10 de janeiro de 2009

adeus ano velho e ponto. venha 2009!

Ok, chegou a grande hora de um ano novo: avaliar o ano velho. Eu, para ser bem sincera, gosto de fazer isso porque me faz afincar mais a minha perspectiva de mim mesma: ser racional.

Em janeiro de 2008 foi a primeira vez que fui á praia, corri quase nenhum dia, comi quase todos os sorvetes que tive vontade e voltei quase da mesma cor. Alugaram um apartamento para no máximo 10 pessoas e havia 12 durante a semana e 16 no final desta. Li Lolita, adorei - apaixonei - e comecei a escrever uma história paralela com o mundo de Harry Potter que dei o nome de Ma Petit Fille. Projeto não concluído e abandonado por perda da essência de Lolita.

Em fevereiro só me lembro do carnaval, que foi o primeiro que não quis beijar ninguém, apenas curtir meus amigos e às músicas, voltar para casa às 7 da manhã e às vezes avisar meus pais somente nesse horário que iria dormir na casa dos meus primos. E vieram as aulas: o famoso 3º ano do ensino médio. Primeiro mês de aula, uma maravilha. Acho que foi nesse mês que tive contato com um profº de filosofia que viria a me ajudar a ratificar minha decisão.

Não me lembro como as coisas foram acontecendo mês por mês, mas sei que vieram as pressões do vestibular, as horas de estudo que, comigo, não evoluíam e eram raras em minha rotina. A certeza de que eu passaria era minha e via-me já como uma bizxete do curso de Filosofia 2009 na USP. Hoje, 11 de janeiro de 2009, estou prestes a fazer a 2ª fase da UNICAMP e já concluí a da USP e esse sentimento já não me segue mais.

Lembro que presenciei 2 tempos da minha amiga com o namorado dela (meu amigo também), o rompimento deste e o término de um namoro que eu jurava ser eterno. Ouvi o que acontecia com os meus amigos, como uns tinham problemas com mãe, namorado e ex, como outros estavam cegos pelo vestibular, aqueles que não estavam... e eu lutando para me segurar em alguma ponta. Eu não tinha um namorado, nem mesmo um pretendente. E não queria.

Sempre vi como as pessoas ficavam quando gostavam muito de alguém - até mesmo chegando ao ponto de se apaixonarem - e lembro como eu ficava quando assim estava. Se há algo que você faz com 13/14/15 anos que é útil é gostar muito de alguém. E foi com esse aprendizado meu que decidi que não iria me apaixonar, que não iria deixar ninguém vencer a minha segurança, a minha confiabilidade. Ninguém iria me destruir por um sentimento.

E vinha sendo racional desde então. Desacreditando no melhor das pessoas, mas buscando por isso. Lendo sobre falhas de caráter e não acreditando em paixão, saudade e companheirismo.

Larguei a academia com a desculpa de falta de tempo. Mentira. Eu tive tempo o ano todo para ir lá e ficar 4 horas de quisesse, mas a verdade é que eu não tinha mais saco para fazer isso. Comecei um curso de filosofia na antiga escola com aquele professor que eu conhecia. Só de ver. Ele me ajudou - muito - e traçou um perfil meu que eu pouco lutei para fazer juz. Ele ainda está torcendo por mim, acho, e vou me sentir uma fracassada por não conseguir passar em um dos cursos mais fáceis. Mas sabarei perfeitamente onde errei.

Errei na minha dedicação.

Li Crepúsculo, metade de Dom Casmurro, metade de A Mão e a Luva, metade de O Mundo de Sofia, metade de O Vendedor de História, li O Teorema do Papagaio, Através do Espelho, alguns textos de Caio Fernando Abreu que encontrei ao acaso na internet. Li Lua Nova, A Cabana, A Cura de Shopenhauer, algumas dez ou trinta páginas de Sócrates, O Julgamento de Sócrates.

Não é uma lista que eu me orgulhe, afinal, a maioria dos livros que eu compro, sei que vou ler apenas algumas páginas.

Meu irmão sofreu um acidente e quase deu perda total no carro. Abalou a todo mundo, menos a mim. Não sei por quê. Quer dizer, fiquei meio na corda bamba por um dia inteiro, só que depois, passou. E eu achei que havia acontecido o mesmo com os meus pais, até eles tocarem no assunto de forma mais profunda um mês depois.

Em julho vivi para academia e caminhadas. Vivi para sair com meus amigos e dormir. E fui feliz - até onde deu. Passei, verdade, um período difícil, vendo minha mãe chorando pelos cantos e aquilo me desestabilizou por alguns dias (todos). E a história se repetiu, mas, daquela vez, eu só chorei uma vez, quando criei coragem para contar às minhas amigas mais próximas.

Eu estava sendo uma sem sentimentalismo perfeita.

Foram dias longos.

E então veio o 1º dos 18. Só naquela festa que eu percebi que faria 18 anos. E me senti importante, adulta e digna de curtir tudo o que aparecesse na minha frente. E vi como tinha conquistado amizades importantes e como estávamos ficando adultas. Dentro de 9 dias eu não teria mais 17, mas 18 - e as lembranças de quando fiz 15 anos retornaram quase todas as nove noites.

Então eu fiz 18.

Foi lindo. Fui à academia e meu professor lembrou que era meu aniversário, me deu um abraço e espalhou para todo mundo. Minha amiga, parceira mesmo, não estava lá. Não lembro o motivo, mas sei que ela não esteve. Um dia antes, comemorei meu aniversário com 18 pessoas, que muito prezo, em um pizzaria. Foi ótimo. Foi lindo. Quando cheguei em casa, já eram 21horas e a minha família quase inteira estava presente.

Eu não sabia, mas estava a menos de 30 horas da mudança em minha vida.

Houve um casamento e uma festa linda. E lá eu conheci um alguém que eu não quis e que foi adentrando a minha vida de uma maneira que não sei explicar. No começo, não queria, mas ele fez-se especial.

Tive minha primeira crise de ciúme em anos, disse eu te amo sem de fato amá-lo, mas ele sabia. Disse eu não te amo com uma veemência que no momento me espantou. Senti saudades. Tive sonhos com ele... e quando estive prestes a me olhar no espelho, me dar um tapa na cara, e dizer para mim mesma muito bem, você está apaixonada, ele se afastou e me contou que a ex estava a ligar, que ele tinha outras e que gostava muito de mim.

Foi aí que um dia eu saí e não pensei nele pela primeira vez e que deixei alguém me flertar. Fui simpática com estranhos, saí de novo uma noite e deixei-me levar pela dança, pela aproximação, pelas palavras e pela bebida em meu copo que subia mais rápido que qualquer outra coisa. Deixei-me levar e beijei outro e gostei muito, porque, naquele dia, eu estava sentindo-me linda e capaz. E fui.

Vários homens se aproximaram de mim, vários disseram que eu era linda, e em nenhum deles eu via a imagem dele. E nem me lembrava dele - por 5 segundos. Mas, depois, lembrei-me dele dia após dia, minuto por minuto. Ele me tirou o sono - nada me tirava o sono até então! - e eu quis, de fato tê-lo.

No dia seguinte, eu queria vê-lo, mas não podia. Não teria coragem de encará-lo. Mas no vimos no outro dia, e foi especial e ele gritou para mim que me amava. Porém, não me convidou para acompanhá-lo no outro fim-de-semana e nem me ligou desejando feliz natal ou ano novo. Eu o fiz.

Na noite de natal, nós estivemos juntos porque não havia como ele se esquivar de mim. Estava sendo um pouco cautelosa por causa do meu irmão e os amigos deles me adoraram e me queriam por perto. E nessa noite sussurrei peão quando quis ter gritado minha paixão.

Eu liguei duas vezes pedindo para os encontrarmos e ele negou.

E então percebi que há muito eu não tenho mais saudades dele e que não gosto mais tanto assim. Apenas me habituei a ele. Só. E descobri que sou igual a qualquer outro clichê feminino.

Descobri várias coisas de mim. Prepotente, arrogante, soberba, chata, ciumenta, crítica, cética, possessiva, fraca, pouco determinada. Vou reverter. Algum dia. Hoje eu só quero conseguir dormir para aguentar 4 dias de provas que sei que só vão me deixar estressada e mais chata.

Ao longo desse ano, tentei mostrar uma visão racional dos fatos, só que falhei em quase todos os meus parâmetros. Minha excelência em alguns ramos foi guilhotinada. Minha confiança, dissolivida.

Passei ótimos 4 dias com parte de minhas melhores amigas em um hotel fazenda. Estávamos sozinhas, queimei as minhas pernas, fomos a Piracicaba e voltamos de ônibus para Rio Claro porque o cinema de lá não tinha sessões cedo. (Nunca, em toda minha vida, imaginaria que sairia de Piracicaba para vir ao cinema de Rio Claro). Fomos ao Hopi Hari, trocamos nossos points...

Aprendi a dirigir, deixei-me sair com outros grupos de amigos e a querer trazer mais pertos aqueles que já possuía. Primeiro porre, primeira promessa de não bebo nunca mais e a primeira ressaca... Nessa ordem. Criei tantas histórias que teriam dado ótimos livros que nunca foram para o papél. Criei tantas vontades... AH!, Sim, o tênis. Comecei a gostar e a entender esse jogo. Comecei a admirar pessoas como Roger Federer, Rafael Nadal, Guga e Fininho. As irmãs Vênus, as Olimpíadas... tudo!

No último dia de 2008 eu acordei às 5 da tarde, encontrei meu vestido passado e pendurado na porta do meu guarda-roupa, fui pôr gasolina no carro junto com meu pai, entrei na net, troquei de roupa e esperei pela virada de ano.

Claro que tenho muito mais a declarar, mas, por hora, isso me satisfaz.

Um comentário:

  1. ^^
    acho que foram tão poucos posts que me envolveram como este, bru. talvez porque vc tenha aberto seu coração de uma forma bem simples, ou talvez pq eu mesma tenha me visto em inúmeras passagens que vc citou.
    ou quem sabe, ainda mais amplo, seja porque tuas palavras falaram à uma essência minha - aquela que vc denominou como clichê feminino - que se sente extremamente habituada ao que aconteceu contigo.
    =)

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