Não deveria ter lido
esse livro.
Pelo menos não nesse momento.
Me sinto tão como o Eduardo mas sem a
epifania no encontro consigo mesmo. Talvez seja porque não cheguei nesse ponto
ainda. Tô ainda aqui colhendo o fruto maduro e assistindo a todos os dias, perdendo
as nuances das modificações, ele apodrecer em minhas mãos. Só o verei podre,
sem saber como esse processo se deu.
Eu também fico a espera e fico inquieta
achando que sou escritora e que entendo das coisas. Que coisas que eu vou lá
entender?! Não me falem de comida e dieta, não me falem de política. Me falem
de vocês, da vida - mas do que passou, por favor. Qualquer toque de entusiasmo
pelo futuro também me enjoa.
O Eduardo vivia tudo muito rápido. Não que eu seja
assim - eu não vivo. Sou expectadora, só fico vendo, sem participar. E eu tô
falando da minha própria vida - e essa inversão de velocidade acaba nos unindo
no mesmo ponto. Ele teve uma vida bem dificultada até onde nos é apresentado,
depois eu não sei o que aconteceu. Queria fazer algo grandioso - ser grandiosa,
ser capaz de simplesmente saber das coisas; ser capaz de simplesmente fazer as
coisas. Processo de imaginação bem limitado.
Eduardo tentou ser o filho
pródigo, mas quando voltou, não tinha mais ninguém esperando por ele. Eu não
sou o filho pródigo, nem saí! Nem coloquei o pé fora de casa, mas a inquietação
talvez seja muito semelhante - semelhante a quase todo mundo mesmo anos depois.
Sou só mais um jovem inquieto e mais um que vai acabar fazendo coisas que não
quis. Bem infeliz.
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