Ela tava ali dirigindo até você imaginando um punhado de coisas, sem tirar os olhos da estrada, fazendo as contas de quando fora a última vez que percorrera aquele trajeto e quando fora a última vez que as borboletas se debateram no estômago.
O que seria que teria acontecido com elas? Se debateram tanto antes que agora estavam todas mortas devido ao espaço limitado do estômago? Foram todas corroídas pela acidez interna do órgão? Ou foram esmagadas pelo consumo diário de comida? Quem sabe até mesmo afogadas...
Ela parou na frente da sua casa, quase que silenciosamente, segurou firme o volante entre os dedos e respirou fundo três vezes sem saber. Quis sair correndo e largar o veículo ali mesmo, mas optou por ficar. Ela precisava te encarar. E quando ergueu a cabeça e te viu sair do portão, caminhando em meio às sombra e luzes da noite, talvez alguma borboleta tenha sobrevivido a todas essas catástrofes naturais e físicas. Você entrou pela porta do co-piloto e não percebeu quando ela não te sorriu. Estava atenta às possíveis mudanças internas para não perder o ressucitar das asas das borboletas. E quando você a beijou tão na saudade da última vez em que se viram, nada no estômago mudara.
Elas estavam, de fato, mortas.
28 de junho de 2015
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E se fechasse, por um segundo, os olhos e pudesse redimensionar toda a sua linha tempo, ainda assim você escolheria tudo isso que lhe aconteceu? Seria cada passo do seu passado a predição do seu futuro? E se a partir de agora você só tivesse a ilusão da capacidade da escolha quando, na verdade, aqui, nesse agora, já se foi então sua última chance de ter um bom futuro?
Você correria o risco de mudar o passado que já conhece para tentar um outro novo sem a certeza de futuro nenhum?
Você correria o risco de mudar o passado que já conhece para tentar um outro novo sem a certeza de futuro nenhum?
7 de junho de 2015
A little patience.
"all we need is a little patience".
Hey,
queria poder agora correr até você só para me aninhar debaixo do seu braço, deixar toda a minha raiva ser expurgada pelos olhos, levantar a cabeça e ir embora. Estou nessa inércia desse sentimento tão perigoso, que ora se acalma e coisas bobas se tornam irrelevantes ora volta a toda me querendo fazer atirar facas em todos os peitos.
Desculpa, mas o seu é um deles.
Nessa mira à laser tá quase todo mundo e isso, às vezes, me deixa com medo.
Outras, me deixa poderosa - com o sangue a ferver e o campo de visão diminuído. Focado.
Quero machucar vocês - e então, não quero mais.
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