Tem a menina que um dia aparece sem saber de onde, por onde
e na sua frente ela está. E você a olha como se já a conhecesse, como se, em
meio a multidão de iguais e diferentes, ela reluzisse diretamente para você. O
que pode ser isso?
Resultante de energias de sentido e direção opostas que
somadas encurtam a resultante, encurtam a distância, trazem mais concentração
de energia para o ponto em comum no meio de ambos. Resultado da vontade utópica
dela de querer ser vista; vontade sua de um dia querer ver alguém.
Preencha então seu peito com luz.
Preencha seu peito com a luz dos olhos dela e deixe essa luz
propagar-se e disseminar-se para todos os lados. A menina pode te ver como ela
sempre te viu entre tantos. Você não a via.
Estenda a mão e agarre. Essa menina então mulher é parceira
na mesma ânsia criativa necessidade que te envolve desde quando se assim pensou
que deveria ser. Ser o quê?, pergunta agora sem entender. Ser o ponto de
congruência de todo um universo de retas paralelas de realidade para um ponto
de vista de uma pessoa num ponto de um espaço e tempo.
Agora você tem certeza de que todos os seus eus, em todos os
universos, todas as realidades têm a ela. A mesma de qualquer maneira.
A paciência e a espera, tolerância e esmero a trouxeram até
aqui neste hoje para você. O seu eu de hoje está pronto para encontrá-la.
Encontre-a.
Segure-a.
Diga.
Foto: Piracicaba, 22-11-13
Isensee e Sá, M.
http://www.flickr.com/photos/forfunfotos/11341016236/in/set-72157638611361056
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