorrir e rir a deixaria mais nervosa. Gostava da sensação de estar cercando sua presa.
-- E você tinha lido?
-- Não sei. Acho que não. Mas você estava alegre e me abraçou e eu perguntei se você estava bem e você_
-- Eu?
-- Tentou me beijar.
-- E no sonho eu consegui?
Ela só meneou a cabeça, de um lado para o outro, e sorriu infimamente.
-- Nem no sonho.
Houve uma brecha de discurso. Uma brecha que ele queria agarrar só pelo prazer de vê-la ficar ainda mais desestabilizada. Por causa dele. Perguntaria se na vida real ela o deixaria beijá-la.
Sim, certo?!
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